We Are Sisters

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Harlie ficou tão perplexa ao ouvir aquilo, que imediatamente parou de andar, consequentemente, fazendo-o parar junto. Enquanto ela não tirasse essa história a limpo ali e agora mesmo, não havia reunião ou catástrofe que a faria sair do lugar.

— Não me mate de preocupação desse jeito, casca grossa! Pelo menos, só dessa vez, fique aqui, não vá lá para fora. — Harlie disse. Seu tom não estava zangado. Pelo contrário, estava preocupado. — Michonne disse que aquela horda é gigantesca, eu vou perder a cabeça se te acontecer alguma coisa!

Ela estava tentando falar no tom mais normal que seu humor atual permitia. Não queria brigar com ele outra vez. Mas, com certeza, também não queria que ele fosse para a rua arriscar o pescoço de novo. Não contra um perigo desse tamanho.

— Vou ficar bem, não vou para lá sozinho. Sasha vai de carro, eu vou com a moto ajudá-la a atrair os errantes para longe. Magrela, se eles virem para cá... esse lugar já era. — Daryl respondeu. Ele também estava tentando ao máximo não se alterar, para falar com ela sem grosseria.

— Olhe, eu sei muito bem que você é o mais capacitado entre todos, tem "Indiana Jones" tatuado na sua testa. Eu não ficaria surpresa se o próprio Rick pedisse sua ajuda. — Harlie disse, colocando as duas mãos nos ombros dele, em sinal de apoio. — Mas é muito perigoso, não sei se é uma boa ideia. Você saiu comigo e olhe o que aconteceu...

Ela realmente estava preocupada com ele. Quase o tanto quanto ele estava ao vê-la andando sozinha, com o risco de arrebentar os pontos. Os papéis se inverteram. Novamente, algo o dizia para segurar aquela mulher bem forte e não soltá-la nunca mais.

— Você se machucou muito mais que eu. Tem mais chances de você arrebentar esses pontos andando por aí desse jeito, que acontecer algo comigo lá fora. — Daryl respondeu, colocando as mãos sobre as dela.

Por um momento, ele pareceu ter esquecido que os dois estavam no meio da rua, com grandes possibilidades de alguém ver os dois daquele jeito. Porém, pelo olhar dele, aquilo não importava nem um pouco. Era como se somente os dois existissem, juntamente com a necessidade de transmitir conforto, um para o outro. Ela estava ficando hipnotizada por aquele olhar...

— Cacete, eu realmente quero te trancar em um quarto e transar loucamente agora mesmo... — Harlie sussurrou. É claro que ela iria estragar um momento romântico, colocando sacanagens no meio. Mas esse era o motivo pelo qual ele gostava tanto dela.

— Ei, dá para vocês dois discutirem a relação depois? A gente tem uma reunião para atender agora! — A infame voz de Tara ecoou pela rua, enquanto a loira reparava que estava à sós com ele, e que todos os outros já haviam seguido para a casa de Deanna.

As figuras de Rosita, Tara e Denise se aproximavam, a caminho da reunião. Harlie, outra vez, sentiu vontade de cortar a língua e arrancar os olhos de Tara, por interromper aquele momento. Contudo, conseguiu suprimir a raiva com uma simples expressão de deboche e uma ácida vingança.

— É fácil para você empatar a relação dos outros quando você estava fazendo churrasco com parmesão na enfermaria com uma certa aprendiz de medicina até agora! — Harlie respondeu, em tom de ironia.

Foi difícil descrever a cor que tomou conta do rosto de Denise. Seria tomate ou pimenta malagueta? Juntando isso com os olhos da médica, que estavam praticamente saltando para fora das órbitas, era como se ela estivesse enfartando. Harlie admitiu para si mesma que foi maldade fazer isso, considerando Denise, mas, Tara estava merecendo um puxão de orelha.

E pareceu ter funcionado, pois Tara não estava muito diferente. Também estava com os olhos arregalados, e mordendo o lábio com veemência. Já Rosita, típica fã de ver o cabaré pegar fogo, estava com uma mão por cima da boca, disfarçando a risada.

𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐃𝐄𝐌𝐎𝐍𝐒 | daryl dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora