- Amiga, você está bem? - Pergunto a Bia. - Você está meio... verde.
- Eu tô ótima. - Uma grande mentira, mas fingi que não percebi.
- Não é melhor ir ao médico? O casamento é amanhã e você tem que estar bem. - Digo.
- Eu não quero passar a véspera do casamento no hospital. Está tudo bem. - Ah céus, que menina teimosa!
- Eu já disse o que pode ser e você não acredita em mim. - Digo, com um olhar convencido. - Os testes estão dentro da sua bolsa, faça quando quiser.
- Quer saber, irei fazer, apenas para provar que você está errada. - Eu fiquei sentada no sofá da casa dela, esperando ela dizer alguma coisa. Afinal, eu já sabia o que estava acontecendo, apesar dos protestos de Bia.
- Puta que pariu deu positivo... Nos três testes. - Ela disse alto o suficiente para eu ouvir da sala.
- Meu Deus, você está grávida. - Digo meio chocada. Apesar de já saber que ela realmente estava grávida, ainda assim era um baque, minha melhor amiga está grávida.
- Liga para o Henrique. - Ela pede, olhando em choque para os testes.
Eu ligo obviamente, invento uma desculpa qualquer e mando ele vir rápido.
- Está tudo bem. - Eu digo, pois ele estava preocupado. - Só vai falar com ela.
- Está bem. - Ele já ia puxar Helena junto quando eu interrompo.
- Vamos levar a Helena para brincar lá em casa com as crianças. – Digo, e a arrasto para a minha casa, antes que façam perguntas.
Helena não se importou, ela continuou tomando o seu sorvete e conversando com Harry.
- O que aconteceu? - Felipe me pergunta dentro de casa, quando as crianças já estão longe.
- Bia está grávida. - Eu digo. - Mas vamos deixar ela contar.
- Uau. - Ele disse. - Henrique vai ser pai, digo, pai de um bebê. - Ele fala, chocado. - Ontem éramos crianças.
- Bem, ainda somos crianças. – Digo, o abraçando. - Mas só por dentro.
Eu estava me arrumando com Bia, decidimos não contratar ninguém para isso. Eu sou boa com maquiagem e ela também, uma ajuda a outra a fechar os seus vestidos e pronto.
Tiramos no cara ou coroa quem iria entrar primeiro e eu ganhei, deixando Bia puta da vida. Mesmo a gente não sendo a madrinha uma da outra durante a cerimônia, seremos no cartório.
Estávamos animadas e falantes, coisa que me lembrou a adolescência, na época que nos arrumávamos juntas para festas.
O vestido de Bia era trabalhado em renda, ia até o pé, tinha um decote em reto, as mangas eram soltas e iam até o cotovelo, com renda somente nas extremidades. A parte de cima do vestido era apertada até a sua cintura, onde a saia se abria, mas sem ser bufante. Ela usava um cinto brilhante para delimitar bem minha cintura, e não ficar somente a renda do vestido.
Seu cabelo estava cheio de fixador e grampos, preso somente em cima, com uma cascata de cachos, feitos por mim, no resto do cabelo, sendo preso por uma presilha pequena, em formato de flor. Ela usava sapatilhas brancas e brincos pratas extremamente belos. Além disso, estava com a maquiagem mais carregada que o costume, mas nada muito extravagante.
O seu buquê era pequeno, e tinha poucas flores, como tulipas, flores lilás e rosa bebê. Era bem simples, porém bonito.
Eu, por outro lado, tinha se aprofundado em minhaa personalidade extravagante, de acordo com a Bia. O meu vestido era tomara que caia e cheio de apliques em formato de flores na saia. Escolhi um vestido creme, que ficou ótimo no meu corpo.
Desde que começamos a planejar o casamento, deixei o cabelo crescer e o prendei com diversas presilhas de flores, num coque mais informal, mas mesmo assim, lindo.
Revelei apenas a Bia o real motivo para tudo aquilo, era que os tantos apliques eram para a minha mãe não reparar que eu estava de tênis.
Meu plano seria tirar todos "frufru" depois da cerimônia, deixando meu vestido mais simples, porém elegante e lindo.
Eu usava uma maquiagem carregada demais para os meus padrões de dia a dia, usava brincos pequenos de bolinhas douradas.
O meu buquê já era um pouco maior que o de Bia, e feito somente de rosas brancas, que ficou ótimo em contraste com o vestido creme.
- Você está linda, filha. - Meu pai disse, me abraçando.
- Obrigada. Estou casando com quase trinta anos, três filhos e um cachorro. Não acha que está muito cedo? - Brinquei com meu pai.
- Eu disse para você tomar cuidado com aquele menino. - Ele disse, e revirou os olhos quando percebeu que eu não me lembrava. - Quando conheci o Felipe, disse que vocês iriam ficar juntos.
- Ah, verdade. – Digo, sorrindo. - Foi a tanto tempo...
- Mas você, como sempre, fez tudo do seu jeito. - Ele me abraçou novamente. - Estou orgulhoso de você. - Ele disse, olhei o relógio e vi que estava na hora.
Puta que pariu, eu vou casar!
Passo na frente de Bia e lhe dou língua, fazendo o seu pai me olhar confuso e fazendo minha amiga rir.
- Você está bem? - Perguntei.
- Estou. - Ela me respondeu, sorrindo.
Eu lhe dei um abraço apertado, e nenhuma de nós duas conseguia segurar as lágrimas.
- Passamos por tanta coisa juntas. - Digo. - Tenho orgulho de dividir esse momento com você.
- Eu também, muito obrigada por tudo. - Ela diz. - Eu amo você.
- Eu também. - Respondo, realmente a amava.
Ela estava lá, em todos os momentos mais importantes da minha vida, ela sempre esteve do meu lado. Ela era a minha metade de exatas, meu outro lado...
Afastei os pensamentos antes que começasse a chorar. A olhei uma última vez, e virei para frente.
E finalmente, entramos.
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Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)
Teen FictionMãe adolescente, uma cozinheira animada e com a mente fora da caixinha. Mariana tem seu mundo virado de ponta cabeça depois dos seus 17 anos. Esse livro vai contar a perspectiva da Mariana, e de como foi para ela ser mãe tão nova, juntamente com o s...