Capítulo 40 - Eun Woo

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Por que as coisas tinham que ser daquele jeito? Por que as pessoas não podiam resolver os problemas de um jeito pacífico e.… civilizado?

Um soldado inimigo veio em minha direção com a espada em punho, gritando grotescamente. Atordoado, fiz a primeira coisa que veio na minha cabeça. Apertei os olhos com força e enterrei a espada no corpo do soldado. Abri os olhos a tempo de ver ele agarrando o cabo de minha espada, manchando-a com sangue. Os olhos dele estavam arregalados e a boca escancarada, saindo dela um gemido fraco, bem diferente do berro dado alguns poucos minutos atrás. Tirei a espada do corpo do soldado e tremi.

Parei e olhei em volta. Quanto sangue, quantas vidas estariam sendo tiradas? A troco de quê? A estupidez humana era tão grande, ao ponto de não enxergarem que no final, somos pessoas? Meu corpo implorava para que eu não matasse ninguém, pois afinal, não estava eu ali, com o propósito de defender o meu povo? Todo o meu povo? Eu estava indo contra meus princípios. Por que eu havia deixado chegar naquele ponto? Como eu poderia me chamar de príncipe, sendo que eu falhara na primeira responsabilidade da Coroa? Por que eu não conseguia ser como os príncipes heroicos das histórias que eu lia quando era menor? Que chegavam em seus cavalos e traziam a paz? Se pelo menos todas as pessoas enxergassem do mesmo jeito que eu...

Ah, mas como era difícil carregar o peso de tantas vidas. Eu sentia como se toda a gota de sangue derramada, por menor que fosse, fosse minha culpa, fosse a consequência do meu erro e despreparo.
Olhei em volta, meio confuso, atordoado, espantado.... Nem eu sabia dizer que emoção passava por meu corpo naquele momento. "Eu poderia ter evitado tudo isso. Poderia ter evitado..."

O cheiro de sangue me enojava, os gritos de dor, gritos de fúria e os relinchos dos cavalos me feriam os ouvidos. Cada corpo que eu via cair, cada espada que atravessava uma pessoa, me massacravam. Coloquei as mãos na cabeça. Não sabia dizer se estava alucinando ou se era real, porém eu via pessoas gritando comigo, me culpando. "Você podia ter evitado" falavam uns. "É tudo culpa sua" falavam outros. "Você é uma decepção para mim". Aquela voz, aquela era a voz de meu pai.

Vi uma mulher chorando com uma criança ao seu lado. Quando ela me viu, suas lágrimas se transformaram em fúria.

— Você, foi você! Eu perdi meu marido por sua causa!

— Eu...- tentei explicar, entender - não...senhora...

Ela sumiu na escuridão da minha mente. Logo em seguida outra figura apareceu.

— Irmão...— vi Hwawan no chão, o rosto pálido e contorcido, sangue jorrava de sua boca — Você, você me obrigou a isso.

— Hwawan — minhas mãos tremiam — não, eu...

— Você deveria ter me protegido — ela continuou - agora já é tarde. E a culpa, é toda sua. — Dito isso sua cabeça tombou.

— Não! — Lágrimas saíram dos meus olhos, estendi minha mão para tocá-la, mas, assim como meu pai, ela desapareceu — Hwawan...

As cores foram voltando e o cenário de guerra também. Aquilo foi real?

Vi uma espada vindo em minha direção, e, ainda meio cambaleante e zonzo, enterrei a minha espada na pele do homem, o sangue fresco jorrando em meu rosto.

Mas aquilo não importava, eu tinha que achar ela. Queria ter certeza que aquilo havia sido apenas um pesadelo, um truque macabro de minha mente.

Corri os olhos freneticamente pelo vasto campo. Enquanto procurava por ela, me deparei com meus amigos.

Moon Bin acabava de enfiar uma flecha nos olhos de um soldado. Seu rosto contorcido em fúria.

Um pouco mais distante, o general lutava contra um soldado, pude ver o momento exato em que o inimigo golpeou a lateral do corpo do general usando o cabo da espada.
Bem do seu lado vi o mestre, que acabava de rasgar o rosto de um homem com a ponta afiada do leque.

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⏰ Última atualização: Apr 02, 2023 ⏰

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