The beginning of a new era

Capítulo 21 - Yeonsangun

Tédio. Que tédio. As coisas estavam muito calmas ultimamente, será que isso era apenas um aviso para algo atípico que estaria para vir? Infelizmente minha linha de pensamento foi cortada por um irritante grasnado.

      — Majestade?

      — Eu não posso nem mais meditar em paz?! O que você quer seu inútil?! — rosnei.

    — Majestade, seu comandante e um tenente gostariam de falar com Vossa Alteza. Gostaria que eu os chamasse?

         Assenti com a cabeça e vi pelo
 canto de olho meu comandante e um verme insignificante parado ao seu lado feito uma múmia. “Preciso urgentemente mudar essa nação, fazer dela uma nação de homens de verdade. Como esse palerma pode fazer parte de meu exército? Quem foi o incompetente que o deixou entrar?” suspirei. 

     — Por que vocês interromperam minha meditação, Him-Chan?

    — Majestade, esse tenente me trouxe informações que considerei importantes e creio que irá agradá-lo, por isso ousei me apresentar ao senhor.

    “O que um insignificante como ele poderia ter algo que me interessasse, bom, pelo menos eu creio na sensatez de meu comandante.”

Arqueei uma sobrancelha e
 resmunguei:

       — E que informação seria essa?

    — O palácio foi invadido nesta tarde pelo soldado de confiança do antigo general. Ele falou com os soldados e marcou de encontrá-los no armazém do porto ao cair da noite, porém ele não revelou o assunto que seria tratado.

      Me inclinei para frente. Aquela sim era uma ótima informação. Porém não deixei minha satisfação transparecer, muito pelo contrário.

      — QUE RAIOS DE PALÁCIO É ESSE QUE QUALQUER UM CONSEGUE IR ENTRANDO NA HORA QUE ELE DESEJASSE?! POR QUE VOCÊS SIMPLESMENTE NÃO ABREM LOGO AS PORTAS DO PALÁCIO? — eu esbravejava —  JÁ QUE É PARA DEIXAR QUALQUER UM ENTRAR! QUE SOLDADOS MAIS INCOMPETENTES! SE FOSSE ASSIM, UM EXÉRCITO DE BÁRBAROS IRIA ENTRAR AQUI QUANDO ELES BEM ENTENDESSEM!

        Respirei fundo, como era bom 
gritar com aqueles inúteis, eu me sentia tão bem. 

    — Agora — falei em um tom baixo e ameaçador — você já deve ter um plano de ação, não estou certo, Him-Chan? Ou você veio até aqui buscar minha sabedoria?

     — Eu tenho um plano Majestade — ele respondeu — porém achei que eu deveria buscar Vossa infinita sabedoria antes de colocá-lo em prática.

    — Ótimo — vi ele se virar para o tenente e dispensá-lo, o mesmo sumiu segundos depois.

    — Então… qual é o plano? — perguntei.

      — Enviarei um homem de confiança para interceptar o traidor no local combinado. Ele irá imobilizá-lo e então mais dois homens serão enviados para trazê-lo para o palácio. O torturaremos e arrancaremos dele informações que queremos.

        — E depois? 

    — Iremos jogá-lo nos calabouços e deixar ele apodrecer lá.

     — Não. Você tem uma mente muito limitada. Não quero ele morto, não ainda. Lhe garanto que ele será útil no futuro — um sorriso se formou no canto de meus lábios.

      — Sim Majestade.

    — E lembre-se, eu quero estar presente no momento da tortura. 

Ele assentiu e fez uma reverência. 
Ele se direcionou para saída do local e, quando estava prestes a sair eu o chamei.

     — Ah, mais uma coisa. Mate o tenente. Não gosto de homens que traem os outros por dinheiro.

     — Mas Majestade, não posso matá-lo. 

 — COMO VOCÊ OUSA DESOBEDECER UMA ORDEM MINHA?! — o fuzilei com o olhar.

    — Senhor, nunca te desobedeceria se não fosse por um bom motivo, Vossa majestade sabe disso. Mas este, é o anjo-demônio.

   — Mas, como assim?! — arregalei os olhos e fiquei de pé em um pulo — Como ele está aqui? 

    — Eu o contratei por um período, já que haviam rumores de rebelião, era meu dever protegê-lo Vossa Majestade. E, como eu não confiava em nossos soldados, achei prudente contratá-lo, e agora ele nos será muito útil.

  — Fantástico Him-Chan. Simplesmente fantástico! Lhe dê uma boa quantia de dinheiro e diga que se correr tudo bem e conseguirmos o que queremos, ele será um homem rico. Teremos ação nesta noite. — sorri.

Ele assentiu, fez uma reverência e 
me deixou sozinho. 

Fiquei pensando no anjo demônio.
 Como eu poderia ter um homem daqueles bem debaixo de meu manto e não percebi? Eu tinha o mais famoso torturador da região dentro de meu palácio, essa possibilidade nunca havia passado por minha mente antes. Não imaginava que ele teria aquele físico, ele era tão belo. Seu apelido lhe caía como uma luva. Ele apresentava uma frieza congelante, condizente com os rumores que passavam de boca em boca. Eu mal podia esperar para ver as táticas de tortura que aquele homem iria colocar em prática naquela noite. Eu ficava satisfeito só de pensar. Afinal, ele não era conhecido apenas por sua beleza.