39 - A visita

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Por Ana Clara Vilar

Acordei mais aliviada. Com a partida de Tatiane para Paris eu me sentia mais segura. "Aquela criatura me assusta".

Pensei isso enquanto tomava um banho gelado para aliviar toda preocupação que me rondava. Eu estava vivendo dias tensos. Izabel não melhorava, mas também não morria. Roberto queria matá-la, mas também não agia. E eu ficava no meio. Sendo a pessoa que passaria ou não a informação da melhora de Izabel,dando o sinal que Roberto precisava para acabar com todos os nossos problemas.

Depois do banho gelado, coloquei uma roupa simples, porém alinhada e fui para o trabalho. Precisava fica de olhos e ouvidos abertos. Eu já havia lançado a semente da boa samaritana e esperava colher os frutos da informação de Eloize. Ela era o meu pomar naquela história.

Ao chegar ao aeroporto organizei as planilhas e deixei tudo como a infeliz da minha chefinha gosta. E não demorou muito para ela chegar. Com a mesma cara abatida de sempre. Desde o acidente a mulher não sorrir mais. Trocou a expressão fechada de executiva por uma expressão cansada e abatida. Provavelmente estava dormindo pouco.

Procurei ser solidária e presta assistência emocional. Um verdadeiro saco. Mas eu não tinha opção.

- E então senhora. Esta bem? Precisa de algo?

- Não querida. Eu estou bem.

- Sabe de Izabel? Ela melhorou?

- Não. Acabei de vim de lá. Tudo que sei é que daqui dois dias irão tentar tirar a sedação.

Aquela era uma informação importante. Sem está entubada, era provável que ela fosse para o quarto. Não disse mais nada. Apenas sair da sala de Eloize e fui para meu birô.

Imediatamente passei mensagens para Izadora com a informação. Ela precisava agir. Da uma de Santa e começar a fica mais próxima de Izabel. Pois se a criatura fosse para o quarto. Ela tinha que já ter adquirido a confiança de todos, ou do contrário, ninguém deixaria ela ficar com Izabel.

Passado dois minutos, meu celular vibrou bastante. Eu já sabia que eram mensagens de Izadora. Desbloqueei a tela e li as mensagens.

... Estive lá hoje, Eloize e Hugo praticamente me expulsaram de lá. Preciso de ideias. Se ela for para o quarto tenho que fica lá.

Eu parei um pouco analisando a situação e tive uma ideia. Sugeri a Izadora que viesse até o aeroporto e apelasse dramática para Eloize. Eu sabia o que fazer para ajudar.

Por Eloize

Cansada. Em pé próxima à janela de vidro que dava para pista de pouso. Eu pensava como estava ficando muito difícil levar as coisas sabendo que Izabel estava doente. Cada vez que eu ia ao hospital ficava pior. Mas me mantinha firme. Eu jamais deixaria de ter fé. Esperar é uma arte que poucos sabem. Eu sabia e iria esperar o que fosse preciso para ser feliz com Izabel. Era incrível perceber como em pouco tempo ela virou minha cabeça. Meu mundo agora só fazia sentido por que ela estava nele.

Entretanto o fato do divórcio está se aproximando me deixava ansiosa. Queria que ela estivesse comigo na audiência. Ali diante do vidro. Comecei a escrever repetidas vezes Com o frio que meu ar condicionado fazia. Dava para ler no vidro nitidamente.

" Eu acredito na nossa história"

Eu estava ainda refletindo nas minhas palavras quando ouvir um barulho como uma discussão na frente da porta da minha sala. E quando olhei para porta com a intenção de aproximar-me. A mesma foi aberta violentamente. E Izadora entrou seguida da minha secretária desorientada. Imediatamente o sangue em minhas veias esquentou.

A photografia (Livro Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora