1. Os Meio-Irmãos

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4:16PM. Estes eram os números que o relógio de meu celular marcava no instante em que ouvi a campainha tocar, indicando a chegada de minha melhor amiga.

Levantei-me em um solavanco do sofá, caminhando em passos apressados até a porta da sala que Dinah estava prestes a arrombar, o que de fato aconteceria se eu tivesse demorado mais três segundos para atendê-la.

Chancho!

— DJ! — Eu pulei em seu colo assim que meus olhos se cruzaram com a garota loira, entrelaçando minhas pernas em sua cintura enquanto mantinha meus braços agarrados ao seu pescoço. Eu podia ouvir os resmungos e risadas que ela soltava durante o apertado abraço que lhe dera, mas não me importei nem um pouco. – Que saudades, Cheeche!

– Assim você vai me matar – Dinah murmurou, tentando a todo custo me soltar enquanto eu agarrava o seu pescoço com mais força ainda. Ela riu, o que fez-me sentir como um filhote de coala agarrado à sua mãe diante daquela cena. – Okay, chega. Me solta.

- Qual é, Chee. Não nos vemos há quase duas semanas! – Eu soltei uma risada, retirando os meus braços ao redor da garota que agia como se tivesse ficado por vários minutos sem ar. Revirei os olhos. Às vezes Dinah conseguia ser tão dramática.

– Eu sei, e senti sua falta, anã bunduda. Você é uma vagabunda, sabia disso? – Ela arqueou uma de suas sobrancelhas, passando diretamente por mim sem nem mesmo precisando de abrir espaço para que ela entrasse.

– Sim, você pode entrar, Dinah. – Abanei a cabeça e revirei os olhos, fechando a porta atrás de nós enquanto a observava caminhar de um lado para o outro na sala de estar. – E não me chame assim.

— No momento você não tem nenhum direito em querer ou não querer algo, Cabello.

– Ah é? E o que eu fiz?

– Você ainda pergunta? – Dinah cerrou os olhos, lançando-me um olhar fulminante. – Por que é que a senhorita não está atendendo às minhas ligações? Posso saber?

– Mas quanta exigência, até parece minha namorada! Estou sendo vítima de uma amizade abusiva, e ainda por cima, ao vivo. Não posso crer nisto.

Dinah riu.

– Você é exagerada pra cacete. E por que eu iria querer namorar você? – Ela arqueou uma sobrancelha em forma de deboche, cruzando os braços com um sorriso idiota no canto dos lábios. – Isso se, bem, eu gostasse de mulheres.

– Por que você não iria querer? Essa é questão... – Eu sorri de modo convencido, jogando os cabelos de leve enquanto Dinah revirava os olhos diante de mim.

– Tá, tá. Eu já entendi que você é louca por mim.

Eu soltei uma risada.

– Seu sonho, Dinah Jane.

– Meu sonho, é? Há! Só lhe avisando: eu tenho um namorado, certo? E ele é bem ciumento. Então tome cuidado com esse seu amor obsessivo por mim, ele pode ficar bem bravo com você. – Ela fechou os olhos de modo convencido, imitando as minhas expressões enquanto eu apenas ria. Como aquela garota poderia ser tão idiota?

– Como você é besta. Eu te odeio. – Disse eu ainda em meio à risadas, empurrando minha mão levemente em direção ao ombro de Dinah enquanto a observava apenas continuar com aquele seu showzinho de amor próprio.

– Morre de amores por mim... – Ela revirou os olhos, logo soltando uma risadinha. – E então, Cabello. Vamos sair ou não?

– Só se for agora. Mas não se esqueça de que não podemos voltar muito tarde, ainda tenho que ajudar minha mãe nos preparativos que faltam pra amanhã. Sabe como é, né. Sou uma empregada particular...

Forbidden Path (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora