Capítulo 12

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Quando chegamos à casa do Rocco o sol ainda nos saldava com seus últimos raios e nós ficamos juntos, em silêncio, observando até que ele tivesse se posto totalmente e a lua nos agraciasse com sua majestosa aparição iluminando a noite.

— Wow! Que presente essa vista depois de um dia tão agitado como esse. — Falei grato.

— Tem razão! Especialmente quanto ao dia agitado. — Rocco fez uma pausa dramática. — Diria até que toda a semana.

— O que houve, doutor? Algum problema? — Perguntei me virando em sua direção.

— Essas novidades repentinas no hospital... não sei se estou preparado! — Disse me fazendo sorrir. — O que é engraçado nisso?

— Desculpe... não foi minha intenção, mas, você se lembra daquela noite em que fomos jantar no restaurante italiano? Eu te contei que tinha recebido esse inesperado convite e você me encorajou dizendo que era uma excelente oportunidade.

— Tem razão, mas acho que é diferente, não sei! Eu vou ter muitas responsabilidades e tenho apenas 28 anos.

— E eu tenho 29! Qual o problema, Rocco? — Nesse momento tomei a liberdade de tocar seu rosto e o virei em minha direção. — Muitas pessoas esperam por uma oportunidade como essa a vida toda e grande maioria delas nunca vai ter. Se você se sente incapaz por falta de experiência ou coisa do tipo, sinto dizer que você precisa de uma desculpa melhor.

— É, você tem razão! — Disse respirando pesado.

— Claro que tenho! — Sorri convencido. — Além disso, apesar de termos responsabilidades diferentes, se pra mim será uma nova experiência de trabalho, pra você, que está dando seus primeiros passos profissionalmente, será um marco. Confia, Rocco! Se não em você, no julgamento de quem te indicou pelo menos.

— Não sei se eu tenho essa pessoa em tão boa consideração assim. Mas, enfim, eu não trouxe você aqui para falar de trabalho né?! Quer conhecer o quarto? — Perguntou sugestivo.

— Seu safadinho! — Respondi provocativo.

Rocco puxou meus dois braços em direção ao seu pescoço enquanto me segurava pela cintura, e começou a me beijar de forma suave, gostosa.

— E o quarto? — Perguntei olhando dentro de seus olhos azuis destacados pela tonalidade escura de seu cabelo e barba.

— Tem razão! Vamos lá?! — Disse sorrindo.

Peguei minha mochila jogada de qualquer jeito sobre seu espaçoso sofá de couro e fomos subindo as escadas estilo industrial rumo ao segundo pavimento do apartamento. O andar superior tinha 3 cômodos, de acordo com o Rocco, sendo um quarto, um banheiro social, sua suíte e outro cômodo que fazia as vezes de estúdio/escritório. Um corredor bem arejado com uma cômoda e um arranjo de flores no fim, decorado com vários quadros e obras de arte, coisas que me deixaram mesmo impressionado. Quando terminou o tour ele se virou e disse:

— Bem, e é aqui que você dorme hoje, na suíte presidencial! — Disse abrindo a porte e fazendo uma leve mesura para que eu entrasse.

— Uai, mas achei que eu fosse dormir no outro quarto! — Falei fingindo surpresa.

— Sério isso? — Ele rapidamente se endireitou. — Claro que não né?! A gente vai dormir juntinho, agarradinho.

— Eu sei! Só tava brincando. — Respondi sorrindo.

Quando ele saiu da minha frente pude ter ideia das dimensões daquele quarto. Era pintado em tons de cinza, com uma robusta cama forrada em tons de preto, bem sóbrio. As cores do ambiente ficavam por conta de alguns objetos de decoração cuidadosamente posicionados pelo ambiente.

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