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Dulce

Esperei o passar dos dias para finalmente me reerguer um pouco. Eu estava tão pra baixo com aquilo que não estava me reconhecendo. No caminho para o salão, me lembrei que precisava buscar algumas coisas minhas na casa de Christopher. Eu odiava lembrar que meus produtos mais maravilhosos estavam lá. Esperei o meio de semana, onde eu sei que ele geralmente não está em casa para poder ir até lá.

Zilda abriu a porta e logo veio dizer que estava com saudades, achando que eu havia voltado com ele. Ela queria saber o que tinha acontecido. Mas eu não gostava de comentar nada, sempre fui muito reservada.

(...)

— Senti muito sua falta querida. Como está? — ela me abraça.

— Bem... eu, vim pegar algumas coisas, prometo não demorar. — eu disse subindo as escadas. Aquela casa me dava saudades, mas eu não podia viver com alguém que mentia com tanta facilidade. Zilda pediu que eu não fosse, tento me dizer algo mais eu prometi que não fosse demorar, não estava entendendo o porque dela tentar me impedir.

Entrei no quarto dele e antes que em vá até a gaveta onde ficava minhas coisas, vejo Christopher deitado na cama debaixo das cobertas. Era uma quinta feira à tarde, esse horário geralmente ele não fica em casa.
E estava dormindo. Senti um misto de saudade, com dor no coração e medo. Fiz o possível para não acorda-lo, não queria gerar mais assunto.

Mas eu precisava me despedir. Me aproximei dele e toquei de leve sua testa, seu rosto tão bonito. Notei o quanto ele estava quente. Eu estranhei pois o dia estava ensolarado, e ele seguia em baixo das cobertas com a temperatura corporal elevada. Logo conclui que ele devia estar doente.

Desci com minhas coisas em mãos e interroguei Zilda. Ela disse não saber de nada.

— Era por isso que eu não queria que você entrasse. Ele chegou para o almoço e não voltou mais para o trabalho. Ficou na cama daquele jeito e não saiu. Eu logo pensei que fosse o cansaço e tudo mais...

— Não Zil, ele não está bem. Cuide dele, eu vou ter que ir agora... você sabe.

— Não, Dulce. Você podia ficar com ele. Eu vou comprar algo para dar a ele. Deve ser um resfriado forte.

— Bom.... eu...

— Pode por favor aguardar até eu voltar? — ela me pediu bem preocupada com ele. Eu só aceitei porque ele estava dormindo e provavelmente não acordaria tão cedo. Eu fiquei na sala aguardando ela, mas
Comecei a me preocupar com ele.

Subi com calma ate seu quarto novamente. Ele estava suando e mesmo assim permanecia debaixo das cobertas. Quando me aproximei ele acordou. Olhou nos meus olhos e piscou algumas vezes. Eu queria não estar ali para não reviver aquele olhar.

— Dulce? você voltou amor? — ele segura em minha mão ainda sonolento.

— Não eu, só vim pegar algumas coisas, já estou indo... me afasto e ele me chama outra vez.

— Não.. por favor fique, eu estou me sentindo um pouco mau, não sei dizer...

— Eu não tenho muito o que fazer. Não sou médica. Com licença...

— Dulce... — ele me chama outra vez e meu coração corta. Mas eu tinha que ser firme e não ceder outra vez. Ele mentiu pra mim e eu não podia deixar as coisas se resolverem tão fáceis. Mais de uma hora e Zilda não voltava. Eu só fiquei na sala, Christopher achou que eu tivesse ido. Mas não. Eu estava esperando ela voltar.

Comecei a me preocupar e logo eu mesma decidi comprar os remédios que ele precisava. Voltei e para minha surpresa Christopher seguia só. Eu me assustei com a hora, mas estava começando a acreditar que Zilda havia armado uma armadilha sobre esse momento. De início eu não acreditei mas depois eu vi que era a cara dela fazer isso.

Fui até o quarto e levei os remédio a ele, que cochilava sozinho.

— Tome isso. — lhe entreguei com um copo d'água.

— Você? Mas não tinha ido embora?! — Ele questiona...

— Só vim te dar isso, mas agora eu vou mesmo.

— Dulce... — outra vez ele me segura — pode me ouvir? Entendo que não queira me ver, mas por favor, eu juro não demorar... — ele disse com ar melancólico.

— Tá.. diga... — eu disse seria

— Sinto sua falta, falta de nós... por favor, pode reconsiderar o que eu fiz? Podemos pelo menos voltar a ser amigos?

— Amigos? Não sei... — disse

—Só diga que sim. Não vou forçar nada com você.
Mas preciso de você, eu me sinto só. Sua companhia é muito importante. — ele tenta se aproximar de mim mesmo estando mau.

— Devia ter pensado nisso antes de mentir. Eu ainda não acreditei naquela história, sinceramente nem quero. — me afasto.

— Eu entendo. Mas o que você não entende, é que existem pessoas que não superam você em nada. Devia confiar mais em si mesma. Quando estava comigo, você era muito autossuficiente. E não tinha inseguranças mais. E por isso nós experimentamos tantas loucuras... agora eu não te reconheço mais. — enquanto ele dizia, passou um filme na minha cabeça... como eu me entreguei tanto assim a ele?!

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Louca Atração | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora