Depois do encontro inesperado com Dacre, arrastei Louis para dentro do carro e voltei para o hospital, por dois simples motivos. Primeiramente, eu tinha que voltar o mais rápido possível para o Hospital ou sentiriam minha falta e eu ganharia a segunda advertência só nesse ano. Segundo que se eu não arrastasse Louis para o carro ele acabaria voando no pescoço de Dacre, mesmo sendo contra a violência.
Uma semana se passou depois daquele dia e Louis parecia ter ficado mais leve por ter falado tudo à Montgomery. De fato ele esperou todos esses dias para dizer tudo o que guardava para si, desde quando o mesmo o largou. Louis prefere sofrer calado do que contar para as pessoas o que está acontecendo e isso me deixa muito chateado.
Louis estava me encarando há pelo menos cinco minutos. Seus olhos nunca deixavam os meus e mesmo que todos os dias eles estejam lindos, hoje estavam maravilhosos. Um azul bem claro e brilhante, tomava conta de seu rosto, chamando a atenção mesmo não querendo. Segurei uma de suas mãos e a beijei, vendo um sorriso surgir em seus lábios.
—Diga babe.—Falei em um tom baixo, passando todo conforto e tranquilidade para que ele dissesse o que tinha para dizer.
—Eu...—Ele deu uma pausa e olhou para nossas mãos. Comecei a ficar com medo mas respirei fundo, esperando que ele continuasse.—Eu quero parar com o tratamento.
Eu juro ter sentido meu coração vir parar na garganta quando Louis pronunciou tais palavras. Instantaneamente, mas não propositalmente, larguei sua mão o assustando.
—O que?—Perguntei franzindo a testa, com o pensamento de que talvez aquela frase teria sido pronunciada pela minha mente e não por seus lábios.
—E-eu quero parar com o tratamento.—Louis disse novamente e dessa vez começou a se afastar de mim como se eu fosse capaz de machuca-lo. Eu nunca irei fazer isso, mas eu estou surpreso e assustado.
—Louis, você...Não, você não vai parar com o tratamento! Ficou maluco?!—Perguntei com o tom de voz um pouco elevado e isso fez Louis se encolher ainda mais.
Louis ficou quieto, me observando enquanto eu andava de um lado para o outro, o olhando seriamente. Ele não pode fazer isso. De onde ele tirou essa ideia?
—Foi quem?—Perguntei cruzando meus braços e Louis franziu a testa confuso.
—Como?
—Quem te deu essa ideia estúpida?—Perguntei novamente e Louis ficou quieto.
O mesmo se mexeu, olhando para o chão e voltou a me olhar. Louis caminhou até mim, ficando muito próximo, e passou seu dedão sob minha bochecha, olhando em meus olhos.
—Me escuta.—Ele sussurrou e eu fechei os olhos com seu toque.—Edward, esse hospital é caro, é muito dinheiro com o tratamento e no final das contas não dá certo...
—William...
—Shh...—Ele me interrompeu, colocando seu indicador em meus lábios. Enquanto ele falava, vagava seus dedos por cada parte de meu rosto. Tudo em toques delicados, como se fosse capaz de me quebrar em pedacinhos se tocasse mais forte.—Eu não quero mais continuar porque eu sei que não vou sair vivo dessa, então, eu quero fazer igual a Norma, uma senhorinha que tinha câncer e o dinheiro que estava sendo usado para o tratamento, ela usou para viajar. Eu quero isso. Viajar para todos os lugares que eu sonho em conhecer.
Abri meus olhos e me deparei com aqueles olhos maravilhosos me encarando. Soltei um suspiro e ajeitei a touca de Louis em sua cabeça. Agora ele não se assusta quando coloco a mão em sua cabeça, porque consegui mostrar à ele que não irei fazer sacanagem nem nada que o deixe desconfortável.
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You left longing
FanfictionHarry Styles. No auge dos seus vinte e seis anos, formado em hematologia é bem sucedido e muito profissional. Harry já teve de tudo, menos um amor verdadeiro e é na University College London Hospitals que em meio aos seus pacientes, ele finalmente e...