24

975 72 45
                                    

Rosengard, Malmö — Suécia

1998

— Número 20: letra e, número 21: letra a, número 22: letra c — a jovem professora de álgebra ditava as respostas certas da prova que fora feita pelos alunos daquela escola horas antes.

Aguardava enquanto estes corrigiam as provas uns dos outros, um método que muito lhe agradava, pois lhe poupava tempo para fazer outras coisas.

— Muito bem — a professora de gigantes óculos fundo de garrafa, que vestia um vestido vermelho com bolinhas brancas diz por fim — entreguem a prova para o colega e verifiquem quantas cada um acertou.

Alguns ao receberem a respectiva prova ficam eufóricos, já outros tinham na face feição de fracasso.

— Karin, quantas questões acertou? — Questiona a uma das alunas que se sentava em uma das primeiras carteiras.

— 22 questões de 30, professora — sorri.

— Muito bem, Karin. Freya?— Direcionou a mesma pergunta a garota mais inteligente da turma.

— Acertei 30 questões de 30, professora — esbanja um largo sorriso.

— Excelente Freya — a professora elogia e anota em seu diário escolar as respectivas notas — Zlatan, e você? — Dessa vez questiona ao adolescente chamado Zlatan Ibrahimovic, um jovem diga-se de passagem, problemático, que tem muita muita dificuldade na matéria — Zlatan? — questiona novamente, visto que este não respondera. Ele a encara com seus olhos negros — Quantas questões você acertou?

Ele dá de ombros.

— Nenhuma.

Imediatamente toda a turma começa a rir dele, com exceção de Freya, que apenas o encara, pensando na possibilidade de poder ajudá-lo.

O sinal para o término das aulas soa e Zlatan foi um dos primeiros a sair de sala, pois queria ir embora logo para fazer o que mais gostava: jogar futebol no campo localizado próximo onde morava a sua mãe Jurka. Mesmo que morasse com seu pai, Sefik, o que aconteceu depois que seus progenitores se separaram, ele sempre passava mais tempo na casa da mãe, mesmo que ela quase não estivesse em casa, pois vivia fazendo faxina na casa dos outros.

Jogou seus materiais de qualquer forma dentro do armário e bateu a porta já saindo, quando, de repente, trombou com alguém. Segurou o pequeno e frágil corpo antes que este fosse lançado ao chão com o impacto da batida.

— Você não vê por onde anda? — Ele diz rude ao notar que era a garota mais inteligente da sua turma.

— Me desculpa, tentei lhe alcançar, mas você anda muito rápido — ri sem graça e suas bochechas adquirem um tom rosado — um passo seu equivale a três passos meus — completa.

Ele a encara tentando entender o porquê de ela estar falando com ele. Ninguém daquela escola nunca falava com ele, isso por acharem que ele era um dos integrantes de uma das gangues barra pesada de Rosengard.

— O que quer comigo? — Ele questiona direto e de forma seca.

Ela sorri.

— Então, percebi que você tem dificuldades em álgebra, por isso me ofereço para lhe ajudar na matéria.

Zlatan, como sempre, desconfia.

— E o que quer em troca?

— Por que acha que quero algo em troca? —  questiona confusa.

Luzes de Paris | Zlatan Ibrahimovic| Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora