5- Last Friday Night

247 132 43
                                    

Hoje é a festa de aniversário da mãe do Felipe.

E se eu soubesse que iria dar tanta merda nessa festa, eu nem teria saído de casa. Essa festa realmente mudou o rumo da minha vida. Na verdade não a festa em si, e sim uma grande quantidade de batidas de morango.

Eu estava com o presente na mão (o livro A Culpa é Das Estrelas), esperando Henrique chegar com a Bia.

Henrique e Bia vieram de UBER, e assim que o carro chegou já percebi que eles brigaram no caminho.

Então sentei na frente, o motorista estava irritado, provavelmente eles vieram discutindo na cabeça do coitado.

- Boa noite. - Desejo a todos, ninguém respondeu. Resolvi ficar quieta.

Quando chegamos, percebi que a festa que Felipe falou, era na verdade, uma espécie de balada.

Parecia que todo Rio de Janeiro estava na casa dele.

Assim que chegamos, deixamos o presente na mesa de presentes e fomos em busca do Felipe.

Eu estava nervosa, estava desenvolvendo sentimentos por ele, tinha consciência disso. Estava tão besta por ele, ao ponto de me preocupar se ele iria reparar na minha roupa.

Eu vim de short jeans, tênis all star e minhas meias listradas, e uma blusa preta. Não passei maquiagem e coloquei meu colar das Relíquias da Morte que ganhei do Henrique.

- Para Mariana! Vai ficar tudo bem, você está muito gata. - Bia disse, me acalmando.

Bia estava com um cropped preto, uma calça jeans e tênis do Puma, com a mesma maquiagem de sempre.

E eu caguei para roupa do Henrique só sei que a blusa é azul.

- Mas e se não estiver bom o suficiente? - Perguntei.

- Ele seria um idiota se te olhasse só pela aparência, Mariana! E sabemos que ele não é assim, ele não te deu um abraço super apertado hoje na escola depois da aula de educação física? E estávamos todos suados e esgotados, porque além de ser educação física hoje é sexta. - Bia fala, de forma acolhedora.

- Tá, me convenceu. - Respondo.

- Do que estão falando? - Henrique pergunta.

- É da sua conta? - Bia responde. Ah céus, vai começar.

- Bia, você é tão grossa! - Ele disse, com um tom debochado.

- E você é um babaca, mas ninguém está ressaltando isso está?

- Gente aqui não, é uma festa. - Ambos fecharam a cara, enquanto continuávamos andando pela enorme casa do Felipe.

E para facilitar tudo, as luzes estavam apagadas estilo balada e o som da música estava muito alto.

A festa é de uma tia de quarenta e seis anos ou de uma adolescente baladeira?

- Gente! Finalmente nos encontramos. - Felipe fala alto, para podermos ouvir.

Ele está de calça jeans, blusa branca e com o cabelo despenteado como sempre. Como eu queria que estivesse de óculos.

- Cara essa festa está incrível, tem tanta menina gata. - Henrique fala.

- Tem mesmo. - Bia concorda. - Mas se elas vão querer ficar com você já é outra história. - Ela alfineta, Henrique a olha ofendido.

- Quer saber? Sua opinião não me incomoda nenhum pouco, eu vou beber.

- E eu vou no banheiro. - Bia diz, e eles vão para lados opostos.

Eu e Felipe mal ficamos sozinhos, pois Bia e Henrique voltaram logo e todos fomos beber.

Eu peguei batida de morango, que era considerado um nível médio. Mas mesmo assim, se você beber uma garrafa toda sozinha, vai endoidar.

Eu não lembro se foi quando acabou Cool Out, ou se foi no início de Last Friday Nigth, que eu não me importava mais se Felipe iria ou não me recusar, eu ia contar e ponto.

- Felipe. - Perguntei, com a voz um pouco enrolada.

- Que? - Ele não estava muito diferente de mim.

- Mesmo você sendo um porre na minha vida, eu gosto de você. - Digo, virando mais um copo de batida de morango.

- Eu também gosto de você. - Ele respondeu ainda dançando comigo, de uma forma que mais tarde, eu considerei constrangedora.

- Não. Eu gosto de você, da forma romântica, entendeu?

Ele arregalou levemente os olhos, e por pouco não deixou o copo com sua bebida cair.

- Não é brincadeira? - Ele pergunta, me segurando pelos ombros.

- Não. - Respondo.

- Eu também gosto de você.

Eu não sei quem beijou primeiro, quem atacou primeiro. Só sei que quando eu vi, estávamos nos agarrando, no meio da pista de dança, que na verdade era a sala de estar da casa dele.

Felipe apertava minha nuca e cintura, eu me agarrava a ele cada vez mais.

Seus lábios macios atacavam os meus da mesma forma que eu atacava os dele. De forma agressiva e bruta.

Quando o ar nos acabou, nos separamos e nos olhamos por um curto período de tempo.

Até que Felipe segurou minha mão e me levou ao segundo andar da casa.

Entramos no que eu acredito ser o seu quarto e voltamos a nos beijar.

Seus beijos eram intensos, não queríamos conversar, não achávamos necessário conversar. Ele me puxava pra si e eu fazia o mesmo, tudo que fazíamos parecia ser certo.

Tudo que ele fazia era certo, ele era virgem? Acho que não.

- Felipe? - Eu digo me afastando, tentando me agarrar ao último resquício de responsabilidade que eu tinha.

- Hum? - Ele gruniu enquanto descia os beijos até o meu pescoço. Já estava difícil raciocinar por causa do álcool e Felipe não estava ajudando em nada.

- O que estamos fazendo? - Ele parou e olhou nos meus olhos com um ar pensativo.

- O que a gente quer fazer? Não é? - Ele coçou os cabelos.

- Acho que é. - Digo insegura. - É que você falou que não tinha encontrado a menina certa, e eu queria fazer com o menino certo.

- Quando eu disse isso? - Ele perguntou confuso.

- Disse isso na minha casa. - Eu digo. - Eu não quero fazer algo para me arrepender depois.

Ele ficou me olhando por um tempo, e eu realmente achei que ele ia me tirar do seu colo e voltar para a festa.

- Eu disse aquilo para despistar o seu pai, porque eu não sabia o que falar. - Ele falou. - Não quero que você pense que estou te usando.

- Eu não acho que você faria isso. Só não quero que seja com a pessoa errada entende?

- Entendo. - Ele fala. - Acho que vai ficar tudo bem.

- Também acho. - Digo, sorrindo nervosamente. E voltamos a nos beijar.

Porém esquecemos de um detalhe muito simples, mas infelizmente, importantíssimo.

A camisinha.

Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora