Capítulo 4 - Yeonsangun

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          Enfim o trono, mas cheguei à seguinte conclusão: estava cercado de idiotas covardes, com leis antiquados, costumes retrógrados e uma falsa moralidade. Onde já se viu, esses imbecis ousarem barrar as minhas leis e decretos para estabelecer a ordem neste reino caótico que eu herdei do palerma que era o meu pai, tenho até nojo ao lembrar que o mesmo sangue dele corre por minhas veias. Como eu, uma criatura tão inteligente, sagaz, brilhante, astuto, perspicaz e sensato, além de lindo, posso ter um antepassado tão ignóbil? Acho que puxei a minha mãe. E além de tudo isso ouvir esses velhos querendo mandar mais do que eu, irei mandar enforcar a todos,porém, a obrigação vem antes da diversão. Olhando para velhos, lembrei de alguém que preciso ir visitar, acho que posso começar a minha limpeza por ela, desses parasitas do governo. Dispensei esse bando de chorões e mandei meu mordomo no palácio da Rainha mãe, que eu a visitaria, assim pelo menos, daria tempo de alguém dar um banho naquela velha, pois pelo que eu escutei, ela não tomara mais nenhum banho desde a morte de seu filho, meu pa, em sinal de luto. Valha-me Confúcio, deve estar um fedor só aquele lugar. Mas antes, vou me permitir um pouco de diversão, porque nada como ver traidores do reino sendo açoitados e implorando por misericórdia. Isso com certeza me deixaria mais inspirado.

            Algumas horas se passaram até que meu mordomo me avisou que aquela velha já estava em condições de me receber. Era uma pena, justo no momento em que a tortura estava ficando mais interessante! Porém, um imperador sábio, o que eu era de sobra, sabe a hora em que os deveres devem ser cumpridos.

        Me dirigi até o complexo da Rainha Mãe, decidido a me livrar daquela louca. Uma criada veio me receber e me conduziu até o aposento mais íntimo de minha avó, foi quando eu a encontrei sentada no chão, com uma cascata de fios pratas como a luz da lua, escorrendo por suas costas e a cercando, espalhados pelo chão. Sua pele estava tão fina e branca como um fantasma, dando a impressão de que se eu a encarasse por mais tempo, poderia ver através dela. Seus olhos, estavam vidrados no espaço, tão vazios e frios como os de um cadáver. Seus lábios finos e sem cor,se mexiam fracamente, porém eles não emetiam nenhum som, e isso me trouxe um prazer imenso. Fiquei tão satisfeito com o que vi, que cheguei a esquecer por que eu estava ali. Meus lábios se curvaram em um sorriso triunfante e meus olhos brilhavam de prazer. Pude constatar que ela realmente tinha enlouquecido. Foi quando ela me encarou, porém seu olhar parecia distante, como se ela realmente não estivesse me vendo, e me chamou pelo nome de meu pai. Sua mão, fina e com as unhas longas como garras, tocaram a minha mão, me assustei, como se estivesse sentindo o sopro da morte, seu toque era glacial. Cheguei a uma conclusão, não era preciso fazer nada contra ela, ela já estava se destruindo sozinha, sendo corroída lentamente pelo luto. Me levantei e saí com passos decididos, logo ela estaria morta. A única coisa que me frustrava, era que aqueles dois imbecis, não estavam aqui para presenciar a morte da querida avó. Aí sim, eu sentiria a satisfação completa.

"A única coisa que o ingênuo imperador não havia notado, foi o olhar de conquista que a avó direcionou a ele, um olhar de quem tinha alcançado os seus objetivos. O plano estava funcionando."

The beginning of a new eraOnde histórias criam vida. Descubra agora