7 - Comida Indigesta

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Por Eloize

Ouvir aquela mulher falar com a maior atenção que pude. Confesso que meus pensamentos oscilavam entre o que ela falava e no meu esposo, que poderia esta sofrendo um golpe de dois oportunistas. Que na certa queriam sonda nossa vida para estampar em uma revista de fofoca ou jornaleco de quinta. Nesse mundo tudo era de se esperar.

Entretanto, ao ouvir ela afirmar que não sabia quem eu era lembrei de suas palavras duras.

...- Eu não sei quem você acha que é, mas, relaxa pois para mim, a sua foto não significa nada por que pra mim você não é ninguém!

Será que era verdade? Que de fato eu não era ninguém pra ela naquele momento? Decidir então analisar tudo minuciosamente. Encontrar uma maneira de checa toda aquela história. Se o tal Hugo não fosse quem dizia ser, com certeza não seria difícil descobrir.

Olhando para o desespero daquela mulher, resolvir volta para a mesa. Não podia arriscar que Roberto assinasse algum contrato com o tal publicitário sem que eu conversasse com ele em particular. Levantei e fui para a mesa dos rapazes. A Partir dali eu observaria qualquer atitude estranha do casal, e no menor deslize de ambos, eu abriria o jogo todo sem nem pensar duas vezes.

- Bom voltamos para pedir o jantar, vocês ainda irão demorar? (perguntei sentando na mesa)

- Não querida acertamos tudo. Esse rapaz é um verdadeiro gênio! Na segunda ele irá comigo vê o Hotel.

Olhei nos olhos de Izabel e Hugo como se quisesse fuzilar ambos. Direcionei-me ao meu esposo e disse:

- Já querido? Não esta sendo precipitado?

- Não querida, de forma alguma. Ele vai e, dependendo dos valores pedidos pela sua agência publicitária, prepararemos os contratos. Certo Hugo?

- Sim senhor Roberto!

Saber que o contrato não estava certo ainda me tranquilizou um pouco. Eu teria tempo para conversar com ele e tirar aquele casal da minha vida. Roberto sempre me ouvia, e isso me assegurava que tudo estava sob controle.

Roberto então sugeriu educadamente que a tal Izabel fosse também:

- O que acha de ir também senhora Isabel? Fique a vontade para acompanha Hugo na segunda.

Ela, olhando pra mim disse:

- Obrigado senhor, mas trabalho segunda, não posso me ausentar de Londres.

- É mesmo senhora Izabel? E no que a senhora trabalha? (quando ouvir aquela pergunta não pude me conter em responder por ela.)

- Izabel é fotógrafa profissional querido. Dessas de Revistas. (Vi a mulher corar em minha frente.)

Então educadamente ela respondeu:

- Não trabalho pra nenhuma revista. Mas, sim sou fotógrafa e tenho um estúdio fotográfico.

- Que interessante. Você tem um cartão? quero visitar seu estúdio. (disse o meu esposo interessado)

- Não trouxe nenhum comigo. Mas Hugo tem meu número e endereço do estúdio, depois ele passa pode ser?

- Claro!

Toda aquela gentileza do meu marido estava me causando náuseas. Então resolvi interromper chamando o garçom para pedir o jantar.

- O que vocês iram querer? Eu estou precisando comer algo.

- Eu sugiro o pato ao molho laranja, é divino? (falou Roberto indicando seu prato preferido)

A photografia (Livro Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora