𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐃𝐄𝐌𝐎𝐍𝐒 | daryl dixon

Welcome To Alexandria

Por dois minutos, Harlie se sentiu segura e tranquila. Ela ficou segurando a mão de Daryl enquanto o grupo adentrava a comunidade e o portão atrás deles era fechado. Porém, a tranquilidade acabou quando o guarda do portão veio recebê-los.

—Preciso que entreguem suas armas. – O guarda disse. – É a regra principal daqui, se quiserem ficar, não podem andar armados.

—Não sabemos se queremos ficar. – Rick respondeu, de maneira grossa.

Faz dois minutos que pisamos aqui e já está dando merda. Eu já devia saber. Harlie pensou. Mas ela gostou da atitude de Rick. Ele conseguiu ser tão ou mais grosso que Daryl.

—Está tudo bem, Nicholas. Eles podem ficar com as armas. – Aaron respondeu. – Pelo menos até falarem com a Deanna.

—É quem raios é Deanna? – Abraham perguntou, com o mesmo nível de simpatia de Rick.

Bom, pelo menos Harlie não era a única desconfiada. As pessoas já estavam começando a demonstrar bom senso. Outro calafrio percorreu pela espinha dela. Era só o que faltava. Deanna é a Mary daqui. Se ela também tiver dois filhos eu juro que me mando! Harlie pensou. O destino não poderia ser mais irônico.

—Ela é a líder de Alexandria. – Aaron respondeu. – Venham, vou levá-los até a casa dela.

Ainda desconfiados, o grupo o seguiu. Quanto mais adentravam a comunidade, mais ficavam surpresos com o quê era tudo aquilo. Eram casas grandes e bonitas, quase mansões. E várias delas. Harlie olhava para aquelas casas, comparando com os bairros ricos que nunca teve oportunidade de morar.

Foi quando ela percebeu que estava segurando a mão de Daryl esse tempo todo. Será que alguém tinha percebido? Quer dizer, o grupo inteiro estava ali, alguém tinha que ter percebido. Devia soltar? Provavelmente, mas não estava com a mínima vontade de fazer isso.

Eles pararam na frente de uma casa, tão grande quanto as outras. Aaron os instruiu a esperarem um pouco ali fora, enquanto entrava. Minutos depois, ele voltou, chamando todos para entrarem. Primeiro, ele disse para Rick entrar em uma das portas ao lado da sala de estar, enquanto o resto esperaria, pois Deanna queria conversar com todos, um de cada vez.

A casa era... o que Harlie poderia descrever como as casas que via nas séries de TV, toda arrumadinha e até com um toque de luxo. Ela encarou Daryl de canto e viu que ele provavelmente estava pensando o mesmo que ela. Mas que monte de merda!

—Angel do céu, você precisa dar uma olhadinha nisso aqui! – Tara disse, puxando Harlie pela outra mão e, contra sua vontade, a separando de Daryl. Ela a levou até a sala de estar. – Ela tem um sofá de couro! Um sofá de couro! Sabe quando eu sentaria em um desses na minha vida?!

Às vezes Harlie se assustava com a capacidade que Tara tinha de aparecer do nada e interromper momentos importantes. Bem, agora que o momento já tinha sido arruinado mesmo...

—Isso é muito brega. Parece com aqueles sofás de advogados velhos que fumam charutos o dia todo. – Harlie respondeu. – Esse sofá deve custar mais do que a casa dos meus pais.

—Você fala isso porque não viu o cubículo onde eu morava com minha família... – Tara respondeu. – Acha que pessoas como nós vão se dar bem num lugar desses?

—Eu ainda estou tentando entender o que é esse lugar, exatamente. – Harlie respondeu, se sentando no sofá. Tara se jogou ao lado dela. – Parece perfeitinho demais para o meu gosto. É como se o apocalipse nem tivesse chegado aqui.

—É... agora que você disse, eu acho que nós vamos é ter problemas aqui. – Tara respondeu. – Não sabemos se essas pessoas estão preparadas para lidar com o mundo como nós estamos. E se eles verem um errante e saírem correndo igual umas mulas?