40 - Amor.

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3 anos depois

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3 anos depois...

— Cadê a porra do médico?! — Berrei empurrando a cadeira de rodas pelo extenso corredor branco, com uma listra azul na horizontal no meio das paredes. Me parecia mais o corredor da morte a cada gemido de dor que Theodora dava.

— Pare de gritar, isso é tudo culpa sua — sua tentativas de controlar a respiração, assim como haviamos sido treinados a fazer, se transformavam em gritos que ficavam mais altos gradualmente.

— Não mandei ele resolver nascer agora — por mais que ela estivesse insuportável nos ultimos nove meses, não me deixei alterar.

— Estou tendo um bebê, Harry, tenho vinte e três e estou tendo um bebê! — seu grito virou um choro histérico. — E ele nem ao menos está nascendo no dia certo. Ele vai ser fora do controle como você... oh meu Deus! — mordeu o labio inferior com força. As contrações deveriam estar a matando. Seu corpo era pequeno demais e carregava uma criança, a nossa criança.

— Se um medico não vier ajudar minha esposa agora eu juro que boto essa merda de lugar abaixo! — ameacei, pronto para esmurrar qualquer um que tentasse me deter.

Uma enfermeira ou algo do tipo veio até nós com uma planilha na mão. Seu rosto me era familiar.

Sra. Evans? — A mulher reconheceu Theodora. — Deus, era para fazer sua Cesária só na semana que vem.

Minha mulher riu, sem um pingo de humor, o rosto retorcido e suado.

— Bem, o Luke parece ter seus próprios planos — comentou. O garoto já estava me dando dor de cabeça antes mesmo de vir ao mundo.

— Por isso ele vai ficar de castigo até os trinta — disse muito seriamente.

A enfermeira apontou para o final do corredor.

— Bem, vamos prepara-la então, ela parece já estar em trabalho de parto.

A olhei com irritação.

Oh, não me diga?

Theo deu uma cotovelada nas minhas pernas.

— Tem uma criança rasgando a minha vagina, pare de ser hostil — pediu, se segurando a cadeira em mais uma sessão de gritos que me faziam sofrer por dentro.

A enfermeira apontou novamente para o ultimo quarto e eu segui com a cadeira.

— Me desculpe por ter engravidado você — cacete, porque aquilo tinha que ser tão doloroso?

Outro bebê era uma possibilidade riscada de nossas vidas, não poderia submetê-la aquela tortura uma outra vez. Não podia vê-la sofrendo tanto uma segunda vez.

— É um pouco tarde pra isso — ela respondeu assim que alcançamos o quarto. A mulher me ajudou a levanta-la e a despi-la para vestirmos a camisola.

Três DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora