Amigos

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Príncipe Joshua

Estava neste momento correndo em direção a floresta como antes, sorrindo exageradamente sentindo o vento em meu rosto, saindo mais uma vez de minha prisão.


Incrível como as coisas tem cooperado comigo ultimamente, chego a me perguntar se estou me precipitando demais e que mais tarde algo horrível ira acontecer comigo, como uma forma de punição pelos meus atos.

Já estava perdido na floresta novamente, desta vez minhas preocupações não eram se iria ser pego, ou se encontraria o caminho de volta, se chovesse e eu me molharia sem chances de voltar ao castelo neste estado. Eram se veria o camponês novamente, apesar de estar bastante tarde, a esta hora da noite já estão todos dormindo, seria sorte ou azar encontrar um homem na floresta neste momento?

Eu estava caminhando entre as árvores, tentando me lembrar do local em que o vi pela primeira vez, ele poderia estar lá, de qualquer modo eu apenas não me lembro, está floresta é enorme, da janela de meu quarto consigo ver claramente sua extensão, se andasse mais poderia me perder a quilômetros de meu reino.

Por alguns segundos parado, apenas olhando aos arredores na esperança de ver o camponês estava eu, conseguia ver algumas corujas voando a cima de mim, mas nada de Noah, até que um pouco baixo, estava ouvindo o que poderiam ser passos, não pensei em mais nada e apenas seguia o som, me aproximando, consigo avistar uma pessoa andando a minha frente, era ele, o camponês.

- Olá camponês. - O mesmo se vira imediatamento, parecia que havia se assustado com meu chamdo, e sorria ao me ver.

- Príncipe, fugindo de novo?

- Está uma noite muito bela para ficar preso em um castelo, não acha?

- Por que estaria preso? Afinal, é um castelo.

- Estava voltando para casa, camponês?

- Sim - Dizia após dar um suspiro - Talvez, não conseguiria mais a te esperar.

- Oh, estava a minha espera?

- Provavelmente - Permanecia seu olhar fixado em mim.

- Eu também esperava te reencontrar, Noah.

Jacob

O príncipe e eu nos assentamos no chão da floresta, escorados em duas árvores que estavam de frente a outra, fazendo com que assim também ficássemos um de frente para o outro.

Estava completamente surpreso, pois pensaria que o príncipe iria recusar meu convite de nos assentarmos ao chão, porém foi diferente, ele parecia não se importar em sujar suas roupas ou se insetos caíssem em cima de sua cabeça.

- O que está olhando? - Perguntava percebendo a minha surpresa com sua atitude.

- Não se importa por estar assentado... ao chão? Quero dizer.. você é um príncipe.

- O maior problema seria se eu não me assentasse, por ser um príncipe tenho que mostrar educação, aliás, não preciso ser da realeza para ser educado, isso é necessário de todos, e também esta é a vestimenta que menos me agrada - Ele dizia nos fazendo rir. -

- O príncipe não respondeu a minha pergunta anterior - Dizia me referindo quando lhe perguntei por que estaria preso.

- Há 17 anos eu nunca havia saido daquele castelo - Ele dizia baixo, e olhando em todo o lugar, menos diretamente a mim. - Nunca cheguei a conhecer outros reinos ou até mesmo a nossa cidade, apenas observo o vilarejo pela varanda de meu quarto, meus pais, eles agem como se eu fosse algum tipo de inimigo, estão a todo momento me dizendo o que devo fazer, os passos que tenho que seguir para me tornar rei, que esquecem que sou o filho deles, todos os dias eu estou dando o meu máximo para agrada-los, estou fazendo todo o possível para que um dia possa me tornar o rei que meu pai tanto deseja, mas pelo que me parece, quanto mais eu tento, mais eu estou fadado a fracassar.

A cada palavra que saía de sua boca era como uma flecha que acertasse meu coração, estava me doendo, imaginar como ele passara por tudo isso.

O príncipe estava chorando, eu estava presenciando o príncipe chorando, e não sabia o que fazer, estaria me precipitando se lhe desse um abraço, aqueles olhos azuis que brilhavam a cada vez que se cruzavam com os meus, neste momento estavam coberto por lágrimas.


Príncipe Joshua

Foi extremamente difícil me abrir desta maneira para uma pessoa que não conheço por completo, mas não tenho a mais ninguém com quem conversar sobre isso, e Noah de alguma forma, me passava confiança. Agora não saberia o que se passa na sua mente, ele apenas estava com o semblante triste e preocupado.

Quem poderia imaginar que eu me encontraria nesta situação? No meio da floresta com um camponês que havia conhecido a uma noite atrás, ainda estaria derramando lagrimas e mostrando minha fragilidade para o mesmo.

- Não precisa sentir pena de mim, camponês - Dizia passando as mãos em meu rosto. -

- Venha comigo - Ele dizia se levantando e me estendendo a mão.

- Como?

- Gostaria de lhe mostrar um lugar.

Já não estava mais chorando, apenas com o rosto abatido, seguro em sua mão e me levanto, ficando de frente a Noah, nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância, conseguia sentir sua respiração, assim como ele sentia a minha e seus olhos verdes pareciam querer me dizer alguma coisa que não saberei por agora.

Depois de segundos parados, um olhando para o outro, esquecendo de todos os sons ao nosso redor, esquecendo de como estava frio e como poderíamos estar suportando aquele clima, o camponês nos desperta, começando a correr e me deixando parado no mesmo lugar.

- Venha logo, pequeno príncipe - Ele dizia me chamando a distância.

Apenas comecei a correr em direção a ele, sem saber para onde estava indo, tentava acelerar mais um pouco pois o camponês estava disparado a minha frente, esbarrava em algumas pedras no meio do caminho, mas nada que me fizesse parar de correr.

Depois de algum tempo correndo, Noah parou, ele parecia estar observando algo, quando me aproximo a ele, entre as árvores podia ver um lago que nele refletia a luz da lua, mais a frente estava uma cachoeira, com suas pedras cheias de musgos, o extrondoso som da água se chocando junto com o vento frio batendo em meu rosto, me causava uma sensação de paz, nunca havia visto um lugar tão lindo como este.

- Então, se sente melhor?

- Certamente que sim. - Sorrio para ele. -

O camponês estava a descer a trilha de pedras que levava até o lago, e eu novamente ficara para trás, queria observar mais um pouco a vista de cima, por um momento eu havia me esquecido de todos os meus problemas.

- Gostaria de dar um mergulho, príncipe? - Perguntava após perceber minha chegada atrás de si que estava a observar a cachoeira.

- Sabe, me chame de Joshua se quiser - Dizia desviando o olhar das águas e os levando até Noah.

- Posso lhe chamar de... Josh?


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