Demons Of Our Past

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Entre passos silenciosos e respiração leve, Harlie e Daryl percorriam a floresta, à procura de algo que lhes podia servir de alimento. Durante a pequena reunião, Rick havia mencionado que os enlatados estavam acabando, e que eles precisariam de mais sustento antes da viagem para Atlanta. Harlie ainda não tinha contado os detalhes a Daryl, e ele também não parecia interessado, pois permaneceu calado o tempo todo.

—Sabe rastrear? – A voz de Daryl perguntou, em um tom baixo, após vários minutos de silêncio.

—Um pouquinho. – Harlie respondeu, suavemente. – Mas já faz tempo que não caço.

A brisa da manhã bateu sobre os ombros expostos da terminiana e ela se arrepiou com o ar gélido. Seu longo casaco havia sido perdido quando ela o jogou fora, em Atlanta, sem encontrar outra opção para se livrar das entranhas dos errantes em si. Ela precisava encontrar outra roupa para se cobrir, e rápido. Afinal, ficava completamente constrangida com seu corpo excessivamente magro à mostra, já que a blusa que usava era de alças. Fora os hematomas e cicatrizes em seu braço, cobertos parcialmente pelas luvas arrastão.

—Estamos perto de um esquilo. Fique atenta. – Daryl disse, empunhando a besta.

Apesar do frio repentino, Harlie abriu bem os olhos. A visão era seu melhor sentido, sendo que sua mira era quase perfeita. Ela preferia ter uma arma em mãos, mas na falta dela, segurava firmemente sua faca. Concentrada, ela sentiu a brisa bater em seu rosto e olhou para cima, para as árvores.

O chão estava cheio de nozes pecã, então era de se esperar que existissem esquilos naquela região. E logo, ela viu um bandidinho subindo em uma das árvores. Sem perder muito tempo, ela arremessou a faca e atingiu o esquilo em cheio, prendendo-o na árvore. Ao mesmo tempo, ouviu a besta de Daryl disparando e a flecha atingindo algo. Outro esquilo. O olhar de ambos se cruzou quando foram recolher suas caças.

—Nada mal, magrela. – Daryl disse, amarrando o esquilo em seu cinto pelo rabo e seguindo em frente.

Harlie deu um sorrisinho discreto, enquanto repetia o ato de amarrar o esquilo na cintura, como ele fez. Ela não sabia se era proposital, mas ele realmente estava tentando ser legal com ela. E ela gostou disso.

—Igualmente, casca grossa. – Harlie respondeu, o seguindo pela floresta.

Aqueles minutos, talvez horas de caça, fez bem para os dois. Durante aqueles minutos, ambos se esqueceram de que estavam passando por uma crise das mais ferradas. Se esqueceram de que tinham que resgatar suas amigas no hospital. Naquele momento, eram apenas Harlie, Daryl e a tranquilidade da floresta, sem nada para atrapalhar. Claro, nada era perfeito, e sendo um cenário pós-apocalíptico, eles esbarraram em alguns errantes. Nada que fosse problema para eles.

Daryl, acostumado a sempre caçar sozinho, na verdade, a fazer tudo sozinho, não se incomodou com a companhia de Harlie. Ela era serena, astuta, e sabia a hora de atacar. E não fazia besteiras como... não, era melhor nem desgraçar o nome dela desse jeito. Era melhor apagar esse pensamento da cabeça. Na verdade, era melhor parar de pensar nas duas. Principalmente depois do sonho que ele teve mais cedo...

Mais tarde, eles já tinham caçado doze esquilos e estavam prontos para voltar para a igreja. Porém, antes de mais nada, Harlie sugeriu para eles ficarem na floresta mais um pouco.

—Espere um pouco, não precisamos voltar imediatamente. – Harlie disse. – O que acha de comermos um desses bandidinhos agora?

—É, você tá doida para comer uma carne que não seja humana... – Daryl respondeu, sarcasticamente. – Acenda a fogueira enquanto eu tiro a pele dele.

𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐃𝐄𝐌𝐎𝐍𝐒 | daryl dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora