Capítulo 18

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O CONVITE

Virei lentamente enquanto aos poucos, recuperava a consciência. Afundei a cabeça no travesseiro um pouco mais, enquanto matinha meus olhos fortemente fechados.

Eu não queria ter que acordar. Isso era um fato, eu não queria encarar o que poderia vir. Eu simplesmente queria ficar ali, deitada naquela cama incrivelmente confortável, em baixo de um cobertor extremamente quentinho e com minha cabeça apoiada em um travesseiro super fofinho, e com um cheiro incrivelmente inconfundível.

Em momento algum eu consegui me esquecer de onde eu tinha passado a noite, nem mesmo em meio aos meus sonhos, eu pude esquecer por um momento sequer de onde eu estava dormido. Virei-me mais uma vez, tentando apagar as lembranças de ontem à noite, que pareciam querer invadir a minha mente.

Tornei a me virar rápida e bruscamente, fechando os olhos com ainda mais força, mas mesmo assim, eu continuava a ouvir meus pensamentos, me lembrando de coisas que eu queria esquecer.

Por fim, já vencida por meus pensamentos, resolvi abrir os olhos, deixando aos poucos que eles se acostumassem com a claridade que estava naquele quarto, bem diferente do meu, que naquele momento deveria estar bem escurinho do jeito que eu gostava. Respirei fundo deixando que o perfume que se encontrava naquele travesseiro, que se encontrava naquele quarto todo, invadisse minhas narinas. Sentei-me na cama, agora observando cada canto daquele quarto.

As paredes eram em um tom de branco, assim como o carpete e as cortinas, e mais alguns outros acessórios, fazendo assim um contraste muito legal com os móveis pretos, como a porta do closet e a do banheiro, sem falar no cobertor que agora se mantinha em cima apenas das minhas pernas.

E o mais incrível não era a decoração e o estilo, isso eu sempre soube que seria algo incrivelmente impecável, mas o que mais me surpreendia era a organização daquele lugar. Era bem mais organizado do que o meu próprio quarto. Na verdade, meu quarto perto deste aqui, parecia uma horrível bagunça. Soltei uma leve risada ao lembrar-me de que eu não era nem um pouco organizada. Respirei fundo, fazendo mais uma vez aquele perfume inconfundível invadir minhas narinas. Afinal de contas, quando é que eu me acostumaria com aquele cheiro?

Bem, eu não sabia a resposta dessa pergunta, mas acho que não teria problema em não me acostumar, afinal, aquele cheiro era realmente muito bom.

Por fim, cansei-me de ficar ali sentada na cama, e após olhar para todos os cantos do quarto a procura de alguma coisa fora do lugar, um simples sapato que fosse. Mas quando não encontrei nada, me irritei, levantando-me da cama e caminhando em direção às janelas do quarto. Eu tinha que admitir que o maldito do Simmons era realmente organizado. Quando cheguei finalmente às janelas de vidro, puxei as cortinas, deixando-me ter a vista perfeita da Selva de pedra.

**

Que fome! Foi o que se passou na minha mente assim que ouvi minha barriga roncar. Já estava parada em frente aquela enorme janela de vidro há algum tempo, observando as pessoas na rua, ou até mesmo vendo os carros irem de um lado para o outro apressadamente. E era tão engraçado como todos naquela cidade sempre estavam com pressa. Ouvi mais uma vez a minha barriga roncar.

Afastei-me da janela caminhando lentamente para a porta do quarto, esperando seriamente que na cozinha tivesse alguma coisa muito apetitosa para comer. Abri a porta do quarto e saí de lá caminhando pelo pequeno corredor que levava à sala. E assim como no apartamento de Jonas, havia algumas portas de quartos até o fim do corredor. Eu fiquei me perguntando o que tinha atrás de cada porta, mas estava com tanta fome, que resolvi não parar para saber o que aquelas portas pretas escondiam. Provavelmente, seriam quartos de hóspedes, nada demais.

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora