17- How Will I Know

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- Olha só, a Bia vai chegar daqui a dois dias. - Henrique falava. - Tudo tem que estar maravilhoso! A gente já não fez uma festa de despedida...

- Você pode se acalmar? – Digo. Ele já estava me irritando com essa mania de bancar o mandão.

- Mas...

- Mas nada! - O corto. - Vamos fazer uma coisa organizada. Vou ligar para os pais da Bia, vou chamar os nossos amigos e vai ser algo bem reservado.

Henrique chegou aqui dizendo que queria fazer uma festa de boas-vindas para a Bia. O problema é que ele é muito perfeccionista, e ela vai chegar daqui a dois dias.

- Eu concordo, você lembra nos dezoito anos dela? Foi algo bem simples, a gente só saiu para comer.

- Vai ser aqui em casa. – Digo, depois de pensar um tempo. - Ela disse que você vai buscá-la no aeroporto, traz ela direto para cá, dizendo que esqueceu algo importante, ou que tem que dar carona para o Felipe, inventa. Já sabe quando ela vai chegar?

- Vai chegar às seis da tarde.

- Ótimo. - Felipe disse. - A comida, bem, cada um traz uma coisa.

- Sim, o bolo e os doces deixem comigo, vou fazer com as sobras da loja. - A senhora Catarina sempre dá as sobras do mês para os empregados.

- Então tá. Vamos começar a arrumar isso aqui. - Henrique fala, e começamos uma faxina pesada.

Aproveitamos que Harry estava dormindo no carrinho para arrumar as coisas. Liguei para as pessoas que achava importante convidar, Felipe tirou os brinquedos do Harry da sala e aos poucos tudo foi ficando em ordem.

Fizemos uma pausa para a janta, a cozinha era a única parte da casa que ainda estava uma zona. Além de eu ter acabado de fazer comida, amanhã vou ter que fazer os doces e o bolo, então só vamos limpar isso amanhã de tarde. Henrique acabou dormindo na minha casa, em um dos quartos de hóspedes.

O dia começou animado, eu coloquei música alta enquanto fazia os doces para a festa, todos confirmaram presença.

- Diminui essa música Mariana! Tá assustando o Harry. - Felipe reclamou enquanto tentava dar comida ao Harry.

Mas eu não me importei, sabia que ele só estava assim porque o meu inglês está bem melhor que o dele.

- HOW WILL I KNOW IF HE REALLY LOVES ME? I SAY A PRAYER WITH EVERY HEARBEAT. - Eu praticamente berrava essa canção incrível da Whitney Houston, apenas para provocar Felipe.

- Ela está se achando a gringa desde que começou a fazer aquele cursinho ridículo online. - Felipe tenta me alfinetar.

- Ele está é com ciúmes que eu já consigo ver filmes sem legenda e ele não! - Eu berro da cozinha.

Parei para ver se o Felipe precisava de ajuda. Ele estava dando mamadeira ao nosso filho enquanto conversava com Henrique. Eu estava tão orgulhosa dele.

Estava indo bem no emprego, bem na faculdade, ele era um ótimo namorado, e era um excelente pai.

Sempre me ajudava com qualquer coisa, estava orgulhosa de como aquele menino bobo que eu conheci no ano passado, virou um pai de família, e dos bons.

- Henrique! Tem café pronto. - Grito da cozinha. - Tem uns biscoitos que eu fiz ontem à tarde, vê o que você acha.

Hoje foi o dia inteiro assim, Henrique comendo meus biscoitos, a gente tomando conta do Harry, enrolando doces com a ajuda dos meninos, ouvindo minha playlist e falando da Bia.

Teve um momento no meio da nossa brincadeira que perguntei como quem não quer nada, se Henrique iria continuar com a Bia quando ela voltasse, e lhe lancei um olhar sério, para ele pensar bem antes de falar.

- Eu não mudei nada em relação a ela. - Ele responde, com um olhar perdido, possivelmente pensando na minha amiga. - Ainda não acredito que ela vai voltar amanhã, mas fique tranquila, eu pretendo continuar com ela.

- Acho bom. – Digo, enrolando os doces.

- E você e Felipe? - Olhei para ele. “O que que tem eu e o meu namorado? ” Perguntei com o olhar enquanto comia um brigadeiro mal enrolado. - Quando vai começar a pegar a papelada o casamento? - Acabei me engasgado com a pergunta repentina, tirando risadas do meu amigo.

- Vamos com calma. - Digo me recuperando, enquanto ele ainda ria de mim. - Casamento é caro, só depois da faculdade de vocês.

- A faculdade dele vai durar seis anos! - Henrique disse, como se dissesse "Vão ficar nessa por seis anos?"

- Sim, e a da Bia também, aí a gente casa juntos depois que vocês tiverem comprado uma casa. - Digo rindo da cara de meu amigo, sabia que tinha pego ele no pulo.

- Touché Mariana. - Lhe lancei um olhar convencido, o fazendo revirar os olhos.

- Do que vocês estão falando? - Felipe pergunta.

- Dos nossos casamentos. – Digo, sorrindo.

- Gostaria de receber o convite para o seu casamento Mariana. - Felipe brinca. - Queria saber quem é o maluco. – Mas que filho da puta...

- Talvez o mesmo maluco que engravidou ela. - Henrique disse enrolando um brigadeiro, como quem não quer nada. Felipe nos olhou com cara feia e revirou os olhos.

- Não se mete Henrique. - Felipe disse e saiu da cozinha. Eu e Henrique sorrimos e fizemos um “toca aqui”.

Impulsividade e suas Consequências (LIVRO 2, CONCLUÍDO) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora