Forbidden Path (Camren)

3. Bem Vindos (ou não)

— Então pai, você e a Sinu decidiram nossos quartos? — A voz de Chris ecoou pelo veículo trazendo-me de volta a realidade. Encarei o retrovisor e percebi Mike nos observar por uns instantes.

Ele se ajeitou sobre o banco do motorista, voltando a manter o foco na estrada enquanto o garoto continuava a encará-lo. Mike coçou o queixo hesitante, soltando um suspiro incomodado.

— Não. — Respondeu, e seus olhos novamente se fixaram no filho do meio. — Mas saberemos daqui alguns minutos.

Desviei meu olhar para a paisagem que se passava rapidamente através do vidro e pude ver Chris fazer o mesmo. Engoli em seco ao sentir certo peso nas costas diante dos olhos que me encaravam ao lado. Virei minha cabeça em sua direção e Lauren me fulminava com o olhar fazendo-me agradecer por ter Taylor sentada entre nós naquele banco, afinal era como se ela estivesse pensando em mil formas de arrancar minha cabeça fora.

Naquele momento eu realmente pude me sentir um peixe fora d'água. Era estranho ter pessoas ao meu redor que eu nem sequer conhecia direito, ainda mais pelo fato de estarmos presos dentro de um carro. Por mais que Taylor e Chris aparentemente não sentiam nenhum tipo de rancor à meu respeito como eu imaginara, as minhas teorias sobre Lauren estavam supostamente certas. E, bem, eu não podia negar que aquilo de alguma forma me incomodava.

O olhar de Lauren permaneceu fixo ao meu por um tempo no qual eu nem mesmo faço ideia. O caminho foi silencioso, e eu tenho certeza que continuaríamos nos encarando daquela forma sinistra pelo resto do dia se não fosse pelo fato da alta buzina de Mike ter atraído nossa atenção. Finalmente em casa.

Ele estacionou o carro no acostamento e imediatamente fez questão de descer, deixando-nos às sós. Vi pelo retrovisor que ele conversava com algum dos ajudantes do caminhão de mudança, então não pensei duas vezes antes de me mandar dali.

— Acho que podemos entrar. — Eu disse a Taylor assim que desci do veículo, dando uma rápida olhada para Mike que ajudava o manobrista do caminhão. Voltei meu olhar à garota que me encarava sem entender, e logo a ajudei a descer. — Vem, vamos.

— Mas entraremos sem o papai? Não, Camila. Acho melhor esperarmos aqui. Eu tenho um pouco de vergonha... — Taylor disse ao se aproximar de mim e eu sorri. Pude ver que Lauren e Chris também haviam descido, e em cerca de segundos aquela garota veio parar ao meu lado.

— Qual das duas é a casa? — perguntou Lauren, com seus olhos desviando dos portões à nossa frente para me encarar.

— Isso é apenas uma casa. Aquele portão ali é a garagem — Apontei para a frente e ela apenas arqueou uma das sobrancelhas, voltando a se aproximar de Chris que observava ao redor com curiosidade. — Por que vocês não vêm comigo? Podemos esperar o Mike lá dentro, acho que eles vão demor.... — Comecei, tendo um barulho atrás de mim que fez com que eu imediatamente parasse de falar. Me virei para descobrir o que era, quando me deparei com mamãe parada na porta com um enorme sorriso no rosto.

— Meninos! — ela gritou com animação e bastou uma única piscada minha para que os três fossem parar ao lado dela, formando um abraço em quarteto. Eu permaneci observando diante da cena, coçando meu braço por estar levemente desconfortável com a cena. Logo, eu me apressei para entrar em casa, passando pelos quatro que começaram a conversar sobre algo que eu não fazia ideia. E então, eu passei pela sala, tendo minha irmã me tirando de devaneios em poucos segundos:

— Kaki! — Ela gritou assim que me aproximei das escadas, fazendo-me parar no mesmo instante para encará-la. Seus olhos brilhavam, e um enorme sorriso era formado em seu rosto enquanto ela abria os braços convidativa.

— Oi, pequena. — Sorri ao me aproximar e apertei Sofi com toda a força, ouvindo-a rir gostosamente à medida que eu a sacudia. Logo, nós nos separamos, tendo a mais nova se sentando à meu lado do sofá com um olhar curioso.