Capítulo XIII

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Não posso simplesmente voltar o relógio?
Perdoar meus pecados
Eu só quero enrolar minhas mangas
E começar de novo
Eu sei que eu estraguei tudo
De novo e de novo
Eu só quero enrolar minhas mangas
E começar de novo

Start Again – OneRepublic feat Vegas Jones


Ele estava em seu escritório quando a onda de poder o atingiu. Arrepios tomaram conta de todo o corpo e lembranças de um passado distante preencheram a mente do homem. Existiam lendas dentro do clã - o que não era estranho devido à origem e magnitude dos Hyuugas – sobre aquela que traria o poder de Hamura de volta para a terra, aquela que nasceria da lua e a carregaria dentro de si, mas Hyuuga Hiashi nunca fora um homem que acreditava em lendas, misticismo ou predestinação. Para ele, tudo o que uma pessoa precisava era trabalhar duro para conquistar o que era preciso, nada era dado facilmente e muito menos de graça. Era isso que seu pai lhe ensinara, que ele levava para sua vida e o que tentara ensinar para suas filhas. Por isso, ele sabia, havia sido tão duro com Hanabi e, principalmente, com Hinata, sua primogênita.

Mas as coisas começaram a mudar quando Otsutsuki Toneri sequestrou Hanabi e planejou tomar Hinata como esposa.

A primeira reação do líder Hyuuga foi a revolta. Primeiro, ficou revoltado com o segundo sequestro que aconteceu em sua família, novamente com uma de suas filhas; segundo, com audácia daquele garoto em confrontá-lo. Porém, quando os anciãos - aqueles poucos que se mantinham a parte de toda a politicagem do clã - lhe entregaram um pequeno pergaminho contendo uma profecia há muito esquecida, Hiashi sentiu medo.

"Normalmente, nós não passaríamos isso para frente." Akira, o mais velho entre os anciãos detentores da sabedoria do clã, disse ao entregar o pergaminho cuidadosamente enrolado para Hiashi. "Mas chegamos à conclusão que está na hora dessas palavras serem lidas."

As mãos do líder Hyuuga estavam tremendo quando ele segurou o papel. Era raro quando os anciãos saiam de seu precioso arquivo e muito mais raro ainda quando eles dirigiam a palavra a alguém que não fosse de seu círculo. Daquele pequeno círculo que quase parecia uma seita. Aquilo era algo importante, Hiashi sentia que era.

O que ele não esperava era que o pergaminho fosse ser uma profecia. Algo que ele fora ensinado por seu pai a não acreditar. O restrito pai dos gêmeos gostava de dizer que destino era apenas uma palavra bonita para as pessoas aceitarem as coisas sem sequer lutar. Devagar, Hiashi deixou que seus olhos corressem pelas palavras.

Poder a lua dará àquela que de sua sombra nascer
Poder para cuidar, para proteger
Poder que despertará quando a vara enfim quebrar
E o selo dissolvido estar
Os dois olhos, então, deverão juntos trabalhar
Para que a paz possa, enfim, reinar.

"Hinata nasceu em meio a um eclipse lunar, Hiashi". Akira disse, sério. "Não se esqueça disso".

As palavras naquele pergaminho gritavam Hinata, as coincidências eram tão grandes que ele se trancou em seu escritório por dias tentando decifrar o que elas queriam dizer. Foram aqueles mesmos anciãos que começaram a chamar Hinata de A princesa do Byakugan quando ela não era mais do que uma criança. Desde aquela primeira vez que ela abriu os olhos, no colo de sua amada, tão quieta como nenhuma criança antes, ele soube que ela faria grandes coisas, sentia isso toda vez que olhava para ela. Mas aquilo... Hiashi não conseguia acreditar que aquela profecia se referia a sua primogênita, pois ele tinha medo.

Medo, porque amava a filha com todo o seu coração, por mais que falhasse muitas vezes em demonstrar aquilo. Tanto a amava que a cobrava mais do que seria necessário, pois temia que a natureza bondosa da filha pudesse a colocar em desvantagem, ou até mesmo em perigo. Hiashi se arrependia de algumas coisas, mas acreditava que a estava preparando da mesma forma como fora preparado por seu pai.

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