Assim que Elizabeth despertou, Duque soube que ela não fazia mais ideia onde estava. Ela levantou ligeiramente o tronco do sofá e olhou em volta com o cenho franzido. Ela colocou as mãos nos cabelos, que estavam completamente desalinhados e começou a torcer os cachos nas mãos, olhando para si mesma. Ele também conseguiu ver exatamente o momento em que ela percebeu que estava completamente despida e segurou mais firmemente o cobertor no próprio corpo.
Tentou apertar os lábios mais firmemente para não soltar uma risada com a confusão dela, mas acabou soltando o ar muito ruidosamente, o que levou a dama a se sobressaltar e olhar para o lado, buscando a fonte do barulho. Ela deu de cara com Duque sentado em uma cadeira, apoiando os braços no encosto e a encarando com um olhar que era ao mesmo tempo avaliador, mas também carinhoso.
A dama sobressaltou-se com a presença dele, arrumando a postura imediatamente. Suas feições ficaram coradas e Duque não conseguiu deixar de abrir um sorriso tipicamente masculino com o rubor dela:
- Bom dia- ele disse, enquanto esticava um braço para colocar uma mecha do cabelo de Elizabeth atrás da orelha. A moça baixou os olhos e abriu um sorriso tímido.
- Bom dia
- Não quis acordá-la. Parecia estar dormindo tão tranquilamente com um sorriso no rosto.
- Que horas são?- ela perguntou, ligeiramente confusa.
Duque tirou o relógio do bolso e anunciou tranquilamente:
- 9:30
- Da noite?- Elizabeth franziu o cenho, pensando que havia chegado no Royale às 22, então o horário não poderia estar correto.
- Da manhã...- ele soltou, olhando-a de lado. Ela realmente estava perdida.
No instante em que ela registrou a informação, Elizabeth pulou do sofá como um gato, procurando pelas suas roupas desenfreadamente. A dama começou a vestir as calçolas, enquanto começou a resmungar:
- Meu Deus! Onde eu estava com a cabeça? Todo mundo deve estar morrendo de preocupação. Eu não dormi em casa e não deixei nenhum aviso.
Duque olhou aquela cena com um misto de emoções. Não conseguia deixar de achar cômico Elizabeth correndo desenfreadamente pelo seu escritório. Mas ao mesmo tempo, sentia uma certa urgência, como se a dama estivesse escapando dele. Ainda por cima, ele sentia um desejo inexplicável de abraçá-la e pedir que ela não fosse embora. Que ficasse por uma mais tarde no Royale com ele. Quem sabe uma semana, ou talvez para sempre...
- Tenho certeza que eles sabem que você não está em perigo. É uma mulher independente e pode ir e vir a hora que lhe apetecer- ele tentou continuar o assunto, empenhando-se para achar uma maneira de fazê-la parar. Fazer com que os dois pudessem voltar para a noite anterior.
- Mesmo assim, não é do meu feitio. Provavelmente já sentiram a minha falta a essa altura do dia. O senhor poderia, por favor, me ajudar a...- Elizabeth parecia um pouco constrangida ao dizer aquelas palavras- a fechar o corpete.
Duque inclinou a cabeça e analisou a cabeça. A moça com os cabelos soltos, caindo até sua cintura, enquanto ela segurava com as duas mãos o corpete em volta do tronco. Ela não esperava seriamente que fosse ajudá-la a vestir-se quando justamente o que queria era fazer o contrário. Mas, o cavalheiro suspirou fundo, deu um passo a frente e passou o cabelo dela para a frente, a fim de deixar as costas livres para que pudesse mexer nas cordas. Ele conseguiu perceber um ligeiro tremor nas costas da dama ao sentir o toque dele.
- Está bem. Então a senhorita irá para a casa por agora. Mas ainda há assuntos que precisamos discutir- Duque comentou enquanto começava pela parte de cima do corpete, passando as cordas delicadamente. Poderia não ser um libertino tão grande quanto Ethan, mas havia tido prática com alguns corpetes na sua vida.
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Exílio do Amor (Livro I da Série "Família Clark") [COMPLETO]
Historical FictionInglaterra, século XIX Elizabeth Clark não era nem um pouco parecida com outras damas da alta sociedade. Estava já em sua sexta temporada, o que automaticamente a fazia uma solteirona. Mas ao contrário da maioria das damas, ela não se incomodava nem...