Quando se deitaram sobre a grama, o peso do corpo de Sidney sobre o seu fora de um significado tão maravilhoso e profundo, tão íntimo, que a jovem não poderia sequer explicar.
A sensação fazia com que o mundo ganhasse um novo sentido, assim como sua concepção sobre o que era ser mulher. Para Charlotte, seu corpo já não parecia tão independente quanto antes, mas a metade de uma composição que só estaria completa daquela maneira, tendo-o em seu encaixe.
— Sidney... — O gemido tornava-se súplica nos lábios dela, enquanto os beijos molhados que ele depositava em seu pescoço seguiam em um ritmo lânguido, disparando arrepios por toda sua pele.
As mãos dele voltaram a passear por suas formas, acompanhando os relevos e curvas dos seios, cintura e quadril, explorando-a da maneira como a jovem reconhecia também desejar.
Era como se houvesse guardado um tesouro junto de si durante toda a vida, que percebia estar destinado a ser descoberto por ele. Entregue à ele... Explorado por ele.
Jamais havia considerado-se um artefato de tão absurdo valor, mas Sidney a fazia, naquele exato momento, sentir-se assim: preciosa.
A devoção em seus toques e beijos eram demonstrativos.
A maneira como o próprio nome soava na voz baixa e rouca, deixando-lhe claro que ele clamava por si.
Novamente, Charlotte não se sentia apenas amada, mas envolta pela concretização do que poderia ser genuinamente definido como a forma material do sentimento denominado amor.
— Se tivesse de escolher um único sabor para provar durante o resto de minha vida, seria este. — Sidney sussurrou próximo ao ouvido dela, lambendo-lhe preguiçosamente a orelha, o pescoço e os lábios de Charlotte, antes de aprofundar-se novamente neles para exemplificar que o sabor do qual falava era o dela.
Charlotte arquejou o corpo, sentindo uma violenta pontada atingi-la na altura do ventre com a fala e o gesto. Era como se borboletas estivessem vivendo naquela parte de sua constituição, sendo motivadas a movimentar-se com maior agitação ao menor estímulo dele.
Sidney voltou a afastar os lábios de sua boca, e Charlotte o viu afundar a face nos cabelos que ela trazia soltos, espalhados sobre a grama.
— Se tivesse de escolher um único perfume, também seria o teu. — Ele sorveu o cheiro de lar que ela possuía, e fechou os olhos para aprofundar ainda mais sua imersão.
Voltando a face para junto do pescoço alvo, inspirou o ar junto da pele macia daquela região, deixando as mãos apertá-la na cintura, aumentando a intensidade até assegurar a posse desejada. — Ah, Charlotte... — Gemeu com a voz sôfrega, deixando o nariz firme escorregar, até chegar ao colo dela, parcialmente coberto pelo casaco.
Uma das mãos de Sidney subiu para afastar a o tecido inconveniente, eliminando rapidamente o impedimento que interferia em sua tão minuciosa contemplação.
Ele depositou beijos delicados e úmidos da pele cálida do colo feminino, que tão deliciosamente contrastava com o clima levemente frio, fazendo Charlotte arquejar enquanto os dedos da moça seguiam de maneira automática para seus cabelos, acariciando-os, tão macios, ao mesmo tempo em que os puxava ainda mais de encontro à própria carne.
— E se também tivesse de escolher uma única textura... — Os dedos longos se posicionaram de encontro à borda do decote recatado, quando Sidney voltou a erguer o olhar para ela, antes de continuar.
Charlotte tinha dificuldade para respirar e o observou com os olhos mais famintos que algum dia tivera sobre si.
Percebendo exatamente o que ele aguardava, balançou a cabeça em um movimento curto, mas de significado absolutamente gigantesco, permitindo-o continuar.
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Sanditon - Segunda Fase (Fanfic)
FanfictionDar continuidade a algo que a incomparável Srta. Austen criou é uma honra, mas uma imensa responsabilidade, também. Ainda assim, resolvi escrever essa fanfic porque, como todas as fãs da série, me vi completamente desnorteada com a maneira como tud...