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- Elle? - arregalo meu olhos ao ver Elle encostada em uma árvore

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- Elle? - arregalo meu olhos ao ver Elle encostada em uma árvore. Dessa vez era real. Ela estava péssima, estava pálida e sua perna estava terrível.

- Dylan...me ajuda - diz ela quase caindo para o lado, mas então eu sou mais rapidão e a pego no colo.

Eu a levo no colo até o nosso acampamento o mais rápido possível. Como eu tinha deixado a minha tocha cair, tudo ao meu redor estava escuro. Para a minha sorte, eu tinha decorado o caminho.

Felizmente, a minha fogueira que tinha feito horas atrás ainda estava acessa e espero que continue assim, pois preciso cuidar da Elle imediatamente ou se não o pior pode acontecer.

Sei de poucas coisas sobre como tratar alguns machucados, tudo isso por ter sido escoteiro quando era mais jovem. Mas a perna da Elle vai além das minhas habilidades e ela estava ficando sem tempo.

Dou uma analisada com umidade em sua perna. Reparo que o tubarão não arrancou nenhuma carne fora, apenas perfurou, o que já ajuda um pouco, mesmo assim é preocupante.

Nem imagino a dor que ela deve estar sentindo agora. Ela estava suando frio, mal conseguia falar e tremia de dor. Meu coração se contorcia só de ver ela desse jeito e pensar que eu era culpado de toda dor que ela está passando.

Eu tive a ideia de ajuntar várias linhas de blusas que tínhamos para costurar,mas não tínhamos agulha e eu muito menos sei fazer isso. Nem sei costurar minhas próprias roupas, imagina um ser humano. E também tudo tem que estar esterilizado.

Minha única opção mesmo, mas não tendo muita fé nisso é cauterizar o ferimento. Eu tinha que achar naquela bugiganga de mala algum objeto metálico e esquentar muito na fogueira.

- Você vai ficar bem - digo passando as mãos em seus cabelos loiros - Aguenta mais um pouco.

Vasculhei a mala inteira para encontrar, mas só havia roupas e mais roupas. Joguei todas no chão. A mala ficou vazia e nada de algum objeto metálico. Mas, de tanto ficar encarando a mala vazia, eu reparo que havia um fundo falso.

Então de lá havia um porta joias. Isso! Um porta joias feito de ferro. Era perfeito. Assim que eu abro o porta joias, havia vários diamantes e pérolas. A pessoa que era dono dessa mala com certeza era muito rico.

Coloco as pérolas e diamantes de lado. Isso tudo valia uma fortuna. Mas o que era o mais precioso para mim era o porta joias. Deixo esquentando na fogueira por um tempo, até que atinga a temperatura certa.

- Elle, preciso que seja forte agora - digo - Isso vai doer muito

- Eu não me importo - diz ela fraca e suando frio - Faça isso logo!

Com cuidado, eu removo o porta joias que estava muito quente e sem demora eu coloco por cima da perna de Elle. Ela gritou muito, tanto que até os pássaros se assustaram. Elle não aguenta por muito tempo e acaba desmaiando de tanta dor.

Sua perna já não estava sangrando mais. Parecia que tinha dado certo. Mas só vou saber no dia seguinte. O pior já foi, mas se ela tiver febre e se a queimadura infeccionar, isso pode se tornar um outro problema.

 O pior já foi, mas se ela tiver febre e se a queimadura infeccionar, isso pode se tornar um outro problema

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Dylan falava pouco e agia muito rápido. Parecia que ele sabia o que estava fazendo e eu estava confiando nele. Eu já tinha uma ideia do que ele ia fazer quando colocou o porta joia no fogo. Eu estava disposta a enfrentar essa dor.

Dylan coloca um graveto na minha boca, para não chamar a atenção de animais selvagens. Assim que ele retira o porta joias do fogo, ele acena para mim e coloca o porta joias no ferimento.

Eu começo a ver estrelinhas. O graveto que estava na minha boca se quebrou de tanto eu gritar e fazer força. Tinha sido muito pior do que a mordida do tubarão. Eu gritei tanto que fiquei em forças e apaguei completamente.

[...]

Assim que eu acordo, eu me sinto um pouco mais aliviada. Minha perna doía ainda, mas não tanto quanto antes. Ela estava enfaixada com alguns trapos, então não deu para ver as queimaduras.

Olho para o meu lado e havia várias frutas. Minha barriga começa a roncar, parecia que eu não comia nada a semanas! Então, fazendo um pouco de esforço, eu estico os meus braços e pego algumas amoras frescas. Eu estava morta de fome!

- Elle! - ouço Dylan correr na minha direção - Você não deveria fazer tanta força! Como você está? A perna foi? Está com febre? - ele toca a minha testa e eu dou um sorrisinho por conta da sua preocupação - O que? Por que está rindo? Droga, deve estar delirando por causa da febre.

- Dylan, respira, eu estou melhor - digo dando um sorriso

- Você não tem noção do quanto eu fiquei péssimo. - ele passa a mão do cabelo - Você me perdoa pelo o que aconteceu com você? - ele me olha com aquele olhar de cachorrinho sem dono.

- Dylan...- dou um suspiro - Não há nada o que perdoar. Se estiver se culpando, então por favor, pare. Nada do que aconteceu foi sua culpa. Isso poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Coisas terríveis acontecem o tempo todo e ontem não foi o meu dia de sorte - digo - O que importa agora é que eu não sinto tanta dor e estamos juntos. - passo a mão em seu rosto e dou um selinho suave em sua boca macia.

A Lagoa AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora