Dealing With Feelings... Again

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Sinceramente, Harlie não sabia se fora atingida por um surto de adrenalina ou estava apenas tendo uma alucinação. Ela dirigiu durante horas, até mesmo durante a noite, sem parar por um segundo, apenas pensando em chegar em casa. A ferida do tiro ainda doía como se estivesse aberta. Para piorar, ela podia jurar que estava com febre. Mas precisava chegar em casa. Precisava levá-lo para casa.

Após muitos protestos, ela finalmente conseguiu convencer Daryl a permanecer deitado durante a viagem. Ela estava preocupada com os efeitos da queda que ele sofreu horas mais cedo. Temia que se não chegasse em Alexandria a tempo, algo pior poderia acontecer com ele.

Agora ela estava lá, dirigindo como se não houvesse amanhã, no meio do breu do anoitecer, esperando não encontrar nenhuma horda de errantes no meio da estrada... ou mais do que aconteceu mais cedo, com aqueles três homens. Ela precisava avisar Rick e os outros, que eles não estavam sozinhos.

Estava cada vez mais difícil se manter acordada naquela estrada escura, e com dor do jeito que ela estava. A última coisa que ela viu antes de desmaiar no banco foi a breve figura do portão da comunidade em sua frente.

*~*

Harlie abriu os olhos lentamente, encontrando um teto que lhe parecia familiar. Era o teto da enfermaria de Alexandria, ela já passou tempo o suficiente ali dentro para reconhecer o lugar. Então, havia chegado em casa. Ela se virou para o lado e deu de cara com um rosto mais familiar ainda...

— Oi, Angel adormecida! — Tara disse, mais animada que o normal. Ela estava debruçada sobre a cama onde Harlie estava, com as duas mãos apoiando o queixo e aquele olhar arregalado de psicopata, típico dela.

— Tara? Você não deveria estar de pé, aquele ferimento da cabeça ainda não cicatrizou... — Harlie respondeu, tentando se sentar.

— Quem não devia tentar se levantar é você, apressadinha! — A voz de Rosita se tornou presente no local. A latina andou alguns passos na direção de Harlie. — Você estava o maior bagaço quando te encontramos...

— É, eu concordo com a Rosita. No estado em que você chegou... eu não recomendaria que você saísse da cama, pelo menos por hoje. — Uma voz baixa e suave disse, entrando no recinto. Harlie se inclinou para ver melhor e reconheceu Denise. Vê-la na enfermaria lhe deu um alívio profundo. Ao menos, teria uma companhia mais agradável para trabalhar a partir de agora.

— Falando nisso, vocês sabem onde está o Daryl? — Harlie perguntou, em um tom de preocupação. – Ele estava comigo, e estava machucado também.

— Pode ficar calminha aí, ele está bem. — Rosita se adiantou, impedindo Harlie de se mover mais um centímetro. — Ele até ajudou a trazer você para cá mais cedo. A Denise deu uma olhada nele, e ele parecia estar bem. A última vez que soubemos, ele tinha ido falar com Rick e Carol.

— Ele não está bem, ele caiu do teto do trailer! — Harlie respondeu, alterada, praticamente arrancando os cobertores de cima de si. — Eu preciso acha-lo e trazê-lo para onde eu possa ficar de olho!

— Será que eu vou ter que citar o seu livro de anatomia? "Não importa quantas vezes o paciente peça para sair da cama, só deixe após ter certeza de que ele não vai fazer merda". — Desta vez foi Tara quem impediu Harlie de se levantar. — Rosita, pode ir chamar o caipirão antes que eu tenha que dar um sossega-leão na Harlequin aqui?

Rosita assentiu de maneira firme e deixou a enfermaria. Denise franziu a testa por um minuto, olhando fixamente para Harlie, que parecia estar possessa da vida.

— Seu nome é Harlequin? — Denise perguntou, com seu típico ar de inocência e timidez.

— Tara, eu vou cortar a sua língua e arrancar os seus olhos... bem lentamente. — Harlie a ameaçou de brincadeira, bem como sempre fazia. Ela deveria escrever em sua testa um aviso enorme, dizendo que detestava que a chamassem pelo nome verdadeiro.

𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐃𝐄𝐌𝐎𝐍𝐒 | daryl dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora