9- I'll Stand by You

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Eu estava em casa sozinha.

Meus pais tinham saído, Felipe tinha vindo aqui ontem e eu tinha acabado de chegar da rua.

Bia tinha me apresentado seus amigos: Matheus, Leandro, Amanda e Fernanda.

Foi um dia muito divertido e cansativo. Eu tomei um banho, coloquei um pijama confortável e fiquei vendo Glee na sala, enquanto comia um brigadeiro de colher que eu mesma fiz.

Estava tudo bem, até que eu ouço a campainha tocar.

Vejo uma mulher com duas crianças, já sabia quem era.

- Oi Amanda! – Digo, feliz.

- Você está imensa. - Ela disse, enquanto suas filhas me abraçavam.

Amanda era minha prima, ela era dez anos mais velha do que eu. Ela tinha uma filha, Luiza, de seis anos, e tinha adotado uma outra menina, Lavínia, de dois anos.

Amanda tinha pele escura, um busto cheio, cabelos curtos cacheados, olhos castanhos e um sorriso debochado.

- Me fala. - Amanda disse, se sentando comigo no meu quarto. - Como que você foi parar nessa? - Ela disse, olhando para a minha barriga.

- Eu enchi a cara. – Digo, rindo. - Perdi a virgindade e engravidei, nessa ordem.

- Só faz merda. - Ela disse. - Eu disse que não era para me imitar em tudo.

Amanda engravidou de Luiza quando tinha vinte e um anos, de um cara da faculdade, e quando ele descobriu, trancou a faculdade e simplesmente sumiu.

Amanda com muito esforço terminou os estudos, quando em um dia normal, ela ouviu alguém bater na porta, e tinha um bebê gordinho em um carrinho.

No carrinho tinham documentos da Lavínia, poucas roupas e uma mamadeira gasta. Lavínia tinha apenas dois meses.

O plano da minha prima era entregar a menina para a adoção, mas acabou se apegando a criança, e hoje ela mora junto com as filhas, e é professora em uma creche.

- O objetivo não era esse. – Digo, ainda comendo brigadeiro.

- O objetivo nunca é esse. - Amanda fala. - Agora me diz. - Ela diz, com raiva. - Porque eu fiquei sabendo pela nossa avó e não por você? Perdeu meu número, filha da puta?

- Eu realmente esqueci. - Eu digo, rindo. - Aconteceu tanta coisa, não tive tempo para nada, peço desculpas.

- Está bem. - Ela fala, desconfiada. - Mas me fala sobre isso, quem é o pai? Já sabe o sexo? Quando vai ser o chá de bebê?

- O pai é um amigo da minha sala. - Eu digo, ela fecha a cara. - Deixa eu terminar de falar que eu mostro fotos.

- Eu não disse nada. - Ela reclamou.

- Mas eu te conheço. - Ela revirou os olhos e eu continuei a falar. - É um menino.

- Era o que você queria? - Ela pergunta.

- Sim. - Digo, sem conter o sorriso. - O nome dele é Harry. - Acariciei a barriga.

- Quem é Harry? - Luiza, a filha mais velha de minha prima nos pergunta.

Ela era morena, o famoso café com leite, tinha cabelos imensos, pretos e cacheados, e tinha lindos olhos castanhos.

- O filho da Mariana. - Sua mãe explica. - O nome dele é Harry.

- Legal. - Ela disse, olhando para a minha barriga. - Posso tocar?

- Pode. - Digo sorrindo. Ela era a primeira pessoa que pedia para tocar, achei engraçado.

Ela abraçou a barriga, colocou seu ouvido ali e ficou esperando.

- Ele deve estar dormindo. - Ela fala.

- Converse com ele. - Eu digo. - Talvez ele acorde.

- Oi. - Ela fala. - Meu nome é Luiza e eu sou sua prima, quero que você saia logo daí para gente poder brincar.

Senti Harry se mexer, e ela também sentiu, porque sorriu para mim, e voltou a falar, para finalizar a conversa. Ela disse que ela o amava e se afastou para brincar com a irmã mais nova.

- É bom saber que ele é muito amado. - Eu digo. - Tem sido tão difícil lidar com ele, lidar com as pessoas. - Digo para minha prima.

- Eu sei que é difícil. - Minha prima disse, segurando a minha mão. - Eu sei que não posso ajudar muito, nem vou poder ficar com a criança enquanto você faz faculdade, mas eu trouxe um presente. - Ela tirou da bolsa, um livro.

Abri curiosa, e era “Os Contos de Beedle, o Bardo”. A versão antiga, de capa mole, a que eu queria há anos.

- Como sabia que eu não tinha esse? – Pergunto, feliz. - Eu amo esse livro.

- Era meu. - Ela fala. - Ajuda a colocar crianças na cama.

- Não posso aceitar. - Digo. - Você vai ficar sem...

- Já comprei a versão que eu queria. - Ela diz, sorrindo. - Fica tranquila.

Sorri, agradecida. Eu sempre tive o sonho de ler esse livro para meus filhos um dia, eu adoro os contos que tinham nesse livro.

- Será o primeiro livro que lerei para ele. - Digo a ela.

- Marianaaaaa. - Grita Lavínia. - Eu quero comer.

- Meu Deus criança cadê a educação? A gente acabou de comer!

- Eu quero doce! - Gritou a mais nova.

Eu sorri, e dei uma colher com bastante brigadeiro a ela.

- Ela não vai dormir no horário. - Amanda geme, frustrada. - Irei fazer isso com seu filho um dia, você verá.

Sorri, Amanda foi embora antes de meus pais chegarem, eles acham que ela não é uma boa influência para mim.

- Estarei sempre do seu lado, se a minha tia bancar a maluca e te colocar para fora de casa, já sabe onde eu moro. - Ela me deu um abraço. - Eu te amo.

- Eu também te amo.

Antes de sair, minha prima me deu dinheiro, apesar de eu tentar negar. Ela me deu uma grande quantia para "gastar como quiser".

Guardei o dinheiro para comprar coisas para o Harry.

Amanda me deu esperança, claro que eu estava mais ferrada do que ela jamais esteve, mas ela não tinha ninguém quando teve Luiza, não tinha ninguém quando uma estranha jogou a Lavínia em seus braços.

E mesmo assim ela está aí hoje, sendo feliz e o meu maior exemplo de superação.

Se ela conseguiu não tendo ninguém, eu consigo com a ajuda das ótimas pessoas que eu tenho ao meu lado.

Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora