Capítulo 14

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GOOD NEWS

Eu finalmente tinha chegado em casa. Depois de ter passado mais de quatro horas ouvindo a Alex falar o quanto o Jonas era um idiota sem coração, tudo isso porque ele não tinha simplesmente ficado com a Jennifer, e sim tinha ido pra cama com ela, nada que o mundo inteiro já não soubesse. Afinal, esse negócio de ficar na agarração e nos beijos não é algo para o Jonas e muito menos para a Jennifer, então eu não entendia ao certo o porquê da indignação da Alex ao ficar sabendo pela própria Jennifer que ter passado a noite com o Jonas foi uma das melhores coisa de sua vida. Das duas uma, ou o Jonas era muito bom de cama — tipo o melhor— ou ela falava isso só para irritar a Alex, bem eu escolheria a segunda opção, não que o Jonas não devesse ser bom de cama — e sinceramente eu não estava nem aí pra se era ou não — mas Jennifer era o tipo de vadia que tinha nascido para atormentar a vida de uma pessoa em especial, e a infeliz escolhida por ela, era a pobre da Alex.

Joguei minha bolsa no sofá e fui em direção a cozinha, eu estava morta de fone, a dona Spark tinha me convidado para jantar, mas sinceramente eu estava louca pra sair daquela casa, queria sair de lá antes que eu voasse no pescoço da Alex, o que aconteceria se eu a ouvisse falar mais uma vez que o Jonas era um total idiota. Tudo bem, acho que eu não estava muito afim de ouvir esse nome por um bom tempo.

Já na cozinha caminhei até o armário de mantimentos a procura de alguma coisa gostosa pra comer, mas acabei não encontrando nada de bom, fechei o mesmo e fui até a geladeira na esperança de que tivesse alguma coisa ali, mas para a minha surpresa — talvez nem tanta surpresa assim — não tinha nada. Mas que droga . Xinguei mentalmente enquanto voltava a sala, iria pedir uma pizza afinal era a minha única opção, era isso ou morrer de fome. Mas assim que ia pegar o telefone para pedir uma pizza o ouvi tocar e de um certo modo me assustar, eu não espera que alguém ligasse para cá, normalmente ninguém ligava para minha casa, afinal na maioria das vezes nunca tinha ninguém. Peguei o telefone rezando para que não fosse Alex me ligando pra contar mais uma grande novidade sobre o Jonas, juro que a mandaria para o inferno se ela viesse falar dele de novo.

— Alô? — Falei educadamente assim que coloquei o telefone no ouvido.

— Senhorita Marrony? — Uma voz masculina perguntou do outro lado da linha. E eu jurava já ter ouvido aquela voz em algum lugar.

— Sim — Falei cordialmente.

— Sou o Doutor Hollins, sou o médico que cuida da sua mãe — Ele falou simpaticamente, mas ao ouvir seu nome meu coração foi a mil.

— Está tudo bem com ela? — Eu não consegui ser mais cordial, era impossível ser qualquer coisa naquele momento. O médico que cuidava de minha mãe em uma clinica psiquiátrica estava me ligando no meio da noite de um domingo, coisa boa nunca era.

— Está tudo sim, Cherry. Fique tranquila, querida, sua mãe está bem e o tratamento está indo muito bem. Na verdade, estou te ligando a esse horário porque gostaria de eu mesmo avisar que as visitas a sua mãe foram novamente liberadas — Eu respirei aliviada e um sorriso enorme se abriu em meus lábios — Desculpe o horário, é que vou viajar amanhã e queria dar a notícia a vocês antes de ir — Ele falou e eu podia imaginar o sorriso que formava uma covinha em sua bochecha esquerda aparecer.

O Doutor Hollins tinha virado um grande amigo da família durante todo esse tempo que ele vinha tratando minha mãe, e era por essa amizade que ele sempre nos mantinha informados sobre a situação dela e sempre fazia o possível para que pudéssemos vê-la. E eu nem estava acreditando que já poderia ver minha mãe novamente, eu estava morrendo de saudades dela.

— Será que posso ir agora mesmo vê-la? — Perguntei ofegante , já pegando minha bolsa novamente, se sua resposta fosse positiva não esperaria mais nem um segundo aqui em casa.

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora