Capítulo 10

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MEUS PAIS E OS PAIS DELES

Na sexta-feira ninguém tinha descoberto sobre a minha demissão, nem meu pai e muito menos meus amigos, a única que sabia disso era Alex e a mesma tinha concordado não contar a ninguém. O fato de eu não ter ido trabalhar sexta feira não era surpresa pra ninguém, afinal eu sempre folgava na sexta, sem falar que não trabalhava no final de semana. No meu lugar ficara Eliza, a mesma tinha feito isso pra passar mais tempo com o seu marido. Agora me diz quando eu iria arrumar um emprego maravilhoso desse? Eu vou te responder, eu nunca arrumaria algo tão bom quanto aquilo!

Na sexta à tarde tinha recebido um telefone que me deixara bastante preocupada, era um telefonema do banco falando que nossos dias para quitar as nossas dividas estava acabando, juro que aquilo fez um arrepio enorme subir pela minha espinha. Durante a noite, neguei todos os convites para sair, estava sem ânimo. Sem falar que agora estava literalmente sem dinheiro e pra piorar as coisas, desempregada e com uma dívida enorme pra pagar. Simmons não tinha me incomodado desde o momento que passou aqui em casa pra me deixar, falou que tinha muitos documentos para rever e que provavelmente passaria a tarde toda no escritório, a noite iria ter algumas reuniões. Bem isso explicava bem o seu sumiço durante todo o resto da sexta feira.

No sábado de manhã tinha acordado no horário normal, quando desci pra tomar café tinha encontrado meu pai dormindo em cima de um monte de papelada. Coitado estava se matando para reerguer aquela firma que ele tinha erguido com tanto suor e que o maldito William Adams tinha destruído em menos de 5 minutos quando vendeu informações super confidenciais do escritório. Depois daqueles malditos cinco minutos o império que meu pai tinha construído havia desabado em menos de três meses, ninguém mais confiaria em uma firma de advocacia que vendesse informações sobre seus clientes. Tudo bem que meu pai não tinha tido culpa nem uma sobre isso, mas no final das contas todos os culpavam, afinal William era um dos advogados que trabalhava para o meu pai e se ele não sabia contratar gente de confiança era porque não era um cara de confiança. Uma grande merda, mas esse era o mundo dos negócios.

- Pai - Balancei seu braço o chamando - Pai, acorda - Falei um pouco mais alto enquanto ainda balançava o seu braço - Vamos lá, pai, acorda - Falei um pouco mais alto e balancei seu braço com mais força e isso o vez acordar.

- Hã? O que? - Ele falou assustado levantando a cabeça e olhando pra frente. Sorri levemente amigável o que fez o mesmo sorrir e passar as mãos pelos olhos - Acho que dormi enquanto lia uns relatórios - Ele falou começando a se espreguiçar. Revirei os olhos era óbvio aquilo, eu já tinha percebido.

- Foi o que imaginei quando te vi aí dormindo em cima dessa papelada toda - Falei debochadamente e rindo levemente fazendo o mesmo rir.

- Não deboche do seu pai, Cherry - Ele falou em uma falsa irritação o que me fez rir mais ainda. Ele abriu ainda mais o seu sorriso - Que horas são? - Ele perguntou ainda sorridente enquanto começava a arrumar a papelada que estava em cima da mesinha de centro.

- Bom, da última vez que vi era 11hrs e 35 minutos - Falei sorridente.

- Merda! Eu vou acabar me atrasando pro meu almoço com o Matheus - Meu pai falou um pouco adulterado, enquanto tentava pegar todos os papéis que estavam ali sobre a mesa.

Deus, ele iria amaçar tudo.

- Pai, deixe isso aí que eu arrumo - Falei segurando suas mãos impedindo que ele amaçasse mais papéis.

Tudo bem que agora ele não ligava, mas mais tarde ele com certeza não gostaria de ver que estavam todos amaçados.

- Obrigada, querida - Meu pai falou se levantando rapidamente e beijando minha bochecha me fazendo sorrir.

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora