Capítulo 26

263 14 0
                                    

O HOMEM DA MINHA VIDA

Não importa o quanto distante ele esteve durante a minha infância, os momentos com ele em casa eram os mais divertidos e engraçados de todos. Sentar em seu colo para ouvir histórias quando tinha 4 anos, sentar ao seus pé no escritório enquanto ele lia algum relatório importante e eu em seus pés lendo ou fingindo que lia algum livro ilustrado. O ver vestido de papai noel em todos os natais até os meus 12 anos. Ver seus dentes trincar e seus olhos quase saltar para fora quando me viu pela primeira vez usar uma maquiagem e um vestido mais curto aos 14 anos, ver o seu ciúmes estampando em sua cara e suas ações quando viu o primeiro garoto que eu era apaixonada frequentar a nossa casa aos 15 anos, sua cara de bravo ao finalmente conhecer o meu primeiro namorado aos meus 17 anos, uma cara de bravo que até hoje ele usava nessas ocasiões. O ver praticamente chorando na minha formatura do colegial, o ver me agarrar e me rodar no ar ao ver que eu estava na universidade. Sem falar dos seus abraços super protetores desde o dia em que me lembro por gente, do seu jeito desajeitado secando as minhas lágrimas depois do fim do meu primeiro namoro e me lembro que nesse dia ele passou a bola para a minha mãe rapidamente, mas me lembro dos seus olhos tristes e da sua dor ao hesitar em sair do quarto, mas bem ele não podia fazer muito por mim naquela época. E ainda hoje não podia fazer muito, apenas me abraçar e me dizer que me amava, apenas brigar comigo quando necessário, mesmo que isso não acontecesse mais, por conta da minha idade e por conta de o ver todo desajeitando sem saber como lidar com uma mulher de 20 anos.

Meu pai nunca sobe lidar comigo, apesar de sempre ter sido a sua garotinha ele nunca soube como de fato fazer as coisas quando se tratava de mim, sempre me achava delicada de mais, podia jurar que quando ele me beijava delicadamente na testa seu medo era que se ele fosse brusco demais me quebrasse e o mais interessante e que ele conhecia todos ou pelo menos a grande maioria dos meus defeitos, conhecia um pouco das coisas erradas que eu já tinha feito — como chegar em casa bêbada depois de um final de semana fora de casa — mas mesmo assim ele ainda me considerava como sua querida bonequinha de vidro, de vidro não, como ele mesmo tinha dito de diamantes .

Sabe o porque estou citando e relembrando tudo isso? Porque hoje simplesmente era o 49ª aniversario do homem mais lindo do mundo, do homem que mesmo distante era o homem da minha vida. O meu velho pai.

Eu e Rach tínhamos passado a quarta feira inteira preparando de última hora uma festinha surpresa de aniversário para o meu pai. Ele não era muito fã de festa, mas bem, ele merecia, depois de toda a barra que ele tinha passado nos últimos 2 anos, acho que ele finalmente precisava de um aniversário. Acho que essa família precisava de uma comemoração. Os últimos 2 anos tinha sido difícil pra todos da família mas meu pai, bom pra ele as coisas tinha sido um pouco mais tensas e nada mais justo do que agora que as coisas estavam começando a dar certo, dar uma festa de aniversário para o mesmo e deixar assim as coisas melhores e mais felizes. Sem falar que eu me amarro em uma festa de aniversário.

Tudo foi preparado de última hora, a decoração só foi começar a ser organizada assim que ele saiu pra trabalhar e claro que eu não tinha o visto sair, afinal ele parecia sempre madrugar, mas quando eu acordei ele já não estava, por isso sem perda de tempo eu e Rach, começamos a decorar a casa com coisas simples e fácil de colocar, sem falar fáceis de tirar, e que ficariam bonito. Os convidados, foram avisado ontem mesmo e todos foram avisado para que não comentassem nada com o meu velho. Na verdade na lista de convidados estava apenas a família Simmons— sim o meu querido (estou sendo irônica) namorado estava convidado, e minha amigas que já era da família, quero dizer Alex e Angel, que pra falar a verdade tinha mais intimidade com meu pai do que eu mesma. Tentei convidar outros de seus amigos, mas queria algo pequeno e apenas com pessoas que realmente se importasse, e como o Tommy — outro grande amigo de meu pai— e sua família estavam na Suíça então seriamos apenas nós. Poucos convidados, mas os mais importantes e verdadeiros e era isso que importava, sem falar que era disso que meu pai estava precisando.

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora