Capitulo 9

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      Sentimentos, palavra complicada. Porém com uma definição fácil. "Sentimentos são o que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam. Por exemplo, medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo direto para o próprio ser ou para interesses correlatos. A empatia é informação sobre os sentimentos dos outros" fácil não? Rãm, quem queremos enganar? Sentimentos são complicados, ainda mais quando se tratam de sentimentos para outras pessoas. Esses são os piores na minha opinião! Sinto muitas coisas em relação as pessoas nas quais eu convivo. Minha mãe, é uma louca, vive bebendo e quando eu não to perto até fumar maconha ela fuma. Agora me diz, eu posso fumar cigarro? Não, por que ela surta! Mesmo sabendo que não tem influência nas minhas escolhas, ela sempre dá os palpites dela. Meu pai foi embora com a família nova dele, acho que já tem uns 2/3 anos, não sei ao certo. Até por que, quando ele foi embora ele disse bem claro que só me criou por conta dos meus olhos, por que era parecidos com os dele. Meus pais sempre brigaram, até que minha mãe pegou ele traindo ela com a empregada, bem clichê não? Como eu já tacava o foda-se para tudo mesmo, ainda chamava a mulher de "madrasta" ela ficava muito puta, mas era uma das minhas melhores diversões. Tyler o filho mais velho dela é um garoto muito engraçado, tem um humor muito divertido e quase nunca se estressa. Nós pegamos as vezes, na verdade quase sempre! Somos amigos coloridas a uns 3 anos, não quero namorar com ele por que ele é muito galinha, então, resolvemos ficar apenas nos pegando. Minha mãe, nem sabe dessas coisas, até por que se eu contar ela vai me xingar até minha quarta geração. E você acha que a minha vida está muito complicada só por conta destes acontecimentos? Querido (a) você nem sabe a metade das coisas que eu passei para chegar até aqui.
      Minha vida sexual, é bem mais complexa do que a separação patética dos meus pais. Vou explicar o porquê desse termo. Quando eu tinhas meus 12 anos, meus pais estavam fazendo 9 anos de casados, fizeram uma festinha para comemorar com isso chamaram os parentes mais próximos. Meus pais sempre foram os "ovelhas negras" [Expressão muito errada de se dizer, porém é expressão popular.] da família. Sempre foram excluídos nunca foram convidados para merda nenhuma, mas sempre chamam quando há alguma coisa (Festa de aniversário, casamento, bolo para tomar café, Etc) Eles sempre foram muito "braços abertos" à eles e a minha "família" nunca foi conosco! Enfim. Ao desenrolar da festa, estava com um vestidinho verde com folhas estampadas nas bordas do mesmo e com uma tiara de pérolas, de cor rose. Quando estava prestes a cortar o bolo, eu fui até meu quarto pegar uma caixinha de veludo de cor preta, que tinha dentro dela um colar repartido ao meio; era um coração escrito "Mãe" & "Pai" em cada lado. Era bem bonito por sinal, apesar de nunca ter visto meus pais usando o mesmo. Quando peguei a caixinha encima do criado mudo, escuto passos vindo em minha direção, quando eu olhei para trás, era meu primo Breno. Ele tinha seus 19 anos se eu não me engano, ele era um primo muito querido por mim e minha família, porém, ele estava muito diferente comigo, sempre jogando umas piadinhas e mantendo contato físico constante. O que eu achava "normal" somos primos, então não havia medo nenhum, até aquele maldito dia...Breno me jogou contra parede me deixando completamente imóvel, segurou meu pescoço com muita foça, de tanta força estava a ficar sem ar. Cada movimento que eu fazia era inútil, e em cada movimento falho de minha parte, muitas lágrimas ciam no meu rosto. Breno me jogou na cama, mesmo me vendo chorar e com muito medo, ele não parou nenhum minuto, sempre tampando a minha boca para que nenhum som escapasse para o lado de fora. Ele estava com medo do som dos meus gritos e gemidos de dor saírem pelas paredes, que pegou sua cueca e colocou a mesma em minha boca, fazendo uma preção absurda para que não se passasse nada. Cada movimento, cada toque, cada detalhe daquele dia eu queria esquecer. Era como um machucado com pontos mau feito. Quando ele acabou aquela barbaridade com uma criança, ele me olhou com um olhar de satisfeito e sorridente, com a cara de pau disse "-Sabia que você é bem apertadinha? Isso que dá um puta tesão em meninas como você, Barbara! Sua inocência haha. Até quando eu voltar, Priminha!" saiu batendo a porta do meu quarto me deixando sozinha. Ainda deitada na cama, completamente despida, me sentindo suja e ainda por cima me sentindo perdida. Cada parte do meu corpo estava machucado, minha mente estava machucada e minha vida estava prestes a virar de ponta a cabeça! Daí você deve estar se perguntando "Cadê os pais dessa menina?" é eu me perguntava a mesma coisa, quando estava prestes a me jogar da sacada do meu quarto (Ficava no 4° andar da casa) [rs] Como eu disse, meus pais nunca foram de se importar tanto assim. Quando vi o que tinha acontecido, subi na grade da sacada e me sentei ali e fiquei observando todos que estavam nos jardins se divertindo, comendo, bebendo, sorrindo e comemorando. Se antes eu me sentia "deslocada" agora então... Foi ai que pensei em me jogar lá em baixo, foi ai que quando tomei coragem, alguém gritou lá em baixo "- O que você está fazendo, Barbara?! "Sabe quando uma pessoa grita para te tirar de um transe? Então, tipo isso. Sorri ao ver quem havia gritado, era minha vó. Quando eu estava prestes a me jogar, meu pai entrou com tudo no quarto me puxando para ele. Em meio ao choro e implorando para que eu nunca mais fizesse isso, morreu uma pessoa ali e essa pessoa fui eu!
    Fui em muitos médicos, mentia em todas as consultas, claro que não iria contar essa história, e sempre que os médicos me davam alta da psicóloga diziam "-Você tem amigos aqui, Barbara. Quando quiser, vamos tomar um café e conversar! Tudo no seu tempo." Eu sei que todo esse papo de "Amigo" não é verdade, eles estavam me avaliando cada segundo, por isso não converso com ninguém sobre isso.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora