Capítulo 38

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PEGO NOS FLAGRA

Encaixei a chave na fechadura e antes de virá-la senti suas mãos me agarrarem pela cintura e me puxarem de encontro ao seu corpo. Aquele ato inesperado tinha me assustado, mas sorri quando seus lábios tocaram o meu pescoço me beijando e o corpo dele se grudou mais ainda ao meu me fazendo fechar os olhos. O cheiro que exalava dele era um cheiro inexplicável e inconfundível, uma mistura do cheiro natural do mar com um cheiro de madeira e um pouco de suor.

— Será que você pode me deixar abrir a porta? — Pedi em um fio de voz enquanto ainda com os olhos fechados sentia os beijos dele pelo meu ombro agora.

— Não estou te impedindo de abrir a porta. — Ele falou rapidamente e sem interromper os beijos que me dava.

— Simmons — Falei um pouco mais alto enquanto abria os olhos.

Simmons bufou e se afastou de mim me deixando voltar a minha antiga tarefa de abrir a porta. Eu estava com frio e com o Simmons me beijando daquele jeito eu não ia conseguir me concentrar naquela simples tarefa que parecia quase impossível com o ele por perto. Virei à chave na maçaneta e levei minha mão até a mesma certificando-me que a porta já estava destrancada.

— Pronto você já abriu a porta. — Simmons anunciou isso enquanto me virava rapidamente e juntava seus lábios aos meus, começando um beijo incrivelmente bom.

Não protestei dessa vez, apenas correspondi ao seu beijo. Fui sendo guiada pra trás por ele e quando ouvi o barulho da porta batendo na parede foi quando eu constatei que já estávamos dentro de casa. Soltei os lábios de Simmons rindo, pela incrível entrada silenciosa. Já era tarde e deveriam estar todos dormindo, já eu e o senhor empolgadinho a minha frente não conseguíamos nem entrar em casa sem fazer barulho.

— Acho que nossa ideia de entrar sem ser percebidos foi por água a baixo. — Informou sorridente.

Vire-me para ver sobre o que ele falava e foi aí que a vi sentada no sofá nos olhando com o maior sorriso de todos brincando em seus lábios. Rach nos encarava e eu a olhava assustada, não acreditando no meu tremendo azar. Tudo bem que eu iria contar sobre tudo o que tinha acontecido hoje a ela, mas bem ter sido pega assim no flagra em um momento assim era um tanto quanto assustador e vendo sua cara nesse momento poderia apostar que mil e umas besteiras nada boa estavam se passando em sua mente.

Ouvi a porta atrás de mim ser fechada e logo em seguida trancada. Mas eu ainda estava parada no mesmo lugar petrificada olhando a minha prima que me encarando com um sorriso diabólico. Simmons passou por mim ainda rindo e mexendo nos cabelos.

— Cunhadinha, tem alguma comida nessa casa? Estou com fome. — Ele reclamou sorridente enquanto passava por ela.

— Deve ter na cozinha um pedaço de lasanha que fizemos pro jantar. — Ela o olhava sorridente.

— Hum! Lasanha... — Simmons passou a mão na barriga e continuou seguindo ate a cozinha — Não vem comer, Cher? — Ele parou pra me olha e eu sorri.

— Estou sem fome. — Eu abri ainda mais o meu sorriso quando vi um sorriso de lado se abrir em seus lábios.

O vi dar de ombros e virar as costas passando agora pela porta da cozinha e sumindo. Voltei meu olhar para Rach que me encarava e desmanchei meu sorriso ficando agora claramente sem graça e vermelha. Dei alguns passos em direção a ela enquanto pensava em algo pra fala.

— Rach... É... — Comecei, mas parei com a boca aberta gesticulando, mas de fato nenhum som sai pela minha boca.

Mas afinal de contas, o que eu ia fala?

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora