Sussurrando as nóias no ouvido de Vênus

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       Hiroki com toda a certeza tem alma e sensibilidade de Van Gogh, até mesmo o traço de incompreensão

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       Hiroki com toda a certeza tem alma e sensibilidade de Van Gogh, até mesmo o traço de incompreensão. Se sentia fora, não pertencer a algo.

        Se aventurou na pintura e com os pincéis, misturava aquelas cores de tinta. Ainda sim, sem alguma inspiração.

      Extasiado e um tanto que cansado, daquela tarde manhosa o garoto afasta as cortinas da janela e na pura intenção de arejar o quarto. Entretanto seus olhos puxados esbarram naquele skatista, que o fazia ter sentimentos estranhos.

      Joe parecia seguir uma rotina desde a sua volta, todas as tardes à cinco em ponto, fazia algumas manobras. Coincidentemente era o mesmo horário em que Hiroki se dedicava em seu hobbie, não que o mesmo tivesse intenção de ficar espionando o adolescente.

     Discretamente o rapaz se posicionou na janela, ao modo que quase fica se imperceptível. Com a paleta em mãos, sua mente de pintor criou um cenário perfeito. Joe se inclinava sob o skate, ignorando as leis da gravidade e a luz do Sol ia de encontro aos fios dourados de suas madeixas, que se torna perfeitamente alinhado com sua camisa larga verde musgo e bermuda marrom.

       Seu tênis preto e meias três quartos de Rick and Morty, pintados de modo manual, dando um ar íntimo. Hiroki se concentrará em todos os detalhes, ao ponto de deslizar sob a tela o pincel e criar fios longos dourados/amarelos. Umedece rapidamente os lábios.

    E passa à tarde o fitando e fotografando, seus olhos cor de mar e em que saia atrás de Joe uma deliciosa vibração. Usava técnicas para aquele desenho com a tinta a óleo que deixava as pétalas que sobrevoam em volta do garoto delicadas, uma mecha negra cai sob seus olhos e Hiroki retira, notando a testa molhada.

-- Perfeito .... -- Arfa constatando que a boca está emoldurada e carnuda. Instintivamente abraça o papel e seu moletom branco fica repleto de cores que se misturavam ao pano, ainda sim o garoto aperta a paleta contra o peito.

     Querendo em seu subconsciente estar abraçando o melhor amigo, sentindo seu perfume natural. Escravo do que sente e em que as palavras não conseguiam sobressair, a saudade que mais dói é do "te amo não dito". A despedida não realizada.

    Delicadamente a folha cai de suas mãos e como se tivesse em uma espécie de êxtase, se inclina na janela.

-- Estou me sentindo tão sozinho, a onde estava você ? -- Múrmura enquanto uma lágrima nervosa caia sob sua bochecha. -- Todos os meus problemas são de mentira, eu sou um estranho no ninho Joe e só percebi quando tu ... se ... foi ...

      O rapaz falava em monólogo, na realidade com uma dor dilacerando seu coração e ansiando para ter o adolescente ali em seu quarto bagunçado, entre os lápis de cores e pincéis. Rindo e conversando como bons amigos, e o agradecendo pela infância. Por ter sido um bom ouvinte, por lhe ter ajudado a quebrar regras e arremessar ovos podres na casa dos Jefferson's.

Quem é você Hiroki ? [ Romance GAY ] História Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora