Capítulo 8

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NÃO TEM COMO FUGIR

Dois dias já tinha se passado desde aquela segunda feira animada. Nosso plano de falar que estávamos namorado tinha dado super certo e todos, mesmo ainda bastantes surpresos pareciam estar caindo nessa farsa, principalmente o nosso alvo — Rebeca — o que era realmente animador. Claro que mesmo se passando dois dias desde essa reviravolta eu ainda não tinha falando com Alex e nem com o meu pai sobre o suposto namoro. E claro também que o pobre de meu pai nem sonhava com tal barbaridade, já Alex estava tão ocupada com os trabalhos da faculdade e com o trabalho que mal tivemos tempo pra conversar, ela já estava falando comigo normalmente, mas sempre que lhe perguntava o porquê do seu "chilique" na segunda ela sempre me respondia com a mesma frase " Depois, Cherry, Depois " e aí ela trocava de assunto o que era extremamente frustrante. Já Angelina, bem, eu não a via desde sábado, mas a mesma tinha me ligado na segunda à noite me falando que estava bem e que passaria uns dias fora para colocar a cabeça no lugar e eu esperava que esse tempo realmente a ajudasse. Queria estar com ela nesse momento difícil, mas sabia que minha presença só a atrapalharia.

Simmons continuava o mesmo de sempre, claro que só quando estávamos sozinhos o que depois de segunda só tinha acontecido durante o caminho até a faculdade e durante os almoços e as idas até o escritório — sempre parando uma rua atrás da rua do escritório pra que ninguém nos visse — mas em todos esses momentos eu o ignorava e ele parecia fazer o mesmo, já era bastante difícil fingir que era sua namorada e passar a manhã inteira ao seu lado na faculdade brincando, fingindo realmente gostar dele e ainda assim permanecer de bom humor, então preferia manter a minha calma ficando o mais longe possível das nossas brigas, se não a coisa poderia ficar séria.

Com as perguntas feitas na segunda, eu conseguira enganar super bem todas as pessoas quando dizia que estávamos juntos e quando tentavam me provocar falando coisas, como a que ele já tinha pegado quase o campus todos, eu sempre rebatia com um " Que bom que elas aproveitaram enquanto podia, porque agora ele é só meu " e isso deixava elas furiosas e eu com um lindo sorriso divertido no rosto. É, eu sei, eu sou demais.

— Claro que tudo bem, Alex — Falei voltando a mim e fechando a porta.

— Ótimo, porque eu não queria ter que ir de ônibus, não com esse super figurino que estou vestindo hoje — Ela falou fazendo posse e me fazendo reparar em suas roupas.

Alex usava uma saia preta de cintura alta, uma blusa em listas pretas e branca parecendo ser de um tecido bem fino, por cima da blusa tinha uma blusinha preta de frio bem bonita e a mesma estava com uma bota de cano um pouco comprido, pra terminar seu look ela estava com uma bolsa verde de lado que estava pendurada em seu braço e uma pasta nas mãos. Ela estava incrivelmente linda, seus cabelos como sempre ondulados e sua maquiagem era um pouco escura para se usar de dia, mas ficava perfeitamente aceitáveis quando se tinha incríveis olhos azuis. E como eu queria ter aqueles olhos.

— Você está incrivelmente linda como sempre — Falei cordialmente, mas mesmo assim sendo sincera.

— Você também está bem bonita — Ela falou me olhando e eu soltei o ar pelo nariz como se fosse uma risada do tipo que diria "sei" — E impressionante como você fica bem em modelitos tão básicos — Ela falou com sua sobrancelha erguida parecia até que aquilo a incomodasse. Eu sorri.

— Já está pronta? — Ela perguntei e eu neguei com a cabeça— Então, é melhor se arrumar logo antes que o Simmons venha te buscar — Ela falou sorridente me lembrando do capeta — Por falar nisso, que horas ele vem te pegar mesmo? — Ela falou e eu olhei para um relógio que estava no meu pulso.

— Daqui 15 minutos — Falei olhando pra mesmo e sorrindo.

Passei por ela e segui para o meu quarto para terminar de me arrumar e para que desse tempo de ainda conseguir comer alguma coisa. Ao entrar no meu quarto voltei ao que estava fazendo e fiz uma maquiagem bem básica, ótima para a faculdade, para o dia e para o trabalho. Peguei o salto ao lado da cama — o trabalho exigia o mínimo de classe e postura e o salto proporcionava tais coisas — e o coloquei enquanto via Alex falar qualquer coisa sem importância, na verdade ela estava tagarelando desde o momento em que entramos no quarto e eu agradecia por não ter tido que responder pergunta alguma, porque se não estaria ferrada. Peguei minha bolsa e meu trabalho em cima da cadeira da mesinha de estudos e fui em direção a porta do quarto saindo do mesmo, não precisei me virar para chamar Alex, pois eu sabia que ela vinha logo atrás de mim tagarelando sobre algo que eu não sabia ao certo que era, mas tinha certeza que era sobre o escritório pois tinha ouvindo o nome de Tom — um dos publicitários de lá. Provavelmente ela deveria estar falando que o odeia, pois ela sempre falava isso do mesmo e ela sabia que eu também não ia com a cara do engomadinho.

A proposta - Anne BellOnde histórias criam vida. Descubra agora