18- In My Life

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Já são 17:15.

Os nossos amigos já estão aqui em casa, junto dos pais da Bia, que também estão aqui.

A mãe da Bia, Simone, tem pele branca, os cabelos pintados de loiro, é magra e tem um olhar que pode ser amoroso ou intimidador, mas no momento está amoroso.

O pai da Bia, Carlos, tem pele branca, alguns cabelos brancos, um sorriso, digamos, convidativo, e uma expressão serena.

Matheus, Amanda, Leandro e Fernanda também estavam aqui.

- É muito branco em um lugar só. – Digo, sorrindo para Henrique. - Você, Felipe, os amigos da Bia, meu filho, a própria Bia, todos vocês vão morrer de câncer de pele.

- Que horror, Mariana! - Henrique fala, horrorizado. - Deixou o Harry com quem?

- Com a mãe do Felipe. - Digo, enquanto checava a hora. - Henrique vai embora, você vai acabar se atrasando.

- Verdade, até mais tarde. - Ele beijou o topo da minha cabeça e já ia sair quando eu o segurei e disse seu ouvido:

- Se forem se divertir, por favor use camisinha e seja rápido, também estou com saudades dela. - Henrique saiu envergonhado e vermelho, me deixando rindo sozinha.

Expliquei para as pessoas o meu combinado com o Henrique. Ele disse que tinha deixado umas roupas aqui, e passaria na minha casa antes de levá-la para a dela.

Sabíamos que ela não iria recusar. Depois que todos entenderam os seus lugares e como as coisas iriam funcionar, ficamos esperando.

Eu estava ansiosa, estava morrendo de saudades dela. Mas sabia que todos aqui estavam iguais a mim.

- Ei. - Felipe fala, segurando a minha mão. - Vai dar tudo certo, ok? Talvez não consiga falar com ela hoje, mas sabe que ela vai estar sempre por perto.

- Está bem. - Concordo. - Como sabia que eu estava angustiada?

- Eu te conheço. - Ele disse, sorrindo. - Vai ficar tudo bem. - Ele disse e me beijou.

- Oh, pombinhos. - Leandro disse, debochado. - Eles chegaram.

Vi Bia pulando do carro, senti meu coração esquentar quando vi que ela estava tão ansiosa para me reencontrar.

Fiquei na minha posição, ela bateu na porta e me segurei para não correr e abri-la, mas não foi preciso, ela mesma abriu.

E foi a minha deixa, dei play em Radio Gaga e gritamos todos juntos ”bem-vinda!" na cara dela.

Vi quando ela arregalou os olhos e levou a mão a boca, chocada. Ela passou os olhos por todos nós. Vi quando seus olhos passaram por mim, e sorri.

- Gostou? - Henrique perguntou a ela. - Eu dei a ideia de fazer uma festa de boas-vindas, mas você sabe que o cérebro por trás de tudo foi a Mariana.

- Eu adorei. - Ela disse, e começaram os abraços e as pessoas dizendo que estavam com saudades.

Eu estava feliz por vê-la obviamente, vi que ela iria demorar, cumprimentando a todos, então fui para cozinha e fiquei comendo sobras do brigadeiro.

Eu ouvia a voz dela rindo, falando com os outros, perguntando por Harry.

Ela surgiu na porta da minha cozinha antes do que eu esperava, Bia estava com o cabelo um pouco mais curto, mas tirando isso, era a mesma Bia.

- Oi. - Ela disse, com a voz embargada.

Eu lhe dei um abraço apertado, não consegui controlar os soluços e o choro, ela também estava emocionada, e isso me fez apertá-la ainda mais.

- Tá tudo bem, eu voltei. - Ela disse, como se estivesse acalmando uma criança.

- Você não sabe como eu estou feliz por você ter voltado. Eu estava morrendo de saudades. – Digo, sorrindo. - Antes de tudo, coma alguma coisa. Sei que a comida de avião é boa, mas a minha é muito melhor. – Digo, lhe entregando um biscoito.

- Temos que conversar depois que as coisas se acalmarem. - Ela disse, depois de engolir.

- Temos muita coisa para pôr em dia. - Falei. - Mas hoje é dia de festa, vamos sair dessa cozinha e aproveitar. Amanhã a gente resolve os nossos problemas. - Digo sorrindo, e fazendo ela sorrir também.

Na sala, todos estavam aproveitando a ótima trilha sonora que eu e Henrique planejamos. De Natural a Hey Jude, de Despacito a Havana, até que tocou Love of my Life.

Eu segurei a mão da Bia de uma forma elegante, e dançamos uma valsa ridícula e improvisada, tirando sorrisos de todos, até que no meio da música eu a giro de forma desengonçada e a jogo nos braços de Henrique.

Ele se assustou, porém a segurou e entrou na nossa brincadeira.

Ela e Henrique dançaram de uma forma engraçada pela minha sala, mas eles estavam tão felizes, que ninguém conseguiu interromper o momento deles.

Quando eles terminaram de dançar, aplaudimos. Henrique e Bia estavam sem graça, mas riram.

O resto da festa foi só música, comida e muito zueira.

Para fechar a noite, cantamos Bohemian Rhapsody tão alto que eu estava rouca no fim da música.

E me senti feliz quando Bia me abraçou, ela realmente estava de volta.

Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora