11- Please Don't Go Girl

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*POV FELIPE*

Eu tinha ido encontrar Mariana no shopping. Já tinha a avistado, e vi que tinha um menino loiro conversando com ela.

Eu queria saber quem era ele. Sentei em uma mesa próximo deles, e fiquei esperando ela mandar ele pra casa do cacete.

Mas pelo contrário, ela ficou conversando com ele, animadamente.

- O que uma menina tão bonita está fazendo aqui sozinha? - Ele perguntou, ainda sem se sentar na mesa.

- Não estou sozinha, estou com o meu filho. - Ela disse, fazendo piada. Gostei, já disse que tinha um filho, e apesar de ser óbvio, é bom ressaltar.

- Mas ele não pode fazer muito agora, só crescer. Sou Pedro.

- Meu nome é Mariana. - Ela falou. - Mas infelizmente você não pode ficar, meu namorado vai chegar daqui a pouco.

- Ah, um namorado, sempre tem um namorado. - Ele disse, em um tom reclamão. Que pena né, meu querido? Sim, existe um namorado. - Mas isso não me impede de te fazer companhia, até ele chegar.

Ela concordou, achei que estava na hora de eu me meter.

- Felipe! - Mariana disse, se assustando ao me ver. - Chegou cedo.

- Você também. - Digo, olhando para o menino de cara fechada. - Você poderia nos dar licença? - O menino me olhou de cima abaixo e saiu, dando um tchau tímido a Mariana.

- Que bom que você chegou. - Ela disse, sorrindo. - Acabei de conhecê-lo e ele estava aqui só até você chegar.

- Por que sempre que você fica sozinha, tem alguém que eu não conheço falando com você? - Eu digo, tentando não demonstrar o quanto esse tal Pedro me deixou incomodado.

- Porque eu sou sociável. - Ela disse, sorrindo. - Qual é o problema de fazer amigos novos?

- Mas por que são sempre amigos e nunca amigas? - Isso sempre me perturbava. Mariana sempre fazia muitos amigos, garotos. Será que ela nunca percebeu o olhar que eles lançam a ela?

- Está com ciúmes? De mim? É sério? Acha mesmo que alguém vai querer ficar comigo, eu que estou grávida? - Ela disse, já ficando com raiva. Meu Deus, ela não percebe como ela chama atenção por onde passa?

Em como alguns praticamente lambem o chão onde ela pisa, eu sendo com certeza, o primeiro dessa fila.

- Mas você é muito bonita. - Digo. Como ela não enxergava isso?

- Mas agora, eu levo um compromisso, quem fica comigo, fica com o Harry. - Ela disse, com raiva. - Não é tão simples assim.

- Mas não gosto de você falando com meninos que eu não conheço. - Eu disse. Não sei o que esses meninos podem fazer com ela.

- Seu único amigo é o Henrique! - Ela disse, com raiva.

- Ou seja só fale com ele! - Ela finalmente entendeu, Henrique era o único que eu sabia que não iria fazer nada com ela.

- Você não manda em mim! Falo com quem eu quiser! Vai virar namorado controlador agora?

- Não! Por que mesmo se eu fosse, você não tomaria jeito.

- Isso não faz sentido! Olha, quer saber? - Ela fala. - Eu vou para casa, quando você voltar a ser você, me ligue. E eu não entendi para que tanto escarcéu. - Ela reclamou. - Você não é meu namorado.

Ela disse isso e saiu, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Eu ainda fiquei sentado naquela mesa, em uma praça de alimentação. Extremamente puto.

Eu sabia que não era namorado dela, por isso que a chamei para sair. Para acabar com essa palhaçada.

Bia já tinha me avisado que Mariana era uma menina sentimental e queria um pedido de verdade.

Eu obviamente, já tinha reparado nisso. Mas não sabia o que fazer.

A última coisa que eu queria era que ela fosse embora. A última coisa que eu queria era magoá-la.

Mas que merda! Por que essas coisas são tão difíceis?

Ela era a mãe do meu filho, minha melhor amiga... Sem ela, eu sentia como se o meu mundo desabasse.

Eu não posso deixar ela ir embora, simples assim. Ela não é como as outras meninas, que podem ir e não vão fazer diferença.

Eu corri até a sua casa, bati na porta e quem abriu foi a sua mãe.

Eu não falo muito com ela, e eu não sei se ela gosta de mim, sendo bem sincero.

- A Mariana está? Preciso falar com ela.

- Ela acabou de chegar. - Sua mãe disse. - Está chateada, boa sorte.

Eu fui direto até o seu quarto. Entro sem bater, a assustando.

- O que está fazendo aqui? - Ela disse, me doeu ver seu rosto. Ela estava realmente triste.

- Eu te devo desculpas. Eu não queria ser um namorado controlador, eu só estava preocupado e...- Ela levantou as sobrancelhas, querendo ouvir de mim. - Eu estava com ciúmes.

- Ah sim. - Ela disse me olhando, com uma expressão indecifrável. - Está perdoado, era só isso?

- Eu te amo. - Senti como as palavras a afetaram.

- Não diga essas coisas apenas para ser perdoado. - Ela disse, com os olhos lacrimejando. - Não me engane, por favor.

- Não é mentira. - Eu digo, me aproximando. - Eu tinha chamado você, para lhe dizer essas coisas. Ia ser do seu jeito, sorvete, um encontro e no final dizer as coisas que eu sinto da forma mais linda e feminina possível. - Ela sorriu. - Porque, eu amo você.

- Eu também amo você. - Não percebi o quanto eu precisava dessas palavras até ouvi-las.

- Então você me aceita? Aceita ser minha namorada?

- Ah Felipe. - Ela disse. - Por favor, não me engane, não brinque comigo, por favor. - Eu senti a sua dor, o medo até.

Ela pensou que eu pretendia deixá-la, céus como eu a deixaria? Sabendo que logo outro chegaria, e tomaria meu lugar, talvez o Harry chamasse esse outro de pai...

Não permitiria isso, jamais.

- Não pretendo te deixar. - Eu disse. - Se alguém acabar esse relacionamento, esse alguém é você. Então, por favor, não me deixe.

Ela me beijou, não foi um beijo educado, ela me puxava contra si, e eu segurava a sua nuca, a puxando com força.

Mordi o seu lábio inferior, e senti ela se apoiar em mim. Essa era a melhor sensação do mundo.

- Eu amo você. - Digo, quando nos separamos. - Amo você de verdade.

Ela enfiou o rosto na curva do meu pescoço, e sabia que ela sorria. Era incrível ser o motivo do seu sorriso.

- Aceito. - Ela respondeu, baixo.

Eu a apertei em um abraço, e não me lembro de ter sentindo mais felicidade em nenhum momento da minha vida.

Eu a amava, e ela me amava. E isso era mais do que o suficiente para eu ser feliz.

Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora