Capítulo 16 - Rocky

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         Após tudo ser acertado entre os príncipes e o governante da ilha a respeito do Jin-woo, pudemos enfim partir para a ação, ou seja, a verificação do acampamento e o treinamento dos soldados.

        Foi gratificante para mim, ver toda aquela movimentação pela ilha,  com vários soldados juntos treinando, seja com espadas, corpo a corpo, artes marciais -  na qual eu me identificava mais - arco e flecha, lanças, cavalaria e as novas armas que cuspiam flechas de sua boca após o fogo ser acendido em sua parte de trás, onde ficavam localizadas pequenas bolsas de pólvora, essa máquina era conhecida como hwach’a, ah! como a vida militar era vibrante, não podia sequer negar o meu entusiasmo….já estava cansado de ficar sentado ou dando voltinhas pela fortaleza, admirando o céu as aves as flores o mar e coisinhas delicadas assim. Chega! Nada como ação, suor e dor…

           Fui inspecionar de perto os exércitos, suas táticas de guerra e suas armas. Não me decepcionei com nada, conheci também os seus comandantes, mas nada ainda tinha sido oficial, simplesmente fui me apresentando.Havia também um contingente de trabalhadores que serviam ao exército, vieram junto sem reclamar, dava para notar que gostavam do trabalho que faziam, assim como a vida de campana.

          Agora o mais complexo seria juntar todos aqueles homens e treiná-los como um só corpo, e ainda tinha de pensar como e quando colocar os novos recrutas que chegavam à ilha, quase de hora em hora, sempre tinha mais um querendo lutar, mas infelizmente muitos deles não tinham habilidades com armas, eram homens e jovens que trabalhavam no campo, ou eram pescadores ou tinham outras funções, todos eles tinham somente um objetivo, lutar contra a tirania, mas só vontade não era o suficiente para ganhar uma guerra contra os soldados experientes do palácio real, eu sei, pois vivi entre eles e sei o quanto era duro o seu treinamento e do que eles eram capazes.

          Bom, neste quesito, caiu do céus o Jin-woo, um general ávido e experiente, ah, Buda estava do nosso lado! Falando nele, pude avistá-lo na fileira seguinte. Cheguei sorrateiramente e observei ele ensinando os soldados. Ele realmente levava jeito para coisa. 

         Vi ele distribuir bastões de bambu para todos os soldados e os dividiu em duplas, cada uma delas se dispersou pelo vasto pátio. Vi ele se afastando acompanhando um rapaz, os dois com bastões em mãos. O rapaz, poucos centímetros mais alto que Jin-woo, se esforçava ao máximo, porém não conseguia acertar o general. 

         Após um tempo ouvi o rapaz resmungar:

       — Eu desisto Jin-woo! — ele atirou o bastão no chão — Eu não levo jeito para luta!

       — Myungjun! Você consegue sim! Tente mais um pouco! — Jin-woo se abaixou, pegou o bastão e o estendeu para o colega, que recusou imediatamente, emburrado.

        — Eu já falei que eu não consigo!

        — Mas Myungjun… podemos tentar com outra arma! Não existe somente o bastão! — Jin-woo tentava convencer o amigo a continuar — Tem o leque, arco e flecha, artes marciais....

        — Nós já tentamos todos esses Jin-Woo! Eu não sirvo para lutar — ele abaixou a cabeça — Eu sinto muito…

        — Myungjun…

        — Acho melhor eu ficar como assistente do médico Sanha… ele precisa de ajuda, e eu sou um exímio conhecedor das ervas medicinais desta ilha…

        — Tudo bem… acho que você tem razão… ele vai mesmo precisar de ajuda.

Myungjun sorriu ao ver que havia convencido o general.

The beginning of a new eraOnde histórias criam vida. Descubra agora