Crepúsculo

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     Marco está usando óculos estilosos pretos para esconder os olhos vermelhos, após um fim de semana agitado.

        O garoto retira do armário um grande livro com capa dura de Sociologia, algumas garotas passam por ele entre risadinhas e acenando envergonhadas. O mesmo da uma levantada de ombros em resposta, fazendo com que elas riem mais. Parecendo bobas.

        Constata Hiroki indo em direção ao amigo.

-- Como você conseguiu entrar com esses óculos ? -- Indaga irônico, se recordando das regras claras do Elite, que acessórios não são bem vindos.

-- Conjuntivite alérgica. -- Responde, mostrando um sorriso malícioso. -- Quem poderia imaginar, que não seria uma boa idéia misturar cervejas e vinho barato ?.

           Ambos riem do comentário espirituoso do adolescente. Logo um denso silêncio pousa sob os garotos, simultaneamente Marco e Hiroki escoram suas costas em seus armários, o asiático observa calado um mural extremamente decorado, só faltava uma grande seta com luzes para deixar, tudo mais pavoroso.

       É um mural sobre Setembro amarelo e não importava se é setembro ou Janeiro, os cartazes ficariam ali o ano todo. Talvez seja seu ascendente em Aquário ou sua Lua em escorpião, mas acha patético aquelas folhas neón e palavras decoradas de glitter. Sobre você é importante, bullyng é crime. Porém define aquilo como  hipócrita, vindo de um colégio conhecido por seus trotes violentos e nerds de cabelos molhados, ao serem afogados em privadas e entre um intervalo ou outro.

-- Você deveria ter ido, a casa de campo do Blane. -- Sua voz sai séria. -- Hiroki, tu vive reclamando que não tem amigos, mas quando eu te chamo para algo, tu não vai.

-- Eles são os seus amigos. -- Rebate, ajeitando a mochila sob os ombros.

-- Por que, você não dá abertura para eles. -- Irritado o rapaz sente se tensionar automaticamente e seu semblante fica sério. Está furioso.

       Marco não faria um ataque histérico ou seria grosseiro, não faz seu estilo ser assim. Ainda mais em frente às outras pessoas, simplesmente se calaria.

        E Hiroki conhece aquele maldito silêncio é irritante, e parece punir. Não se sentia culpado por não conseguir se socializar com os jogadores de basquete e as bonitas líderes de torcidas, que o mesmo sempre recusava dar um beijo que seja. Se sentia mal, por Marco que sempre insistia os alfas lhe convidar para aquelas festas e eles pareciam fazer um favor.

         Como tudo bem Marco deixe esse esquisitão ir, ninguém diria não. As pessoas não decepcionaram ele.

-- Okay. -- Solta um longo suspiro e se dá por vencido. -- Juro que nessa Sexta - feira, tentarei ser mais legal.

         Empolgado o adolescente com essa resposta, desfere leves socos nas costas do melhor amigo. E ambos vão juntos para o laboratório e enfrentar o primeiro período.

          Na hora do almoço, se encontram no refeitório e sentam se na mesa mais privilegiada do Elite. Com a hierarquia, o topo da pirâmide alimentícia colegial. Blane alto e atlético, um deus grego negro de cabeça raspada e sorriso perfeito. Ao seu lado Marco a cópia de Noah Centineo, e Luke o loiro de olhos negros profundos. Os deuses, a trindade do Elite e também à mesa, estão Hiroki ( japonês estranho ), os outros jogadores e algumas líderes de torcidas como a suprema Susan, de cabelos vermelhos e sobrancelhas arqueadas que independente dos eventos sempre está uniformizada com a saia azul; Julie a venenosa loira de lábios carnudos brilhosos e unhas afiadas como garras. Ambas usam grandes argolas douradas.

         Qualquer um faria algo até deplorável para conseguir um dia se sentar com eles, e tirar fotos em um almoço descontraído, assim pareceriam todos íntimos. Mas não eram.

        Blane se levanta bruscamente e mostra os músculos, algo como um espetáculo. Julie com olhos cheio de desejo aplaude.

-- Desse jeito eu vou me apaixonar. -- Enfatiza Luke, devorando uma batata frita que deixa um rastro de óleo em seus lábios rosados e carnudos.

      O negro ri com sarcasmos, compreendendo seu poder de sedução. É como uma pantera, que por onde passa as pessoas gritam "Wakanda".

-- Porque esse ano, você não tenta entrar no time Hiroki ? Tamanho você tem. -- Cutuca Marco, arrancado risadinhas amargas de outros integrantes da mesa.

        O asiático ao escutar isso se encolhe, querendo desaparecer.

-- Eu não sei ... -- Gagueja, encarando a torta de framboesas para não olhar os rostos cheios de asco das pessoas ali.

-- Vamos lá ! -- Encoraja Susan inclinando se, para ficar próxima ao garoto que conseguia sentir sua respiração ofegante e seu perfume de fêmea fatalle. -- Apesar de ser franzino, o treinador o sr. Alvarez conseguirá fazer um milagre.

-- Mas eu não quero. -- Claramente se sentindo oprimido por toda aquela situação, em que não riam com ele e sim dele. O mesmo se afasta dos "amigos". Não termina seu almoço e a passos largos se refugia para fora do refeitório, buscando esconderijo na biblioteca. Mesmo de costas ainda consegue visualiza-los à mesa, rindo como hienas e realmente achando tudo aquilo engraçado.

        São amigos de refeitório ou de lanche e como a própria música de Melanie diria, que não os poderia levar a vida toda. Adentra ao local desejado e o cheiro de folhas velhas, olha sentada ao lado da sessão de romance sobrenatural a senhora de aparência frágil e fios brancos, Megan Donovan. Quase que adormecendo sentada.

       O adolescente pega o primeiro livro que vê, observa o título é sobre a História da Economia e com a obras em mãos, busca se acomodar em um puff longe das pessoas.

           E assim passa o dia. Chateado e faminto, e sabendo nada da Economia. Sai do colégio Elite e vai para casa andando as ruas do bairro e com o céu laranjado, o crepúsculo. Gostava da brisa que percorria seus fios pretos e grossos, uma corrente de ar gélida e satisfatoriamente boa.

    Após o jantar, Hiroki sobe mais cedo para o quarto e com as desculpas de estar fazendo um trabalho para o colégio

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    Após o jantar, Hiroki sobe mais cedo para o quarto e com as desculpas de estar fazendo um trabalho para o colégio. Em sua caverna preferida, pega um mangá sobre um diário bizarro, está entretido na leitura porém abruptamente sai de seus devaneios ao escutar de modo audível um caminhão de mudanças.


        Curiosamente caminha para a janela e vislumbra um caminhão pequeno de mudanças, a senhora Louise conversava com um homem gordo e corpulento. Hiroki não acha natural, já que a família Bettencourt não recebe visitas a anos. A loira está rindo parecia feliz e os outros empregados carregavam móveis, alguém estaria se mudando.

-- Será que é Joe ? -- Balbucionou









Quem é você Hiroki ? [ Romance GAY ] História Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora