Um jantar nada digestivo

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          A aula de História estava prestes a começar, Hiroki percorria pela classe à procura incansável de ver aquele rosto Lua novamente. Desde a noite anterior Joe não houvera mandado mensagens, e também não retornou para a casa.

             Perdido em seus devaneios mais íntimos, fora salvo de seus pensamentos ao sentir um toque leve em seu ombro, e constata alegre se tratar de Marco. O melhor amigo, em plena Quarta - Feira ensolarada, quente e úmida. Vestia um moletom cinza.

-- Cara, você está está acabado. -- Analisa Hiroki rindo do jogador.

             O mesmo se senta a carteira ao lado e deposita sob a mesa o livro, arfa. Literalmente exausto.

-- O treinador está pegando muito no nosso pé, aliás no meu. -- Admite, cerrando os olhos verdes e umedecendo os lábios ao se lembrar contrariado que esquecerá a lição. -- Meu, eu sei que preciso daquela bolsa de estudos na faculdade do Sul e que somente o time vai conseguir me dar a vaga, mas eu não tô parando ! Meus músculos todos doem e não estou tendo tempo para nada.

           Os adolescentes conheciam a fama do treinador de ser um homem rígido e exigente com seus púpilos. Contudo, Blane e Marco são a grande promessa do colégio Elite, uns dos dois ou ambos estariam em algum momento escalados para a seleção do país ou até mesmo, se mudariam para o EUA para participar da maior e melhor liga de time de basquete. O garoto compreendia totalmente, que o que realizava nas quadras e as cestas que fazia, ia mudar à sua vida.

           Por Saturno, no entanto mesmo que essas palavras se expressem deliberadamente intensas ao se tratar de um adolescente de 17 anos que está finalizando o colegial, e que pouco se conhece para decidir o que irá fazer durante toda a sua vida. Marco não continha outra opção, okay. Não mantinha foco totalmente nos estudos, para esse ano ter confiança de prestar um vestibular e o que faria  ?

            Medicina como os pais ou seria um engenheiro como o avô. Ou simplesmente, seria como sua prima, a única pessoa que ninguém da família a valorizava, por ser uma artista de esquina. Ser adolescentes em fase de transição para ao estágio adulto, é um saco. Um redemoinho no cérebro.

-- Cadê aquele seu amigo estranho ? -- Nota uma cadeira vaga ao fundo, o jovem sabia que Hiroki estava se relacionando com outras pessoas, como a garota de cabelos coloridos e olhos castanhos que ele só observava entre os livros e escondendo a face, por entre obras literárias. Não que isso o atingi se, porém queria realmente fazer mais parte da vida do amigo.

-- Joe ? -- Retruca franzindo o cenho, estranhando aquele tom investigativo. -- Sei lá, não o vejo a algum tempo. Mas, cara vai por mim, cuidado. Tabom, não ferre  seu corpo e tu sabe o que acontece, com um atleta com o corpo ferrado.

-- Nunca mais volta ao normal. -- Ambos falam juntos o óbvio.

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            Essa tarde, Luna após as aulas iria jantar em sua casa. Ambos precisavam concluir alguns trabalhos do clube de artes e por isso voltaram juntos do colégio.

          No trajeto para sua residência, ambos conversavam um pouco sobre tudo. Desde a astronomia e astrologia até sobre como Donald Trump, é um idiota. A garota é bem expansiva quando se encontra com pessoas que lhe é de confiança, parecia ser literalmente outra.

-- Estou pensando em fazer artes cênicas, quando acabar essa droga de ensino médio. -- Ri de modo nasal, ao se lembrar de uma piada boba.

-- Me dê ingressos para suas peças. -- A incentiva, já imaginando sob um palco e grandes holofotes lhe dando uma áurea totalmente artística.

-- E você ? -- Se volta para o amigo, curiosa em saber em que o prodígio do colégio Elite iria se aventurar. Com toda certeza, uma carreira brilhante.

-- Meu pai quer que, eu vire ceo da empresa. -- Análisa franzindo o cenho e fixando o seu olhar em uma nuvem com formato de Donut's. -- Eu só quero ir para o Japão e virar um mangaká.

        Luna não esconde o espanto ao escutar isso, totalmente o mesmo é como uma caixinha de surpresas. Nem em seu sonhos mais loucos e dropada de Lsd, o veria tendo uma profissão tão criativa e cheia de liberdade.

-- Eu te apoio. -- Palavras suficientes, sem delongas, a garota de olhos castanhos sempre sabia o que falar e como falar. Uma mulher incrível.

           

-- Está uma delícia, essa macarronada com almôndegas, senhora Abe

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-- Está uma delícia, essa macarronada com almôndegas, senhora Abe. -- Gentilmente Luna elogiou a refeição, admirada pela farta mesa, já que seu pai era um homem muito ocupado no trabalho e o pequeno apartamento do centro estava uma bagunça, só comiam coisas rápidas e de fácil digestão.

              Desde o primeiro momento que adentrou a casa de Hiroki, a jovem adorou cada detalhe de decoração. Os tapetes, as flores. O casal de amigos ficaram rindo e desenhando, vendo videoclipes antigos. Luna nunca foi a princesa sociável, porém era muito bom, e se sentir acolhida.

-- Bonita a garota filhão. -- Comentou nada discretamente Hideki, deixando todos desconfortáveis.

-- Realmente, sua colega de classe é muito graciosa. -- Enfatizou Akemi, tentando mudar o rumo daquela conversa.

-- Somos só amigos pai. -- Esclareceu o rapaz, desejando a própria morte. -- Luna e eu, estamos no mesmo clube.

             O homem bebeu o saquê e fuzilou a garota com o olhar, a deixando totalmente perdida. Envergonhada desviando sua atenção para o prato de porcelana, atenciosamente Hiroki, segurou sua mão e sorriu, sussurrando em seu ouvido.

-- Ele é um bobão mesmo. -- Fazendo Luna rir baixinho.

-- Estão de segredinhos ? -- Retrucou Hideki, limpando os lábios no guardanapo. -- Você só poderia ter arrumado, uma mais magrinha. -- Dilacerou sua opinião preconceituosa, por consequência fazendo a sua própria esposa engasgar.

           Todos presentes à mesa ficaram ofendidos, Luna gira suas recordações íntimas para momentos em que fora excluída pelo seu peso, em uma competição idiota que quase lhe levou a loucura.

-- Acho que já acabei ... -- A sua voz saíra desanimada, o som da cadeira ao ser arrastado é agudo, a jovem está  extremamente deslocada. Hiroki, sentirá um formigamento sob a face trêmula, se a vergonha fosse personificada nesse momento seria uma mulher que grita horrores, é isso já é a zilhonésima vez que contém uma vergonha do tamanha do Universo do pai.

-- Ela é linda ! -- Responde impulsivamente sobressaltado, a amiga o olha surpresa, por tamanha demonstração de afeição. -- E sim é minha .... namorada.

        E todos instintivamente ficaram boquiabertos, formando um grande óh com os lábios.

     

              

Quem é você Hiroki ? [ Romance GAY ] História Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora