Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)

24- Marry Me

*POV FELIPE*

Henrique e eu ficamos conversando pelo Whatsapp até mais ou menos as quatro da manhã. Fizemos um esquema muito bem (mais ou menos) organizado para conseguir pedir as meninas em casamento.

Esperamos as meninas saírem de casa para mexer no porta joias delas, pegamos os anéis que elas usavam com frequência e levamos em uma joalheria.

Mas essas coisas são caras pra caramba!

- Anéis de casamento são caros. - Reclamei, olhando a vitrine. - E por que temos que comprar um de noivado e um de casamento? Não vamos ficar noivos por muito tempo.

- A minha avó disse que é romântico e as mulheres gostam. - Henrique disse, e reviro os olhos. - Então pare de reclamar que não deve ser tão caro.

Entramos na loja e fomos falar com a atendente.

- Boa tarde, gostaríamos de comprar anéis de noivado e casamento. - Disse Henrique.

- Só para as damas ou vocês vão querer também? - Ela perguntou, com doçura.

- Dois para elas e um para nós. - Eu falei, ele era louco se pensou que eu ia usar dois anéis. - Não me importo de usar a mesma aliança.

- Concordo. - A atendente ainda assim sorria, afinal, vamos levar seis anéis.

- Qual é o tamanho do dedo das moças? - Ela pergunta.

- Trouxemos anéis para comparação. - Entregamos os anéis nas mãos dela.

- Anéis pratas ou dourados? - E daí começou uma série de perguntas.

Finos ou grossos? Querem gravar alguma coisa neles? Querem com diamantes?

Depois de muitas perguntas e de ver inúmeros anéis, compramos os que achamos que combinavam com elas.

Eu escolhi dois anéis dourados e largos, bem simples, mas eu os via como significativos. O anel de casamento ainda tinha uns desenhos que eu pedi para colocar.

- Quando é o seu aniversário de namoro? - Perguntei, afinal, essa vai ser a desculpa que Henrique vai usar para levar a Bia em um encontro.

- Daqui a uns vinte dias. - Ele disse, olhando a data no celular. - Daqui a vinte e um dias, na verdade.

- Vamos fazer as reservas logo. - Digo, já sabendo que o restaurante será uma fortuna.

Vinte e um dias depois.

Enrolei Mariana e consegui convencê-la de sair de casa, disse que iríamos comemorar o nosso aniversário de primeiro encontro.

Mariana é tão lerda com datas, que ela nem percebeu que nosso primeiro encontro aconteceu no início, e não no final do ano.

Eu tentava manter um sorriso e pensar que mais tarde, eu iria me divertir muito, porque até agora, meu dia estava uma bela merda.

Primeiro que eu perdi três ônibus e cheguei atrasado no trabalho.

Segundo que quase deixei a caixa da aliança ser atropelada pelo BRT, e para salvar a merda da caixa eu quase fui atropelado por um BRT.

Mas consegui me virar. Minha mãe me deu dicas de como ser romântico, mas Mariana me conhecia. Não precisava dessas coisas, pelo menos eu espero que não...

Eu passei o dia inteiro sendo provocado pelo meu chef por ter chegado atrasado, mas fiquei quieto, antes que me prendesse aqui até mais tarde.

Finalmente saí do trabalho, fui direto para o restaurante. Quando eu chego, vejo que Mariana já está lá.

- Feliz aniversário do Primeiro encontro. - Digo e ela repete minhas palavras. - Como foi o seu dia?

Fazemos o pedido e eu não paro de olhar para a porta, eu vejo Henrique e Bia entrando e fico esperando Mariana acabar de comer para pedir a sobremesa e fazer o pedido.

Mas ela demorou uma eternidade para comer, de tempos em tempos, eu olhava a aliança, olhava a hora, olhava o Henrique. Estava tão nervoso que Mariana notou.

- Está tudo bem? – Perguntou, assim que acabou o seu tão demorado jantar.

- Uma maravilha. - Digo. - Já vamos para a sobremesa?

- Sim, dizem que a torta de morango aqui é divina. Eu quero uma fatia. E você? - Ela disse, já chamando o garçom.

- O mesmo. – Digo. Fizemos o pedido e o garçom logo trouxe a comida, o que me deixou irritado. Quando eu quero que a comida demore, ela chega em dois tempos, quando eu quero que ela chegue em dois tempos, ela chega em duas eternidades.

Ela já estava na metade da torta, revirando os olhos com o sabor e fazendo suas caretas. Acabei de comer minha torta e tomei coragem para fazer o pedido.

Se demorasse mais um pouco, eu teria uma crise de pânico.

- Mariana. - Chamei.

- Oi. – Disse, meio desatenta, ainda comendo sua torta.

- Eu estou preparando essa nossa saída a algum tempo, tenho uma coisa especial para pedir. - Ela me olhou confusa, como se estivesse tentando adivinhar minhas palavras. - Eu realmente amo você. – Digo, segurando sua mão.

- Ah, Felipe. - Ela diz, com certeza, surpresa pela minha declaração espontânea. - Eu também amo você.

- Eu já te observava na escola desde antes de você entrar na minha turma, mas não tinha coragem de falar com você. - Ela sorriu. - Quando começamos a conversa por causa do Henrique e dos trabalhos da escola, eu fiquei feliz.

- Eu também fiquei muito feliz. - Eu via que ela estava feliz naquele momento, sorrindo com sinceridade, o que me incentivou a continuar.

- Quando você engravidou eu fiquei com medo de você querer criar o Harry sozinho e longe de mim, mas você me aceitou e hoje eu sei o quão sortudo eu sou de ter uma mulher tão forte ao meu lado. Você é uma ótima mãe, ótima cozinheira e você me ajudou em tantas coisas. Enfim. - Fiz uma pausa e tentei ignorar suas lágrimas para evitar as minhas, seria muito constrangedor chorar e não consegui terminar de falar. Ela me zoaria até o fim dos tempos...

- Eu...- Ela tentou falar entre as lágrimas, porque como sempre, ela tinha que falar alguma coisa, mas eu a cortei.

- Eu te amo para um cacete. - Demos uma leve gargalhada. - Além de tudo que eu disse, você também é linda pra caralho. - Ela riu de novo. - Não sei mais viver sem você, eu quero passar todos os dias da minha vida com você. Você é tão especial para mim, não vejo motivos para não perguntar. - Ela arfou de surpresa quando me ajoelhei na sua frente. - Quer casar comigo Mariana?