Eliseu e Marçal - Trecho da rotina adorável

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Por Eliseu, de O profi e o policial

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Nossa! Há quanto tempo que eu não pintava por aqui?

Um bom tempo né?

Enfim, atualizando as coisas, sigo casado com o meu PM.

Exatamente, MEU PM. No mundo das redes sociais, escrever em maiúsculo significa que estou gritando. E por quê? Porque sim.

Sabe, o autor ficou enrolando nessas linhas iniciais por horas e não saía do lugar. Queria ter dó, mas não consigo. A desgraça se enche de responsabilidades e depois não consegue escrever umas linhas sobre esse casal tesão que somos eu mesmo, Eliseu e o gostoso do Marçal, homem fofo que me vira do avesso às vezes. No bom sentido, claro. Na verdade no ótimo sentido, porque pessoa mais leve e sorridente é pessoa bem comida, digo, pessoa de bem com a vida, que é o meu caso.

Ansioso que sou queria por a culpa da porcaria da ansiedade pelos quilos a mais que se grudaram em alguns lugares do meu corpo. Ou até mesmo da felicidade, a própria comodidade de uma relação estabilizada com um homem mais caseiro igual a mim, que não curte saracotear pelas promessas da vida noturna aos finais de semana.

Ele é uma benção, irmãs e irmãos!

O ponto positivo é o lado oposto da mesma moeda. Pois a gente reclama até disso. Ser humano é pau no cu, ou melhor, é ingrato por natureza, porque enquanto tem muitas pessoas procurando um par, tem muitas que encontraram e começam a por defeito, tipo eu andei fazendo esses tempos.

Marçal é um bofe que cultiva a relação com respeito, carinho e mais um monte de coisas bacanas que são essenciais. Ele ama cozinhar, traz trufas de maracujá, pão doce com farofa, acorda quinze minutos antes pra fazer o café pra mim, faz mais comida para que eu possa fazer minha marmita para o dia a seguir, faz a parte chata das compras, tipo carne e verduras e ainda tem pique para treinar e manter aquele nível de "gostosice" que me destrói e parte ao meio.

— Lipe! Como que vou emagrecer se tu me traz esses... — sorte que ele entregou na minha mão e fechou a porta do banheiro pra não ouvir o que eu ia dizer. Mini esfihas abertas congeladas que a esposa de um colega faz para ajudar na renda. Tão fofo meu PM, sempre encomenda essas delícias. Tem dia que é calzone, noutro é tortéi, noutro é espaguete caseiro, noutro é agnoline. Difícil minha vida assim.

— Oi amor, desculpa, eu tava me mijando. Gostou?

— Claro. — sorte mesmo que não me ouviu ou é bem capaz de não comprar mais nada e eu reclamar o dobro depois.

— Deixa que coloco no forno. Senta e descansa. Tu é professor e fica de pé o dia inteiro, deve muito cansado.

Um anjo o tempo todo.

— Olha que me apaixono de novo por você. — ameaço e ele acha graça. Quando rio, ele me olha e diz que acha que tenho o sorriso mais bonito do mundo.

— Você se queixa que tá gordinho...

— Gordinho? Eu tô uma baleia, Marçal! Noventa e cinco quilos! Obeso.

— Não acho.

— O mais fudido é que não perco peso. Não consigo ser disciplinado. Dá raiva disso. Tipo, eu sei que estou gordo pra cacete e queria emagrecer, mas não faço nada pra isso acontecer. Queria fazer uma cirurgia.

— Não mesmo. Sou contra. Eu sei que o corpo é teu, mas acho que nem toda pessoa fica bonita quando emagrece. Liseu, tu é um homem atraente assim. Eu te acho bonito e tu mesmo disse que sempre quis alguém que não te cobrasse com relação ao peso...

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