18. Acordo

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Algumas horas já teriam passado desde o ensaio para o tal Book da Família. Àquela altura eu já teria ingerido muitos coquetéis, experimentado todos os diversos tipos de petiscos e doces oferecidos pelo buffet e dançado dezenas de músicas.

Minha barriga já não aguentava mais sequer uma migalha de comida enquanto eu observava a valsa romântica entre Sinu e Michael, que era de fato um dos momentos finais do casal da cerimônia, depois dos votos, claro; que por sinal já teria acontecido, e me provou ainda mais o que já sabia: eu ficava totalmente emotiva em casamentos.

Uma valsa no som de alguma música lenta e fofinha de Ed Sheeran?

Não mesmo.

Numa família de músicos talentosos como a de Michael Jauregui, obviamente não poderia faltar melodias de musicistas clássicos durante o momento. Bach, Mozart, Beethoven, caramba, eles tinham um gosto fodidamente bom. Estava impressionada com o quão lindo tudo estava, em perfeita harmonia, apesar de eu ser totalmente suspeita para falar.

– E essa é a hora que ela joga o buquê? – Perguntou Chris a meu lado ao término da dança lenta e eu assenti. – Legal. Ficarei o mais longe possível.

Eu ri.

– Por quê? Tá com medo de que caia na sua mão, é?

– Nada disso, pois quem vai pegar esse buquê sou eu! Arrasa no arremesso aí, senhora Sinuhe! – Ally berrou a última frase ao meu lado, fazendo com que nós, inclusive minha mãe, soltássemos uma risada enquanto uma porção de mulheres juntava-se em volta do altar onde mamãe se posicionara prestes a jogar as flores.

– Concordo com você, irmão da Lauren. Eu também tô fora. – Brincou Vero, fazendo o garoto gargalhar. Apenas Ally, Normani e Dinah estariam juntas às demais mulheres, um pouco desesperadas demais e de mãos erguidas em espera do tão esperado prêmio.

– Será que vou casar um dia? – Perguntei em alto, com tom de humor. Veronica me lançou um olhar de cúmplice. – Parece ser algo tão... Surreal para mim. Por deuses...

– Você ainda se pergunta isso? – Ela arqueou as sobrancelhas e rodeou um braço pelo meu pescoço, suspirando com um sorriso. – Camila... Para ser honesta, tenho certeza de que logo você estará em outra de novo.

– O quê?! Eu mal saí de um relacionamento, Iglesias, e você me vem com essa... praga? Qual é.

Ela revirou os olhos em um tom brevemente debochado, logo bagunçando os meus cabelos de modo sutil.

– Vamos esperar pra ver então, Karlinha. – Veronica sussurrou e eu franzi o cenho, prestes a questiona-la a respeito quando a voz de minha mãe chamou-me altamente a atenção:

Quero ver quem será a próxima sortuda da vez! – Ela gritou, virando-se de costas da um jeito animado enquanto todas as mulheres contavam em uníssono, regressivamente. – Três... Dois... Um........

Definitivamente uma briga para qual par de mãos agarrava o buquê de flores brancas primeiro. Por um segundo imaginei que uma luta iniciaria ali mesmo, mas logo, uma felizarda levantava o arranjo animadamente, como se de fato fosse o prêmio da noite. Eu soltei uma risada com aquilo. A cena era de longe uma das mais divertidas.

– Caramba, Alessia, por essa eu não esperava! – Gritou minha mãe no microfone e sua risada ecoou por todo o salão. A mulher seria uma colega de trabalho dela e de Michael, e logo fez questão de puxar seu suposto namorado para um beijo atrapalhado. Comecei a gargalhar.

Era incrível o ânimo de algumas mulheres para o casamento.

– Estou tão decepcionada... – Desabafou Dinah ao se aproximar de nós, fingindo uma expressão de choro. – Achei que seria o meu momento.

Forbidden Path (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora