UM POUCO DE DIVERSÃO
— Mas como está a sua viagem, querida? — Sua voz soou um pouco mais forte do que antes.
Ontem tinha recebido a maravilhosa notícia de que minha mãe estava bem. Ela já estava fora de risco e nada poderia ter me deixado mais feliz do que isso. Hoje quando liguei para o meu pai a procura de informações sobre ela, o mesmo estava ao lado dela e por isso agora eu estava falando com a mesma.
Mesmo que assim que ouvi sua voz minha vontade foi de chorar e de lhe dar uma bela bronca, a única coisa que fiz foi lhe perguntar se ela estava bem e tivemos uma conversa normal. O assunto do quase suicídio não foi tocado nem por mim e nem por ela. Nenhuma palavra, nenhum pedido de desculpas, nada mesmo. Era sempre assim! Todas as vezes que ela tinha tentado, ela nunca comentava sobre o assunto, nunca pedia desculpas e eu medrosa nunca nem se quer fazia um comentário sobre aquele assunto.
Respirei fundo e me ajeitei no sofá. Ela era tão esperta sempre que o assunto poderia surgir ela ia lá e mudava totalmente de rumo e eu nunca sabia se me sentia frustrada ou aliviada por isso.
— Está muito boa, mãe. Estou me divertindo muito! — Comentei rapidamente.
A parte do se divertindo muito não era bem verdade. Ultimamente parecia ter mais problemas e confusão do que em Nova York.
— E o Jensen, como ele está? — Seu tom de voz parecia mais feliz, mais animado e isso fez os meus olhos se revirarem. Minha mãe sempre seria a minha mãe. — Seu namoro está bem, querida?
— Sim, mãe, o meu namoro está indo muito bem e o Jensen também está muito bem! — Comentei rapidamente sabendo que se qualquer uma das perguntas não fosse uma afirmativa do jeito que ela queria eu nunca mais iria desligar o telefone.
Não que eu quisesse desligar, mas é que aquele assunto não era um dos meus favoritos, principalmente quando poderíamos estar conversando sobre ela e não sobre mim.
— Não está brigando muito com ele, não é Cherry? E não minta pra mim, mocinha. — Seu tom era autoritário e de uma certa forma eu achei graça naquilo, mas contive o riso e apenas me concentrei em responde-la.
— Um pouco, mãe. Você sabe! Eu e o Simmons somos assim, brigando o tempo todo. Não mudou muita coisa com esse namoro. — Respirei fundo afinal a palavra namoro parecia que tinha rapado pela minha garganta e não queria sair de jeito nenhum.
Apesar de todo esse tempo, de todos os acontecimentos, de convencer a todos com esse namoro, falar sobre Jensen e sobre esse suposto namoro ainda era um pouco estranho pra mim. Parecia que eu nunca ia me acostumar com essas coisas. Mas bem eu tinha apenas que aguentar mais um pouco, porque pelo o que eu pude observar ontem Simmons e Rebeca estavam bem juntinhos, conversando o tempo todo, brincando e a garota estava dando claros sinais de que gostava dele. Tudo bem, isso eu já sabia. Mas a melhor parte era ver a cara dela quando eu chegava pra atrapalhar me juntando ao dois ou chamando o Simmons pra alguma coisa. Simmons claramente não ficava feliz com isso, mas vinha sem reclamar, porém a cara que ele ficava era as melhores e eu tinha que lhe explicar porque tinha o chamado toda vez que ele percebia que de fato eu não queria nada com ele.
— Cherry... Cherry, querida, ainda está aí? — Minha mãe falou do outro lado da linha me chamando a atenção.
Droga! Não dava pra me distrair assim com os meus pensamentos enquanto falava no telefone com a minha mãe.
— Desculpe, mãe, o que você estava dizendo? — Senti minhas bochechas pegarem fogo e podia jurar que estava vermelha, mas bem minha mãe não poderia ver isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A proposta - Anne Bell
RomantizmESSA HISTÓRIA NÃO É MINHA, AUTORA ANNE BELL. Eles brigavam o tempo inteiro. Ele era o cafajeste que estava apaixonado, ela a menina da alta classe com problemas financeiros. Ele precisava de ajuda para fazer ciúmes para sua amada, e ela precisava de...