Eu e Bia recebemos uma ligação, avisando que tinham encontrado crianças com um perfil compatível com o que pedimos.
Estávamos na fila de adoção a algum tempo, mas mesmo assim, foi emocionante quando ligaram avisando sobre a visita domiciliar, e foi incrível quando nos deram uma pasta com a ficha daquelas crianças incríveis.
Era emocionante ser mãe, só que de uma forma complemente diferente.
Henrique e Felipe saíram. Meu namorado foi pagar uma conta e Henrique o seguiu. Estamos esperando apenas eles chegarem para dar a notícia aos meus filhos.
- Que bom que chegaram, estávamos esperando vocês chegarem para contar as crianças. - Digo, assim que entram.
- Por que eu tinha que participar dessa conversa? - Henrique disse, de forma debochada.
- Porque, meu querido amigo. - Respondo, de uma forma igualmente debochada. - Você vai adotar uma menina da idade do meu filho e eles vão participar da vida um do outro.
- Está bem. - Henrique revira os olhos. - O que eles sabem?
- Tínhamos comentado com eles que iríamos ter mais um filho em breve e que ia ser diferente pois ele já ia vir crescido. - Felipe fala.
- Ok. - Henrique pede. - Chamem eles.
- Harry! Alice! - Eu grito, apenas porque sabia que isso iria irritá-lo.
- Se fosse pra fazer isso, eu mesmo fazia. - Henrique reclama, revirando os olhos.
- Cala a boca. - Digo, rindo.
Antes mesmo deles chegarem no andar de baixo, já era possível ouvir as suas vozes e passos.
- Saí da frente Harry! - Ouvimos Alice gritar. E depois ouvimos um barulho alto seguido de um gemido masculino.
- Jude! Eu vou te matar! - Ela ri e desce correndo, ah céus...
- Jude. - Digo olhando séria para a minha filha. - O que você fez?
- Nada mamãe. - Ela me respondeu, dando um sorriso inocente. E isso me garantiu que ela tinha, de fato, feito alguma coisa.
Ela tem apenas cinco anos, tem o meu tom de pele e os meus olhos, a única coisa que garante que ela é filha de Felipe é o formato do rosto, o nariz e o cabelo liso meio cheio.
- Crianças! Temos novidades. - Henrique fala.
- Qual? - Harry pergunta, olhando para Henrique. Sentamos todos nos sofás e começamos a explicar.
Harry estava nos olhando com aquela cara de "Falem logo, eu aguento". Já Alice estava sacudindo suas pernas como de falasse "Com tanto que eu não me ferre, não tem problema nenhum". Meus filhos eram muito travessos e inteligentes, e eu adorava ver a reação deles em cada coisa que acontecia no nosso dia a dia.
- Vocês se lembram de quando eu e seu pai falamos que iríamos ter mais um filho? - Pergunto a eles, da forma mais doce possível.
- Mamãe tá grávida? - Alice pergunta, com um brilho no olhar.
- Não. - Felipe responde. - Nós falamos para vocês que iríamos pegar uma criança crescida, e hoje, quando vocês estavam na casa da sua avó, recebemos uma ligação falando que podemos conhecer a criança sábado que vem.
- É menino ou menina? - Harry pergunta.
- É mais velho que a gente? - Alice pergunta.
- É mais velho que eu? - Harry pergunta.
- Eu vou ter que dividir meu quarto? - Alice pergunta.
- Crianças, fiquem calmas. - Digo sorrindo. - É um menino, seu nome é Samuel, ele tem sete anos, e vai ficar com o quarto branco. - Era assim que a gente chamava o quarto de hóspedes. O quarto que sobrou, pois o outro demos a Alice.
- Quando que ele vem morar aqui? - Harry quis saber.
- Nós não sabemos nem se ele vai querer vir morar com a gente. No sábado vamos todos visitá-lo e ele vai decidir se quer continuar tendo contato com a gente.
- Então vamos ter um novo irmão. - Harry fala. - Legal. - Diz, com os braços cruzados e dando um sorriso. - Vou te ajudar a cuidar dele, mãe. - Harry me fala e não consegui segurar o suspiro de alívio.
Quando Alice nasceu, Harry ficou muito tenso e resistiu muito a chegada da mais nova.
- Eu estou feliz que vou continuar sendo a única menina e a mais nova. - Alice fala, sacudindo suas pernas.
- E tem mais uma coisa. - Digo, recebendo o olhar ansioso de meus filhos. - Os seus tios vão conhecer uma menina, seu nome é Helena ela é só alguns meses mais nova que você Harry. - Digo, e agora meus filhos olham para os meus amigos. - Vamos conhecer ela sábado também. Ela é prima do Samuel, e se tudo der certo, vai ser filha deles.
Harry e Alice levantaram do sofá e abraçaram Bia e Henrique, assim que eu acabei de falar.
- Isso é incrível, tia! - Harry disse para Bia. - Você vai ter uma filha! E ela já vai vir grande, vou fazer de tudo para ela ser minha amiga.
- Tio, vou ter uma prima! Ela vai poder pentear meu cabelo! Vai ser incrível! - Alice disse para Henrique, e depois foi falar com a Bia sobre cabelo.
Me surpreendi quando senti Felipe me abraçando por trás, e apoiando a cabeça em meu ombro.
- Eu tenho a impressão que essa foi uma das melhores decisões que já tomamos. - Felipe fala.
- Claro que foi. - Digo presunçosa. - Foi minha ideia.
- Você é impossível. - Ele revira os olhos e beija o meu pescoço. - Obrigado por isso. - Ele diz, olhando as crianças falarem com nossos amigos. - Eu te amo.
- Eu também te amo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)
Novela JuvenilMãe adolescente, uma cozinheira animada e com a mente fora da caixinha. Mariana tem seu mundo virado de ponta cabeça depois dos seus 17 anos. Esse livro vai contar a perspectiva da Mariana, e de como foi para ela ser mãe tão nova, juntamente com o s...