Mona Lisa ?

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-- A arte é irrevogávelmente à maior expressão que o ser humano criou, "Se queres desenhar, fecha os olhos e canta" de   Pablo Picasso. -- Jorge Otávio o professor de artes do colégio Elite, é mais conhecido por entre os corredores como o Jozz.

        Um homem esquio e com maçãs no rosto magras, fios de cabelos longos e óculos. Sua tez envelhecida pelos cigarros que adorava tragar até mesmo durante as aulas, é um homem bem humorado e um leitor voraz de quadrinhos e sempre com referências bem aplicadas.

           É conhecido para fora das diretrizes do colégio pela sua coletânea de HQs e ilustrações, entre outros trabalhos prêmiados. E isso fazia com que Hiroki o admirasse ainda mais, tê-lo como professor é um presente do Universo, já que o mesmo deseja ser um mangaká. Ainda que não conseguisse mostrar seus desenhos, se sentia grato por aprender.

          Jozz caminha pela sala, donde houverá dispersado as carteiras em círculo e colocado ao centro uma estátua de mármore branca, de um corpo esculpido.

-- Sabem o que ele quis dizer com isso ? -- Indaga olhando os rostos de seus alunos.

          Timidamente uma garota ao fundo levantou a mão, e respondeu. Mesmo temorosa "Que a arte pode ser de várias formas".

         O professor balança a cabeça de modo que não se conseguem ver se é uma afirmação ou negação.

-- De modo genérico sim. -- Explica, recolocando os óculos. -- Mas mais profundamente, que para reproduzi lá precisa usar toda a alma. A técnica sozinha e sem personalidade, fica apenas uma cópia.

           O asiático escutava tudo atento e escrevendo todos os pontos importantes em seu portfólio. Joe que está sentado ao seu lado, fotográfava o modo em que o amigo se saciava em estar naquele ambiente, e parecia fazer parte de algo. De algum modo mágico, Jozz fazia com que todos alunos participassem em suas aulas, mesmo que a maioria não estivesse acostumados em valorizar a arte.

-- Van Gogh, quando estudei para a Quanta Academia de artes, após me formar em design gráfico na Universidade Mackenzie. -- Relatava todo o seu processo de formação como artistas, sem esboçar soberba e como se tudo aquilo fosse simples. -- O que me deixava mais comovido sobre ele, é a angústia de suas criações.

             Se vira para o quadro negro e escreve de modo grande e legível. VAN GOGH.

-- Seu maior sonho era ser reconhecido, contudo na época suas obras, eram consideradas muito à frente de seus tempos. -- Análisa o homem. -- Frustrado cometeu suicídio.

 
            A palavra suicídio  surtiu pesada demais na mente e ouvidos daqueles jovens, que muitas vezes em suas vidas privilegiadas e famílias estruturadas. Já que o colégio Elite é conceituado e particular, filhos de empresários e políticos faziam filas, e para conseguir vagas, destas contadas.

-- Van Gogh, só se tornou artista agora. -- Franze o cenho e com um semblante de piedade. -- Somente valorizado e compreendido em pleno século XXI, pois em vida suas artes não valiam de nada.

         Caminha um pouco para estar em frente a estátua, segura um grande caderno cheio de colagens no qual utilizava como anotações.

--  Caros alunos, ainda que isso pareça meio mórbido, quero que levem como lição a arte é um modo lindo ou pode ser feio e as vezes chega ser vandalismo ... Mas ela é linda, mesmo que sem público.

         Hiroki acha essa frase tão bela, que por Jupiter desejou um dia tatua-la no corpo, como um mantra. Logo em seguida da introdução do Jozz o homem pediu que os estudantes se reunissem em trio, para que assimn, usassem a estátua como inspiração para criar a obra, da mulher perfeita.

-- Nós dois e quem ? -- Joe olha sob os ombros, alguém interessado em se sentar com eles.

             Seus olhos azuis passando pela sala se esbarraram em dois pares castanhos, uma garota de cabelos coloridos. Isto é, mexas desgastadas azuis, verdes e roxos. Uma mistura maluca. A jovem usa um casaco marrom que muitas vovós com toda certeza usariam. A adolescente contém o rosto oval e esta sobre peso, a desconhecida batucava a mesa alheia.

       Como se não espera se de fato, que alguém lhe chamasse. Entretanto amigavelmente Joe lhe chamou a atenção, e pediu em silêncio que se sentasse junto a ele e o asiático. A menina logo mudou o semblante e sorriu, agradecida.

        Com a mochila e pasta se acomodou com os garotos.

-- Me chamo Luna. -- Sem delongas se apresentou, Hiroki notou como a garota era desenvolta e simpática.

-- Joe, entrei no colégio esse ano. -- Retribuiu o sorriso a deixando um pouco rubra.

         A mesma se entreolhou com com os olhos puxados. Luna o conhecia, porém o mesmo nunca a notou. Ela o achava soberbo pois sempre estava com os alphas supremos, e parecia ser distante. Entretanto sentado ali em meio aos papéis de desenho, está particularmente vulnerável e comum como qualquer outro estudante.

-- Hiroki né ? -- Franziu o cenho.

          O garoto estendeu a mão para a mesma e ambos apertaram, quebrando automáticamente o clima de opressão.

           Passaram a tarde naquela sala rindo e se conhecendo. Por vezes Hiroki analisava a situação em que está, em séculos alguém está rindo com ele e não dele. Joe está incrivelmente fofo resfriado, com a ponta do nariz vermelha pela coriza e os olhos marejados, pela primeira vez a gripe deixou alguém mais charmoso. O rapaz analisava o rosto do amigo, sentindo sútis borboletas em seu estômago.

-- Hiroki ... Hiroki ... -- Repetia Luna, como se o tivesse o tirando de algum transe e o garoto a fita um tanto que envergonhado, já que acredita que viajou olhando o rosto de Joe de modo fixo. -- Qual é a melhor cor a ser usada, amarelo ou vermelho.

             O mesmo se levanta da cadeira, e se aproxima da garota donde se encontra a folha. Se inclina na mesa e as suas mãos roçam ao do loiro, ambos se olham rápido.

             Apesar de parecer um contato bobo, o adolescente ficou intimidado. Entretanto ainda que fossem amigos. Joe nunca vai ser como os seus outros amigos, sempre vai existir entre ambos uma conexão inexplicável e surreal. Hiroki escolheu entre as cores para serem usadas de fundo o amarelo.

-- É vai ficar legal -- Constatou a menina muito animada e se remexendo na cadeira.

         O asiático se sentou novamente e de modo inesperado, o skatista segurou sua mão firme e ambas estão quentes e sussurrou de modo em que só, o mesmo escutasse.

-- Relaxa, eu não vou te aniquilar com lazers. -- Afirma.

Quem é você Hiroki ? [ Romance GAY ] História Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora