Forbidden Path (Camren)

24. Cartas na Mesa

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— Camila, acorde! São quase seis da manhã e Vero quer dividir o quarto com a loira gostosa! — Esfreguei meus olhos para enxergar quem falava, me deparando com uma Ally parada na porta de meu quarto, com uma expressão risonha.

— Pera, quê? — Perguntei um tanto sonolenta enquanto procurava ao redor. Lauren dormia em sua cama, o que a princípio me fez soltar um suspiro de alívio. — O que tá rolando?

— Vero conheceu uma garota e quer dormir com ela. Será que dá pra explicar pra ela que não tem lugar pra transar aqui?

Eu respirei fundo e esfregando os meus olhos, quando a sinistra dor de cabeça de vez presente. Franzi o cenho de dor.

— Jamais te perdoarei por ter me acordado por causa de Veronica. Estava num sono tão bom, porra.

— O que foi? Sonhando com Keana Marie? — Ela perguntou e eu gelei, a encarando com uma expressão de surpresa. Ally arqueou uma sobrancelha. — Achou que pudesse esconder assim, é?

— Como foi que soube disso?!

— Na verdade eu apenas estava deduzindo quando vi vocês juntas. Mas agora você acabou de me confirmar... — Ela franziu os lábios, me jogando uma caixinha de analgésicos. — Toma a cura para sua ressaca. Desça logo, estamos esperando.

E deixou o quarto. Eu respirei fundo, passando os dedos por meus cabelos com inquietude. Minha vida era de fato o assunto mais comentado mediante meu ciclo de amizades.

Apressei-me para tomar um banho e desfazer a imagem terrível que eu me encontrava. E claro, tomar o bendito remédio. Diante de meu reflexo no espelho não dava pra acreditar que horas atrás eu estava linda, ao contrário da situação que estaria naquele momento. Definitivamente deplorável.

Desci as escadas com cara de quem não dormia por dias, a princípio sentindo um cheiro de café fresco no ar. Abri um sorriso ao escutar as vozes que eu tanto amava vindo da cozinha, não demorando a que gritassem o meu nome.

— Bom dia Bela Adormecida! — Normani cantarolou a me ver. Somente ela para estar animada às sete da manhã de domingo, o que era completamente contagiante. — Aqui temos um cesto de croissants de frango, café quente e um suquinho de laranja. — Ela listou, apontando para a mesa situada na sala de jantar, onde estavam sentadas Dinah e Ally, que sorriam para mim. — Imaginamos que estivesse precisando de algo do tipo, então Ally foi à padaria logo cedo.

Direcionei o meu olhar para a baixinha e a mesma deu de ombros com um sorriso.

— Pois vocês acertaram em cheio... Obrigada meninas. — Sorri, abraçando Normani por trás enquanto a mesma estaria debruçada sobre a bancada. — Mas posso saber a razão desses mimos? Não vou negar que estou um pouquinho desconfiada.

Dinah tomou um gole do que bebia em sua xícara, fingindo estar lendo o jornal da mesa. Ela sequer gostava de noticiários.

— Ah, Mila... Digamos que a notícia de espalhou um pouquinho. — Ally fez careta, sorrindo amarelo. O quê?! Franzi meu cenho em preocupação, logo sendo tranquilizada pela garota: — Mas calma! Foi só entre nós. Ficamos preocupadas que você foi dormir sem sequer se despedir da gente e Vero acabou contando sobre as coisas não terem dado certo com a veterana.

Eu revirei os meus olhos, não acreditando no que acabara de ouvir. Veronica Iglesias + álcool = cretina incapacitada de guardar segredos.

— E confesso que ficamos muito magoadas. Até Dinah sabia! Por que escondeu isso da gente, Mila? — Normani perguntou ao se virar pra mim, claramente ressentida. Eu respirei fundo e me sentei diante do balcão, sem saber ao certo o que dizer.