Antônio e Vander - Chatices?

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Antônio e Vander - Amor virginiano

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Dedicado a todos os amantes de gatos que passam por isso às vezes, sem perder o amor =^.^=


Um virginiano pode amar gatos, mas um virginiano não lida bem com cheiro de xixi de gato num tapete. Falo por mim, gente. Têm pessoas evoluídas como um certo cara de aquário que sequer sentiu a catingueira do mijo ao entrar em casa.

Pois chegamos esses dias em casa e... respira Vander, respira e foca na narrativa e não no fedor. De novo. Chegamos em casa e quando abri a porta, no que senti o "aroma do pântano" do reino felino, comentei:

— Wolf, que fedor. Sentiu?

— Aham, mas não fui eu.

— Tu mija no tapete, agora? — comentei assim, presumindo que ele entenderia.

— Naaaa, de certo foram os gatos.

— Sim, meu belo ruivo, exatamente — me chamam de impaciente e dizem que ele é um fofo. Ele não é fofo. Ainda por cima confessa, cheio de razão e de explicações o porquê do gato ter mijado no tapete, como se eu fosse burro.

— É que eu esqueci de colocar o Leo lá na sacada onde tem a caixinha. Mas é só jogar o tapete no lixo...

— Isso é coisa de gente preguiçosa e relaxada. Lembra que eu disse que ia te fazer lavar qualquer coisa que os gatos "borrifassem" essa fedentina?

— Não lembro. Naaa, mas eu compro outro.

— Aiai. Tá bem. Você não percebeu que estou muito irritado?

— Pô Vander, é um xixizinho só.

Calma, Vander. "Um xixizinho só", eu vou repetir isso até me dar um tique nervoso e eu abstrair da realidade.

Sério, demorei um bom tempo pra limpar, esfreguei o tapetinho no tanque de roupas, enchi um balde com sabão em pó e coloquei o item de molho. Depois passei pano com água sanitária onde ficou o fedor, depois um pano com álcool e por último quando secou, umas gotinhas de aromatizante de canela. Acho que ficou bom. Já o Wolf ficou quietinho limpando a areia dos meninos, depois tomamos banho em silêncio e quando ele fica assim, eu me arrependo de ser tão radical quando algo sai da normalidade que eu aprecio.

— Ficou chateado?

— Naaa... a culpa é minha mesmo, não posso ficar chateado.

— Acho que sou muito duro contigo às vezes.

— É mesmo. — ele sempre é direto — Tá de boa. Eu vi que você passou trabalho e eu que deveria ter feito. Mas quando eu limpo, você acha muito defeito. Tipo, eu jogaria o tapete no lixo, só pra começar.

— Sim, eu imaginei. — depois de falar colo meu corpo nu no seu corpo nu sob a água quente — Tá meio peludão aqui...

— Raspa tudo, deixa lisão.

Antônio faz só o que eu mando. Ele é daqueles ruivos super peludos, mas que passa a máquina no peito, bunda, axilas e na região íntima-delícia quando EU decido. Se eu peço pra raspar, ele me deixa fazer, se eu o quero peludo por um tempo, ele fica, se eu implico com a barba, ele tira, se eu elogio o seu "ninho de mafagafos", ele vira um "beato Salú". E achamos divertido esse tipo de coisa, ele é praticamente o próprio elemento Ar e não fica parado, sempre adora coisas novas e mexer com nossa aparência dentro da possibilidade é algo que amamos.

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