23- You Belong With Me

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Eu tinha separado as roupas há cerca de dois dias.

Alice estava com uma jardineira jeans simples, porém bonita e prática, uma blusa cinza e usava sandálias de plástico rosa. Arrumei os cabelos longos e lisos da filha em um lindo rabo de cavalo.

Alice estava ansiosa para conhecer Helena e Samuel, ela tinha até escolhido uma boneca que não brincava mais, porém extremamente bem cuidada, para dar de presente a Helena.

Já Harry, tinha separado um caminhão de brinquedo para presentear o novo irmão.

Eu estava com um vestido azul claro e sapatilhas transparentes, meu cabelo estava recém cortado e preparei uma mochilinha preta, que de acordo com a Bia, me dava uma aparência responsável e jovial.

- O que tem na mochila? - Bia me pergunta.

- Meu celular e o do Felipe, nossos documentos, uma garrafa de água, biscoito para as crianças, dinheiro para pagar a gasolina e uma caixa com curativos caso um deles caía. - Digo, enquanto desembaraçava o meu cabelo. - Por que a pergunta?

- Curiosidade. -Ela disse, meio angustiada. - Afinal, eu vou precisar saber essas coisas agora. E eu com certeza vou precisar da sua ajuda. Você viu a foto, o cabelo da Helena é igual ao seu.

Achei engraçado o seu nervosismo. Ajeito a sandália de Alice, e invento uma desculpa para deixar eu e Bia sozinhas.

- Filha, diz ao seu pai que eu já estou pronta, pergunta se ele precisa de ajuda com o seu irmão. - Alice saiu do quarto e foi obedecer a minha ordem. - Bia, você sabe que eu vou te ajudar, vou sempre estar aqui. - Lhe dei um abraço.

Pela primeira vez na vida, sentia que Bia precisava de mim, e que eu era a única que poderia ajudá-la. Fiquei feliz por isso, afinal, geralmente era ao contrário.

- Mamãe, eles estão prontos, vamos? - Alice perguntou na porta.

Eu e Bia descemos as escadas e entramos no meu carro. Como vamos para o mesmo lugar, preferimos ir todos juntos e rachar as despesas da gasolina e pedágio. Assim, decidimos que Henrique iria dirigir, Bia iria no banco do carona, e eu, Felipe e as crianças iríamos atrás. Tinham ainda 2 bancos sobrando na parte de trás do carro, para que pudéssemos acomodar Helena e Samuel também, quando eles fossem adotados e tivéssemos que sair todos juntos. Tudo planejado, claro.

- Quem escolhe a playlist de ida? - Henrique pergunta, já sabendo que iria ouvir gritaria de criança durante toda a viagem.

- Hoje está na vez do Harry. - Bia lembrou. - O que vamos ouvir Harry?

Ele pensou por um tempo.

- Eu quero ouvir as músicas que tocam em Rei Leão. - Beijei a cabeça do meu filho, orgulhosa que ele realmente estava absorvendo as coisas que eu ensinei para ele.

Felipe gemeu e Henrique revirou os olhos no volante. Enquanto isso, coloquei a música e entreguei o telefone para a Bia, que o conectou no carro, rindo da situação.

O orfanato não era tão distante quanto imaginávamos, era uma viagem relativamente longa, uma hora e meia de carro, mas nada que uma boa trilha sonora não resolva.

Ao chegarmos no orfanato, senti minhas pernas tremerem. Chegamos dez minutos adiantados.

Henrique e Bia estavam se tranquilizando. Eu segurava Alice no colo e Harry segurava a mão de Felipe, e assim, entramos no orfanato com determinação.

Felipe disse na recepção que tínhamos hora marcada, dissemos nossos nomes, mostramos nossos documentos, Harry e Alice ficaram quietos, entendendo que não era hora para fazer graça.

Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora