Capítulo 5

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O DESTINO CONTRA NÓS OU TALVEZ NÃO

Preciso falar que naquele dia não tivemos nenhuma ideia brilhante para enrolar as pessoas que com certeza queriam uma ótima desculpa para o nosso suposto namoro. Afinal todos estranhariam o fato de simplesmente termos parado de nos odiar para passamos a nos amar. Tudo bem que não nos amávamos — e nem chegavamos perto disso, mas as pessoas não precisavam saber disso.

E já tinha se passado uma semana desde aquele maldito dia na minha casa. E a cada dia Simmons parecia ficar mais nervoso pelo fato do anúncio do nosso namoro está demorando tanto. Mas a culpa não era só minha, afinal a anta também não tinha pensando em nada de bom, mas o que mais eu esperava? Era o Simmons, nada de bom sairia daquela cabeça oca.

Hoje na faculdade eu tinha o encontrado mais vezes do que eu pretendia, na verdade essa semana inteira tinha o visto mais vezes do que eu queria. O que claramente estava me deixando bem irritada, pois ele sempre aparecia nervoso na minha frente, sempre me fazendo a mesma pergunta a cada vez que nos esbarrávamos "por acaso" nos corredores da faculdade. E isso me irritava. O que aquele idiota achava? Que eu passava a minha aula inteira pensando naquele maldito namoro dos infernos? Aquele namoro que já estava me tirando do sério.

E o que mais me irritava era a sua reação quando a resposta negativa saia de meus lábios. Qual era o problema daquele mané? Ele achava mesmo que eu era obrigada a pensar em uma maldita história sozinha? E por que ao invés de ele ficar me irritando, ele não usava o tempo dele e a cabeça dele para pensar em uma boa história? Tudo bem que pensar demais poderia dar uma pane em seu cérebro e ele poderia até morrer por ter queimado os neurônios que lhe restava, mas quem se importava? Porque eu com certeza não ligaria se o mesmo sumisse da minha frente naquele mesmo instante.

Era o meu dia de folga e eu me encontrava sentada em meu sofá com uma taça na mão enquanto encarava a cara de irritado do demônio depois de o ter tirado do sério, o mandando ir para a puta que pariu. Qual é? Ele achava que eu o aguentaria a semana inteira e ainda hoje — sexta-feira — durante a minha folga de boa vontade, e que ainda por cima seria educada? Ah, fala sério, eu nunca fui educada com ele.

— Droga, Marrony— Ele esbravejou me fazendo o olhar divertida. Já era a quarta vez que o tirava do sério, só hoje— Dá pra colaborar e ser um pouco mais educada? — Ele perguntou ainda irritado.

— Ah, qual é, Simmons. Nunca fui educada com você, por que seria justamente agora? — Perguntei no mesmo tom alto e claramente irritada — Ainda mais agora que você parece não falar de outra coisa — Acrescentei ainda nervosa — Porra, Simmons — Esbravejei me levantando e colocando a taça de vinho sobre a mesa — com mais força do que necessário — fazendo um pouco de vinho cair sobre a mesa — Isso já está enchendo o saco — Falei por fim um pouco mais alto, respirando fundo claramente aliviada por ter colocado isso pra fora.

— E você acha que isso não está me irritando? — Ele gritou, seu rosto estava mais vermelho do que de costume e eu tive medo que naquele momento, ele surtasse de vez e voasse em meu pescoço me matando — Já faz uma semana que estamos nisso e não tivemos nenhuma ideia de como podemos enrolar as pessoas — Ele gritou se ajeitando nos sofá para ficar de frente pra mim — Eu também não aguento mais olhar para a sua cara, Marrony. E olha que ainda temos um belo caminho pela frente com esse namoro — Ele falou por fim parecendo se acalmar.

— Estou começando a achar que essa proposta toda é uma má ideia — Falei por fim me jogando no sofá desanimada.

— Ah, qual é, Marrony. Não vai desistir agora, vai? — Ele perguntou se aproximando de onde eu estava sentada.

— Vamos admitir, Simmons, isso tudo vai ser uma merda — Falei virando meu rosto para olhá-lo — Não conseguimos nem inventar a porra da história — Falei ainda bem calma.

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora