A photografia (Livro Concluído)

3 -Um ponto de Equilíbrio

O Casal

- Você precisa  equilibrar sua vida (disse Roberto com o copo de whisky na mão)

-Equilíbrio? Eu não vejo como eu desequilibro nada.Posso arrumar tempo pra tudo. (Falou Eloize tirando o copo das mãos do esposo)

-Agora vamos dormir que você trabalha amanha e o meu dia foi estressante demais para fica discutindo bobagens.

-Uma reunião de negócios não é bobagem! Eu preciso que você me acompanhe Eloize.

-Amanha falamos sobre isso. Amanha por hoje chega.

Eloize sabia acabar uma conversa, sabia direitinho contorna os assuntos domésticos quando queria, e Roberto, diante da firmeza e posicionamento da esposa, sentia-se desarmado quando aquele olhar firme lhe fitava definindo o fim do papo. Era incrível seu poder de domínio sobre ele. 

Naquela noite o moço ficou por horas sozinho em casa esperando  a esposa chegar para convênce-la  a ir em um jantar de negócios com ele. Seria uma reunião onde a outra parte iria leva a esposa e ele não poderia ir sozinho, porém tirar a mulher daquele aeroporto uma sexta a noite seria uma missão impossível. Nas sextas ela sempre largava tarde pois os relatórios dos voos precisavam ser concluídos antes das 00hs do sábado para zera a torre e recomeçar o sistema de controle aéreo das aeronaves.

Sabendo do nível de dificuldade que teria para convencer a esposa, Roberto resolveu tomar dois copos de Whisky para ajudar a relaxa de um dia cansativo com reuniões e coquetéis no salão do hotel. Ele também trabalhava muito e manter a redoma sobre seu casamento perfeito já não estava sendo fácil. Principalmente por que ele sabia que já não era tão honesto assim com o mesmo.

Já alto pelo Whisky, depois de uma tentativa frustrada de convencer a esposa sem que ela desse a última palavra, Roberto, debaixo do chuveiro gelado, decidiu que aquela seria a última vez que ele pediria algo a Eloize. E que dali para frente ele resolveria seus problemas sem a ajuda dela e mesmo se isso resultasse no fim de seu casamento, ele não teria culpa alguma.

Por Eloize

Equilíbrio...

Essa palavra pesou demais no meu coração. Depois daquela discussão no salão de embarque com aquela mulher, eu não precisava que meu marido me acusasse de ser desequilibrada em minhas atitudes. Porém, eu jamais admitiria isso, mas ele tinha toda razão. 

-Onde ando com a cabeça? 

Falei baixo, inclinada na varanda do meu apartamento, Pensando se a resposta não seria a distância na qual meu marido e eu estávamos um do outro. E qual o motivo daquele distanciamento todo? Roberto estava sempre cansado para sexo e nas poucas vezes que transávamos, seu toque já não tinha o mesmo desejo e calor de antes. O que estava acontecendo? 

De uma coisa eu sabia. precisava descobrir antes que fosse tarde demais. Talvez ir aquele jantar fosse a única saída para desarmar meu esposo a ponto dele falar o que realmente estava acontecendo. Então quase que em um rompante e ainda concluindo meus pensamentos peguei o telefone puxei a agenda e liguei.

-Se for para trabalho estou ocupado. ( falou o meu irmão ao telefone) No fundo pude ouvir estalos de beijos e risadinhas.

- Sei que você está acompanhado portanto serei breve. ( disse de uma forma seca e direta)

Ao fundo, ouvir quando meu irmão pediu baixinho para que a moça parasse o que estava fazendo e falou:

-O que ouve Elô? conheço essa voz. ta tudo bem?

-Não,mais vai fica, almoça comigo amanhã? preciso ti pedi um favor.

-Claro as 11h eu chego, deixei tudo certo hoje na torre.