(NOTA DA AUTORA: Eu nunca escrevo algum aviso antes de um capítulo aqui, mas como nos últimos dias minhas visualizações aumentaram até que bastante, gostaria de aproveitar para agradecer demais ao apoio que vocês estão dando pra minha história. Escrever não é uma tarefa nem um pouco fácil, mas vale super a pena saber que tem pessoas gostando de Exílio do Amor. Muito obrigada mesmo!)
Definitivamente a noite não havia saído como esperado. O roteiro do baile era uma dança entre os noivos, um brinde alegre e os convidados se divertirem como se não houvesse um amanhã. No entanto, a única parte da noite que saiu como planejado foi a valsa entre Gregory e Elizabeth, porque logo depois os dois sumiram magicamente e antes que o buffet pudesse ser consumido, o pai da noiva anunciou apressadamente que sentia muito pela interrupção mas June acabara de entrar em trabalho de parto precocemente e requisitava a presença da família.
Os convidados causaram um alvoroço no primeiro momento. Começaram a falar alto, alguns completamente indignados, outros extremamente decepcionados pelo fornecimento de champanhe ter sido cortado precocemente e tiveram uns que simplesmente deram de ombros e saíram calados. A família do noivo estava no primeiro grupo, já que haviam feito um esforço enorme para reunir aquela quantidade de marqueses, viscondes e duques. Entretanto, a decisão estava tomada e todos deveriam se retirar.
Aos poucos o salão de baile foi se esvaziando, enchendo-se de silêncio. Só era possível ouvir os passos de dois cavalheiros que teimavam em permanecer na mansão Clark, mas como eram amigos próximos da família, eram simplesmente ignorados pelos criados que lideravam as pessoas para fora da casa. Depois que os músicos da orquestra retiraram seus instrumentos era definitivo, o baile havia sido cancelado. No andar térreo da mansão Clark reinou uma tranquilidade absoluta.
Em compensação, no segundo andar, era possível ouvir uma cacofonia de sons. Quanto mais Elizabeth se aproximava do quarto de June, maiores os ruídos audíveis e mais preocupantes eles ficavam. Depois que Ethan havia dito a frase "June havia entrado em trabalho de parto", a mente desligou e o único comando que o corpo dela conseguia obedecer era correr. Andar o mais rápido que pudesse para certificar-se que sua caçula querida estava bem.
Ao entrar no quarto, a primeira coisa que chamou atenção era o quanto de pessoas haviam naquele recinto. Demasiadas para um momento delicado como aquele. Deitada na cama estava June e segurando sua mão direita, estava seu marido, James. Do outro lado estava Thomas, olhando do rosto da irmã para a barriga com as feições assustadas. De alguma forma, o pai de Elizabeth havia conseguido fazer com que um médico chegasse numa velocidade impressionante. Enquanto o doutor arrumava seus equipamentos, Phillip falava sem parar, recitando algumas orientações para com a filha, mesmo que ele não fosse médico ou tivesse alguma propriedade para opinar sobre o assunto gestantes.
No momento em que os olhares entre June e Elizabeth se cruzaram, o da caçula pareceu se acalmar ligeiramente. Seu cabeça estava bagunçado, sua pele molhada de suor e seus lábios estavam tensos, já em antecipação da próxima contração que viria em poucos minutos. Elizabeth se aproximou do leito em que ela estava, sentindo a energia que pairava entre aqueles corpos. Ela sabia que todos tinham boas intenções, mas aquilo era o pior caos que havia conhecido, e a dama havia trabalho em uma redação de um jornal.
- Você está bem? Como estão as contrações? Está sentindo algum tipo de fraqueza?- Elizabeth soltou as perguntas ansiosamente, sem dar algum tempo de resposta para a irmã.
A caçula franziu o cenho e deu um sorriso irônico:
- Francamente, Beth. Nesse ponto em que chegamos, eu não sei mais o meu nome, quanto mais descrever os detalhes que você está me pedindo.
- As contrações estão vindo a cada 7 minutos. Até o momento ela não demonstrou nenhum sinal de fraqueza. Acredito que as coisas estejam correndo bem- James respondeu no lugar da esposa. As mangas de sua camisa estavam arregaçadas, a gravata largada numa cadeira no canto do quarto e os botões ao redor do pescoço já estavam abertos. Parecia que ele estava fazendo força junto a esposa.
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Exílio do Amor (Livro I da Série "Família Clark") [COMPLETO]
Historical FictionInglaterra, século XIX Elizabeth Clark não era nem um pouco parecida com outras damas da alta sociedade. Estava já em sua sexta temporada, o que automaticamente a fazia uma solteirona. Mas ao contrário da maioria das damas, ela não se incomodava nem...